E agora, Palmeiras? Blog Mário Marinho
Parecia tudo pronto e até liquidado.
O Palmeiras venceria o Botafogo, abriria três pontos de vantagem e seria, na sequência, o campeão brasileiro pelo terceiro ano consecutivo, o chamado Tri Real.
A lógica indicava um Botafogo em queda enfrentando um Palmeiras em ascensão.
Por conta dessa lógica, os torcedores palmeirenses lotaram a parte do Allianz Parque que lhes foi oferecida, ficando de fora apenas aquela parte atrás do gol, onde hoje, 27, será gravado o espetáculo de todo ano, o Roberto Carlos Especial, que se renova a cada ano mantendo o mesmo roteiro, as mesmas músicas, o mesmo Roberto Carlos e suas fortes emoções.
Torcedores vieram de longe. A televisão mostrou e entrevistou, em caravanas ou solo, torcedores que vieram de Araraquara, Catanduva, Ribeirão Preto, Juquitiba e até um carioca.
Todos eles acreditando naquela lógica.
Só que a lógica do futebol frequentemente derruba a lógica. Conceitualmente, o grego Aristóteles definia que lógica é razão.
Mas nem sempre a razão obedece à lógica. Ou seja: nem sempre a lógica tem razão.
Foi o que aconteceu nesta terça-feira, no jogo dos líderes, Palmeiras e Botafogo, ambos com 70 pontos e o Verdão com uma vitória a mais.
Como era de se esperar, o Palmeiras partiu para cima do adversário nos minutos iniciais.
Porém, foi o acossado Botafogo que abriu o marcador aos 17 minutos.
Tudo colaborou.
O juiz marcou escanteio numa jogada muito ajustada, onde a bola tocou na cabeça do defensor do Palmeiras e depois na cabeça do atacante carioca e saiu pela linha de fundo.
Portanto, a reposição da bola em jogo foi marcada pelo juiz como escanteio.
Aos 18 minutos, em jogada ensaiada – e errada – o Botafogo fez 1 a 0 com Gregore.
O erro do juiz não é um erro capital e, portanto, não cabe a interferência do VAR.
Sobre a jogada ensaiada, o autor do gol, Gregore (foto acima), em entrevista à TV Globo, explicou o lance:
– Na verdade, eu estava na posição errada. Na jogada ensaiada, a minha posição era outra. Mas, foi o errado que deu certo.
Assim, 1 a 0, terminou o primeiro tempo.
O Palmeiras se mandou inteira e perigosamente ao ataque, procurando o gol de empate.
Mas foi o Botafogo quem marcou.
Em um contra-ataque que começa com o goleiro John lançando Igor lá na frente, com a defesa do Verdão toda aberta, ele toca para Savarino que marca na saída do goleiro Weverton: 2 a 0.
Aos 44, Adrielson fazia 3 a 0 e somente aos 48 o Palmeiras fez o seu gol, aliás, belíssimo gol com Richard Rios.
O Palmeiras teve seu lateral Marcos Rocha expulso por ter dado um tapa no rosto de seu adversário.
O atacante do Botafogo se jogou no chão, se contorceu como se tivesse sido atingido por um direto do saudoso Maguila.
Pura encenação.
Mas a FIFA recomenda que esse tipo de agressão, tapa no rosto, seja punido com cartão vermelho. Portanto, agiu corretamente o juiz Wilton Pereira Sampaio.
O técnico Abel Ferreira ouviu de parte da torcida o coro de “Burro! Burro” por não concordar com uma das substituições feitas por ele.
É o caso de se perguntar: quem é realmente burro? O técnico que é o mais vencedor da história do Palmeiras ou o torcedor que o chama de burro?
Aliás, chamado de burro um dia depois da merecida reeleição da presidente Leila Pereira que afirmou que quer Abel como técnico do Palmeiras até o final do seu mandado em 2027.
O que vem
pela frente
O Botafogo tem compromisso muito sério no próximo sábado: disputa com o Atlético Mineiro o título da Libertadores 2024, jogo em Buenos Aires.
Depois, tem mais dois jogos:
- Internacional, em Porto Alegre, no dia 4/12
- São Paulo, no Rio, no dia 8/12 – última rodada do Brasileirão.
O Palmeiras também tem mais dois jogos:
- Cruzeiro, em Minas, no dia 4/12
- Fluminense, no dia 8/12, no Allianz Parque.
A lógica, que nem sempre segue a razão, aponta a caminhada do Botafogo como mais difícil, mais penosa.
Mas… quem viver, verá.
Corinthians
em ebulição
Dentro de campo, o Timão vive seu melhor momento neste Brasileirão.
Venceu seus seis últimos jogos e tem visto brilhar o trio Menphis, Garro, Youri Alberto.
Saiu da zona de rebaixamento e agora luta, com chances, de se classificar para a Libertadores do ano que vem.
Fora de campo, as coisas não estão tão claras e alegres.
Amanhã, quinta-feira, o Conselho Deliberativo do Clube se reúne para estudar o pedido de impeachment do atual presidente Augusto Mello.
Claro que seus apoiadores julgam tal pretensão um absurdo e dizem que isso é ação de um grupelho inexpressivo.
Porém, um Histórico Timoneiro, me garante que a coisa é muito séria.
Segundo ele, não se trata de um grupelho, mas, sim, de um grupo muito sério munido de corpulentos e sérios documentos que apontam sérias irregularidades na atual administração.
Que a decisão seja a mais apropriada para o Corinthians.
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Mário Marinho – É jornalista. É mineiro. Especializado em jornalismo esportivo, foi durante muitos anos Editor de Esportes do Jornal da Tarde. Entre outros locais, Marinho trabalhou também no Estadão, em revistas da Editora Abril, nas rádios e TVs Gazeta e Record, na TV Bandeirantes, na TV Cultura, além de participação em inúmeros livros e revistas do setor esportivo.
(DUAS VEZES POR SEMANA E SEMPRE QUE TIVER MAIS NOVIDADE OU COISA BOA DE COMENTAR)
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