Grandes Jogadores do Futebol Brasileiro – Zico

Grandes Jogadores do Futebol Brasileiro – Zico (Arthur Antunes Coimbra)

Por Luis Filipe Chateaubriand

Quando aquele menino lourinho e franzino, oriundo de Quintino, chegou ao Flamengo, muita gente no clube duvidou que ele fosse vingar.

Tudo bem, o cara era irmão de Edu – o grande craque do América – e notadamente um jogador extremamente diferenciado.

Mas como seria possível aquele jogador baixo e tão magro enfrentar defensores de outros clubes, parrudos e vigorosos?

Eis que foi feito um trabalho de preparação física e superalimentação, com muita – mas muita – musculação, desenvolvido por José Roberto Francalacci.

E o menino mirrado, chamado Arthur Antunes Coimbra, se tornou o Zico, o maior ídolo da história do Flamengo em um dos maiores jogadores de futebol que já vestiram a camisa da Seleção Brasileira.

Lançado no futebol profissional do “Rubro Negro” em 1971, com 18 anos, foi removido para as divisões de base, novamente, pelo técnico Mario Jorge Lobo Zagallo.

Não fosse isso, certamente estaria na Copa do Mundo de 1974, na Alemanha.

Jogador completo, fazia gols, lançava, passava, driblava, cobrava pênaltis, cobrava faltas (o que treinava com muito afinco) e, principalmente, tinha “sede” por títulos.

No Flamengo, conquistou todos que se possa imaginar: campeão do Mundo (1981), campeão da Copa Libertadores da América (1981), quatro vezes campeão brasileiro (1980, 1982, 1983, 1987), seis vezes campeão carioca (1974, 1978, 1979a, 1979b, 1981, 1986), dentre outros.

Na Seleção Brasileira, embora tenha ganho apenas o Torneio Bicentenário dos Estados Unidos (1976), é seu quinto maior artilheiro na história (e, atenção, nem atacante o sujeito era…) e disputou três Copas do Mundo (1978, 1982, 1986).

Jogou na Itália, na Udinese, e no Japão, no Kashima Antlers, com enorme sucesso.

Como definiria o escritor saudoso Armando Nogueira, era “arco e flecha”: tanto criava jogadas para atacantes concluírem em gol, com ele mesmo, sem ser centroavante, os fazia.

Decidiu muitos jogos que se considerava improváveis, o “cara”, às vezes, precisava apenas de cinco minutos para fazê-lo.

Extremamente dedicado e profissional, foi exemplo para uma miríade de jogadores de gerações subsequentes.

Tive a oportunidade de estar com ele três vezes em minha vida.

Foi uma honra e um imenso prazer, “Galinho de Quintino”!

Na história do futebol brasileiro, você entra pela porta da frente.

Acompanhe a série: 

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– Luis Filipe Chateaubriand –   Acompanha o futebol há 45 anos. Publicou uma dezena de livros sobre o calendário do futebol brasileiro, além de mais de uma centena de artigos sobre o assunto. Foi Consultor do Bom Senso Futebol Clube – movimento dos jogadores de futebol brasileiro que propôs modificações no calendário de nosso futebol. Foi membro do Grupo de Trabalho da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) que visava promover modificações no calendário. Além de escrever sobre o calendário do futebol brasileiro, escreve sobre outros assuntos, de natureza mais lúdica, relacionados ao futebol. Também escreve sobre política. É Mestre em Administração Pública pela Fundação Getúlio Vargas.