Pinóquio americano e outras formas de mentir – e na imprensa
É provável que as seções de cartas dos jornais de amanhã estejam coalhadas de reclamações sobre a foto do menininho sírio resgatado de escombros em Alepo. Mas, a indignação, repetindo a que houve quando da publicação do bebê que morreu afogado tempos atrás, não será com a barbaridade em si, mas pelo fato de que “Fiquei chocado, por que publicar?”; “Estragou meu café da manhã, não precisavam ter mostrado!” e daí por diante. Infelizmente, a foto causará um impacto temporário e os crimes de lesa-humanidade continuarão a ser cometidos por EUA, Rússia, EI, Síria e companhia bela. A ONU? Oras, a ONU não serve pra nada!
Ouvi a história na ESPN, existe, sim, espírito olímpico – tivemos alguns exemplos nas atuais Olimpíadas. O corredor holandês Churandy Martina, dos 200 metros rasos, chegou em segundo lugar (agora vem o problema de RG baixo, não lembro em qual edição dos Jogos…), mas foi desclassificado por haver pisado fora da raia dele. A medalha de prata foi, então, para um atleta americano que havia chegado em terceiro lugar. Tempos depois, o holandês recebeu uma caixa pelo correio, abriu, e o quê estava nela? A medalha de prata e uma carta do americano, com os dizeres “eu levei a prata, mas ela é sua por merecimento.”.
Eta coisinha chata a tal da luta olímpica, não? Mais chato, só o levantamento de peso…
Usain Bolt, se não existisse, teria de ser inventado. Eta cara porreta! O Brasil tem a honra de hospedar a despedida dos Jogos de vários inigualáveis atletas, Bolt, Michael Phelps, Emanuel Ginóbili (basquete argentino)… Claro que esqueci de um monte… Mas, os colegas em atividade nas TVs, jornais e revistas não podem!
Duas grandes vítimas nos Jogos, a verdade – caso dos nadadores americanos – e o vernáculo, caso dos narradores e comentaristas… Comentaristas até dá pra perdoar, são esportistas, não têm a obrigação de saber, mas os narradores…
Na pág. A2 da Folha de S.Paulo: “Patrocínio de farda”.
(CACALO KFOURI)
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