MÁ

Má intenção … o eleitor norte-americano de direita ignorou as evidências, resolveu ir às urnas e não revelou seu voto conservador para o entrevistador. Nos apoios revelados por vários jornais a tendência de voto parecia ser outra…

pesquisa - MÁ INTENÇÃO

Saindo do verde e amarelo para o vermelho e azul, vemos que as pesquisas de intenção de voto nos Estados Unidos são piores que as daqui. Na última eleição para prefeito no Brasil, o fator abstenção diferenciada por região dentro do município foi aplicado pelos institutos de pesquisa eleitoral como peso para corrigir os resultados, e as previsões foram muito precisas, muito mais próximas da realidade das urnas, evitando o fiasco de anos anteriores. Ou seja, as pesquisas estão conseguindo ver a decisão do eleitor em ir votar ou não, antes do voto em si. A tendência para a próxima eleição é o aumento da abstenção, o que deverá provocar maior aprimoramento dos instrumentos de sondagem pelos institutos.

Nos EUA a onda vermelha varreu o país como se não tivesse havido um negacionista na presidência, condenado, em disputa com uma mulher negra que esbanjava carisma e ponderação. Ou seja, o eleitor norte-americano de direita ignorou as evidências, resolveu ir às urnas e não revelou seu voto conservador para o entrevistador.

Nos apoios revelados por vários jornais a tendência de voto parecia ser outra. Os frequentadores dos jornalões brasileiros não aceitam a tomada de posição política, mas usam argumentos sofismáticos, pois todos os jornais apoiam um ou outro candidato, uma ou outra política partidária. A diferença é que nos Estados Unidos eles fazem isso de forma explícita e não velada, como aqui.

Até arrisquei um chiste para o New York Times, sem sucesso, em relação à brasileira filmada sendo servida com fast food do agora vitorioso Donald Trump. Disse que era uma vergonha para nós, brasileiros, receber “junk food from a junk candidate”. Dizer que a opção por Kamala Harris ser a mais lógica e pacífica para eles e para o resto do mundo não surtiu efeito. A torcida era evidente para Kamala, deixando de lado a inocência de que a democrata faria um governo de esquerda ou algo semelhante.

O imperialismo norte-americano continuará a provocar fome mundo afora e bombas continuarão a cair sobre palestinos. Não é disso que se trata. É que o recrudescimento das relações multilaterais e avanço da extrema direita internacional com Donald Trump serão piores do que foram em seu primeiro mandato, eivado de revanche que, com certeza, promoverá em face de sua sonora vitória. Aos que se omitem ou dizem que torcem pelos independentes sobra ativismo, falta realidade.

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Perfil ambiental e político – Adilson Roberto Gonçalves –  pesquisador da  Universidade Estadual Paulista, Unesp, membro de várias instituições culturais do interior paulista.  Vive em Campinas.

 

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