Gols, altitude e atitude. Blog Mário Marinho
Foi até com relativa facilidade que o São Paulo passou pelo fraco Cobresal, 3 a 1, e garantiu antecipadamente sua presença nas oitavas de final da Libertadores.
Com a vitória, o Tricolor chega a nove pontos e garante o segundo lugar no Grupo B. O líder é o Talleres, com um ponto a mais. O próximo adversário do São Paulo será o Barcelona, de Guayaquil, no próximo dia 16, no MorumBis.
O time comandado por Luis Zubeldia jogou com tranquilidade e facilidade. Zubeldia, portanto, vai se firmando no comando da equipe que saiu perdendo: levou o gol do Cobresal aos 23 minutos. Quinze minutos Luciano empatou. No segundo tempo, Rodrigo Nestor e Calleri deram números finais.
Os jogos disputados em fortes altitudes são, normalmente, sérios problemas para os times brasileiros. Mas, o São Paulo não se incomodou com 2.260 metros de altitude da cidade chilena de Calama e jogou com absoluta tranquilidade.
O resultado poderia até ter sido mais elástico, não apenas para mostrar superioridade ou humilhar o adversário, mas para satisfazer a sua torcida e também porque o saldo de gols é importante quesito de desempate na Libertadores.
Como se sabe, Luciano é um ótimo atacante, tem velocidade, visão de gol, é artilheiro.
Mas, ontem, pouco antes de terminar o primeiro tempo, quando o jogo estava empatado, 1 a 1, ele perdeu um gol que um atacante de sua qualidade com um pouquinho mais de responsabilidade não perderia.
O lance começou com rebatida de bola da defesa do Tricolor, bola que sobrou para Calleri que fez passe na medida para Luciano arrancar sozinho em direção ao gol adversário, tendo atrás de si um zagueiro adversário que corria com o desespero de quem corria atrás de um bonde.
Luciano chegou livre e inteiro à frente do goleiro Requena, bem no limite da grande área. Eu, e milhões de torcedores do São Paulo, tínhamos a certeza que ele driblaria o goleiro com facilidade e aí teria o espaço imenso do gol, 2,44 metros por 7,32, ou 17,86 metros de área livre para colocar a bola que mede apenas 66 centímetros e leve 465 gramas.
Mas não.
O atacante resolveu fazer bonito e deu uma cavadinha tentando encobrir o goleiro Requena que, com seu 1,86 metro de altura, não teve dificuldade em defender.
Mais do que fazer um gol bonito, a cavadinha é uma gracinha, digamos uma molecagem nas peladas de rua.
Foi assim, em 2013, que o atacante Pato perdeu cobrança de pênalti que eliminou o Corinthians nas quartas de final da Copa do Brasil.
Foi também com uma gracinha desse tipo que o atacante Robert Renan, do Internacional, perdeu um pênalti que custou a eliminação do Inter na semifinal do Gauchão.
Essas jogadas se repetem, mas, os engraçadinhos não aprendem.
Veja os melhores momentos:
https://youtu.be/sd8RKnXb5hs?si=Dxe32TZK18ksNb9y
Atitude
É muito bonita e comovente, além de vital importância, a ajuda, a solidariedade que o povo gaúcho está recebendo de todo o Brasil e até do exterior.
De todo lado e em todo lado brotam ações de solidariedade. São alimentos, água, roupas, agasalhos, calçados que chegam a Porto Alegre.
É muito bonito.
E o futebol não poderia ficar alheio a esse belo movimento.
Assim, alguns clubes colocaram suas dependências à disposição para receber doações que serão encaminhadas.
Aqui de São Paulo, vi Corinthians e São Paulo recebendo essas doações.
Mas o Palmeiras mostra que não é apenas o melhor time do momento do futebol brasileiro, mas, também muito rápido e certeiro suas decisões que parecem mais um gol do jovem goleador Endrick.
Sua equipe foi reunida em campo para mandar mensagem de apoio aos gaúchos e também para que o goleiro Weverton, um dos ídolos do Verdão, comunicasse que a renda do próximo jogo do Palmeiras pelo Brasileirão neste domingo, contra o Athletico PR, na Arena Barueri, repito, a renda em sua totalidade será revertida em doação para o sofrido povo do Sul.
Atitude inteligente que enche de orgulho a comunidade do futebol e, principalmente, os torcedores do Verdão.
O mesmo não se pode dizer da atitude do jornalista Alexandre Garcia que, usando de grosseira e invencível demagogia, chamou de espetáculo pornô o show de Madonna no Rio de Janeiro, enquanto, no dizer dele, “corpos de bebês boiavam nas águas dos rios gaúchos”.
Alexandre Garcia perdeu excelente oportunidade para ficar calado.
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Mário Marinho – É jornalista. É mineiro. Especializado em jornalismo esportivo, foi durante muitos anos Editor de Esportes do Jornal da Tarde. Entre outros locais, Marinho trabalhou também no Estadão, em revistas da Editora Abril, nas rádios e TVs Gazeta e Record, na TV Bandeirantes, na TV Cultura, além de participação em inúmeros livros e revistas do setor esportivo.
(DUAS VEZES POR SEMANA E SEMPRE QUE TIVER MAIS NOVIDADE OU COISA BOA DE COMENTAR)
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