Resiliência verde. Blog Mário Marinho
Há uma sutil, porém, importante diferença, entre “Resiliência” e “Resistência”.
A resistência diz respeito ao ato de resistir; à oposição; à qualidade de um corpo que reage contra a ação de um outro corpo e por aí vai.
Já a resiliência é um pouco mais, um patamar, no mínimo, acima: é a característica de corpos que voltam à sua condição normal depois de um choque, depois de serem submetidos às forças contrárias; é a tendência de se recuperar e superar situações adversas.
Portanto, o que aconteceu com o Palmeiras na noite dessa quarta-feira, no jogo contra o Independiente Del Valle, pela Libertadores, foi o típico ato de resiliência.
E resiliência só os fortes têm.
O primeiro tempo palmeirense foi abaixo da crítica, foi ridículo. Por isso, e em consequência disso, levou dois gols do adversário.
E poderia ter levado mais se o Del Valle fosse um pouquinho mais competente.
para se ter uma ideia mais precisa, o Verdão teve 30% de domínio de bola, enquanto o adversário bailou em 70% do tempo com a bola nos pés.
Aos 45 minutos do primeiro tempo, as luzes do Iluminado Endrick se acenderam e ele marcou o gol, diminuindo a distância entre os dois times.
Assistindo ao jogo pela tevê, eu me perguntava: cadê o Palmeiras. Cadê o Endrick? Cadê o Piquerez? E o Rafael Veiga? E o Gustavo Gomez?
Mas principalmente me perguntava: cadê o Abel? Cadê o Portuga?
Veio o segundo tempo para responder a todas as perguntas.
Mais do que substituições físicas, acredito que a mudança se deveu à conversa de Abel com os jogadores.
O Palmeiras voltou para o segundo tempo mostrando sua resiliência. Não bastaram pancadas, dribles, quase gols, ameaças do adversário no primeiro tempo. Para o segundo o time em campo era o conhecido resiliente Verdão.
Como consequência, a bola passou a se aninhar mais às chuteiras verdes, sendo recebidas com o carinho e respeito de sempre.
Um pouco mais, e o jogo já estava empatado, 2 a 2, com um gol de Lázaro, exatamente quem entrou em campo em lugar do Iluminado Endrick.
Quando parecia que o empate já estava de bom tamanho, eis que Luiz Guilherme, aos 49 minutos, coloca o Verdão na frente, fazendo prevalecer a Resiliência Verde: 3 a 2.
Por que o Palmeiras não jogou assim também o primeiro tempo?
Só os deuses do futebol saberão responder porque também ele escrevem o certo por dribles tortos.
Confesso que, por muitas vezes, já torci o nariz para o Portuga. Na verdade, eu o acho pouco simpático e muito chato.
Mas, como não estou pensando nele para casar com minha bela neta, trato de ser menos cricri e tiro o chapéu: o cara entende de futebol.
Não, ele não é
Vilão. Cássio é Herói!
Fiquei emocionado com o desabafo do goleiro Cássio após à derrota, mais uma, do
Corinthians.
Torcedores e muitos companheiros de imprensa danaram a culpa do goleirão por qualquer derrota.
No último jogo, pela Copa Sul-Americana, levou um gol logo aos dois minutos de jogo.
Os outros jogadores tiveram pela frente 90 minutos de bola rolando, tempo suficiente para fazer muitos gols e não fizeram nem unzinho.
Culpa do Cássio?
Cássio tem 36 anos de vida e 12 de serviços prestados ao Timão. Já vestiu o manto que os torcedores consideram sagrados por 712 vezes. Nenhum outro goleiro atingiu a essa marca.
Portanto, corintianos e amigos que analisam e ou torcem nos jogos do Corinthians, um pouco mais de respeito com o senhor Cássio Roberto Ramos.
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Mário Marinho – É jornalista. É mineiro. Especializado em jornalismo esportivo, foi durante muitos anos Editor de Esportes do Jornal da Tarde. Entre outros locais, Marinho trabalhou também no Estadão, em revistas da Editora Abril, nas rádios e TVs Gazeta e Record, na TV Bandeirantes, na TV Cultura, além de participação em inúmeros livros e revistas do setor esportivo.
(DUAS VEZES POR SEMANA E SEMPRE QUE TIVER MAIS NOVIDADE OU COISA BOA DE COMENTAR)
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