Começa uma nova competição. Blog Mário Marinho
A vida é muito parecida com o futebol.
Tem dias de vitórias tamanhas que você até parece pouco para tanta alegria, tanta comemoração, tanto foguetório, principalmente se valeu o título ou uma classificação muito importante.
Mas, às vezes, a vitória não vem. Não foi derrota, mas aquele empate que não estava totalmente nos planos. Você se conforma, mas fica pensando: puxa, três bolas na trave e nenhuma entrou?
Mas acontece de vir a derrota. Como? Não era pra perder! Jogamos bem! Dominamos o jogo todo! Como o juiz não viu que o gol deles foi com a mão? E o VAR? Cadê o VAR?
Você fica triste, mas não esmorece.
Vamos em frente.
Tem sido assim a vida da minha sofrida e amada Sofia nestes últimos meses, desde o diagnóstico de câncer de mama.
Veio a cirurgia e depois a espera para começar a pesada cruel quimioterapia. A cada três semanas, uma sessão.
E as consequências dolorosas.
A queda dos belos cabelos, feridas pelo corpo, a coceira que não pode ser coçada, a perda do paladar. Tá salgado, tá doce? Não sabe.
A vontade de não ter vontade. De ficar moquecada num canto, sem ninguém por perto, sem falar, sem ouvir…
Eu ali por perto, guardando silêncio, tentado puxar um assunto, tento contar alguma coisa engraçada para ver seu ouço aquela gargalhada gostosa, mas, nada… Se saio à rua, trago alguma coisa diferente, doce ou salgada. Acho que ela come só para valorizar o meu esforço pois, sabor que é bom, nada.
Mas essa competição acabou.
Ela ganhou até bolo de parabéns oferecido pela simpática e competente turma da Oncologia do hospital Paulistano.
Belo e emocionante gesto.
Foi fundamental o apoio da filha Verênia, do filho Cássio, do genro Armando, da nora Tânia, da neta Larissa, do neto Vinicius, dos nossos irmãos, primos, primas, cunhados, cunhadas, dos amigos, de vizinhos, dos funcionários do condomínio, dos amigos dos grupos da Internet, particularmente do grupo do inesquecível Jornal da Tarde – todos, à sua maneira, com orações, palavras, mensagens de encorajamento.
Vencemos essa competição e agora iniciamos outra: a radioterapia.
Até reforçamos a equipe para evitar qualquer surpresa: fomos à UBS Jaguaré e tomamos vacina contra a influenza e contra a covid.
Na foto ao alto, as duas competentes, delicadas e sorridentes profissionais que nos atenderam: a Renata e a Erica.
Pela manhã, no mesmo dia, levei a Sofia a uma unidade da Amais para coletar sangue e levar ao cardiologista Fábio Bruno e à endocrinologista Adriana da Costa Pinto.
Não é assim que as grandes equipes preparam suas equipes antes das temporadas?
Consultas, exames, todo cuidado antes de a temporada começar.
E tabela é dura, porque tem jogo todos os dias, de segunda à sexta-feira. Chova ou faça sol.
E nós dois juntos, como tem sido nos últimos 55 anos: um ampara o outro e o outro ampara o um.
E bola pra frente.
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Mário Marinho – É jornalista. É mineiro. Especializado em jornalismo esportivo, foi durante muitos anos Editor de Esportes do Jornal da Tarde. Entre outros locais, Marinho trabalhou também no Estadão, em revistas da Editora Abril, nas rádios e TVs Gazeta e Record, na TV Bandeirantes, na TV Cultura, além de participação em inúmeros livros e revistas do setor esportivo.
(DUAS VEZES POR SEMANA E SEMPRE QUE TIVER MAIS NOVIDADE OU COISA BOA DE COMENTAR)
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Sim, bola pra frente! Na luta pela vida, não se aceita retranca! O ataque tem de ser glorioso, inspirado, positivo, em massa. Assim, não tem jeito de a bola não entrar. E desculpe usar imagens do futebol para um assunto tão sério, mas foi você quem começou!
Caro Mário,
Solidarizo-me contigo e fato votos de plena recuperação para a sua amada. Percorri o vale em que vocês estão passando e a sensação de impotência é desesperadora, mas é preciso permanecer esperançoso. O meu vale com minha amada durou 18 anos, a batalha foi dura e o combate bom, por estranho que pareça aprendemos muita coisa. A maldita me pegou também há 15 anos e sobrevivi, com algumas sequelas. Sei por experiência própria o que estás passando e espero que Deus lhes conceda a força necessária para atravessar este vale. Abraços.
Parabéns! 55 anos hoje em dia são raros em casamentos. Que Deus os fortaleça para caminharem neste vale. Meu abraço e minha sincera solidariedade. Desejo vitória em tua saúde e na de sua esposa. Deus os abençôe.
MMarinho. Vcs são valentes, fortes, determinados! A vitória está logo ali à sua frente. Sou solidário nessa luta. Abç.