FERNANDA TORRES

A vitória de Fernanda Torres. Por Arnaldo Niskier

Fernanda Torres foi a primeira artista brasileira a conquistar um Globo de Ouro de atuação…

Fernanda Torres

Com muita razão, Fernanda Torres dedicou o prêmio de melhor atriz do Globo de Ouro à sua mãe, a consagrada atriz e acadêmica Fernanda Montenegro.

Venceu o troféu de melhor atriz em filme de drama intitulado “Ainda estou aqui”, filme dirigido por Walter Salles. Ela foi intérprete de Eunice Paiva, numa obra que já tem mais de 3 milhões de espectadores. O seu parceiro foi o ator Selton Mello, que interpretou o deputado Rubens Paiva. Fernanda Torres foi a primeira artista brasileira a conquistar um Globo de Ouro de atuação.

Há um motivo especial para a minha incontida alegria: na década de 70, Fernanda era aluna do Instituto Souza Leão, do qual eu fui diretor. Uma escola especial, com um revolucionário projeto pedagógico. Lembro de uma agitada reunião de pais, em que fui alvo por uma oportuna intervenção de outro pai famoso, o escritor Otto Lara Resende, com a conveniência de Fernanda Montenegro e Fernando Torres, também presentes à reunião.

Para interessar mais ainda os alunos nas atividades docentes, valorizava-se muito a ação teatral. Era uma escola preferida pelos pais artistas, daí a razão da escolha referida. Até que ponto esses primeiros momentos terão induzido a jovem aluna a um comportamento visivelmente artístico?

Quando assumi a direção da escola – e isso aconteceu por três longos anos – não modifiquei essa orientação dos seus coordenadores, todos nomeados pelo então diretor Roberto Leão Veloso Ebert.

Devia respeitar as características experimentais do estabelecimento da rua Macedo Sobrinho, Humaitá, e os resultados foram excepcionais, medindo-se pelo aumento do número de alunos.

Devo esclarecer que só deixei a direção do Instituto Souza Leão quando fui nomeado pelo Governador Chagas Freitas para ser o Secretário de Estado de Educação e Cultura do Rio de Janeiro. Do ponto de vista ético, entendi que haveria incompatibilidade entre as duas funções. Hoje, estou convencido de que estava com a visão correta.

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Arnaldo Niskier

Arnaldo NiskierImortal. Sétimo ocupante da Cadeira nº 18 da Academia Brasileira de Letras. Professor, escritor, filósofo, historiador e pedagogo. Licenciado em Matemática e Pedagogia pela UERJ. Professor  aposentado da Universidade do  Estado do Rio de Janeiro. Foi presidente da Academia Brasileira de Letras e secretário estadual de Ciência e Tecnologia e de Educação e Cultura do Rio de Janeiro. Presidente Emérito do CIEE/RJ. Honoris Causa da Universidade Santa Úrsula.

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