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Medicina e Inteligência Artificial. Por Meraldo Zisman

A área da medicina está sempre em constante evolução devido às descobertas científicas e aos avanços tecnológicos que a impulsionam. No entanto, poucas mudanças tiveram um impacto tão relevante quanto à Inteligência Artificial (IA)…
MEDICINA E IA

A área da medicina está sempre em constante evolução devido às descobertas científicas e aos avanços tecnológicos que a impulsionam. No entanto, poucas mudanças tiveram um impacto tão relevante quanto à Inteligência Artificial (IA). Desde diagnósticos mais precisos até cirurgias auxiliadas por robôs e tratamentos personalizados.

A inteligência artificial está alterando a forma como médicos e pacientes lidam com questões de saúde. Ainda assim é necessário refletir sobre os desafios que surgem com o progresso: até onde a tecnologia pode substituir o toque humano na área médica e quais são as fronteiras éticas desta revolução?

Hoje em dia existem computadores que analisam milhões de imagens, estudam os padrões genéticos e preveem possíveis riscos antes mesmo dos sintomas se manifestarem. Além disso, houve avanços inovadores na personalização dos tratamentos, o que permite aos médicos oferecer cuidados específicos com base nas características individuais de cada paciente. Essas melhorias contribuíram para um diagnóstico mais preciso, redução de custos e uma maior acessibilidade aos serviços de saúde.

Apesar disso, o aumento do uso de inteligência artificial na área da medicina levanta questões éticas importantes. Se os algoritmos fornecem doenças diagnósticas e fornecem sugestões para tratamentos e até mesmo auxiliares em cirurgias no momento atual da medicina moderna, qual seria o papel dos médicos no amanhã médico-algorítmico futuro que se apresenta cada vez mais próximo a nós? A resposta reside em um elemento que a tecnologia ainda não pode substituir totalmente – a perspectiva humana com toda sua sensibilidade empática e julgamento clínico intrínsecos à prática médica tradicional tão valorizada historicamente.

A arte da medicina não se limita unicamente a uma ciência exata baseada em algoritmos e números frios; ela também exigia uma compreensão profunda do contexto social e psicológico dos pacientes atendidos, bem como habilidade para tomar decisões informadas diante das incertezas que cercam cada caso clínico.

Além disso, os conflitos éticos são cada vez mais frequentes. Quem será responsabilizado caso um sistema de inteligência artificial cometa erros diagnósticos? Como proteger a privacidade de pacientes? Além disso, há o risco de se desumanizar a medicina, tornando o atendimento frio e mecânico.

Outro desafio crucial é a desigualdade no acesso à tecnologia. Enquanto países desenvolvidos já incorporam a inteligência artificial aos seus sistemas de saúde, muitas regiões do mundo ainda carecem de infraestrutura básica, o que agrava a desigualdade na qualidade do atendimento.

O futuro da medicina não se limitará à inovação tecnológica, mas sim à união entre inovação e humanidade. A inteligência artificial tem potencial para aumentar a eficiência, reduzir erros e democratizar o conhecimento médico, mas a humanização do cuidado deve permanecer como foco central das práticas médicas. O grande desafio não é substituir médicos por máquinas, mas encontrar o equilíbrio entre inovação e humanidade, garantindo que a tecnologia sirva à vida sem comprometer o vínculo humano indispensável ao tratamento.

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Meraldo Zisman Médico, psicoterapeuta. É um dos maiores e pioneiros neonatologistas brasileiros. Consultante Honorário da Universidade de Oxford (Grã-Bretanha). Vive no Recife (PE). Imortal, pela Academia Recifense de Letras, da Cadeira de número 20, cujo patrono é o escritor Alvaro Ferraz.

Relançou – “Nordeste Pigmeu”. Pela Amazon: paradoxum.org/nordestepigmeu

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