seleção sem comando

Seleção sem comando, um perigo. Blog Mário Marinho

seleção sem comando

A Seleção Brasileira jogou nesse sábado (4 a 1 na frágil Seleção de Guiné) e volta a jogar amanhã, terça-feira, 19, a partir das 16 horas, contra a também frágil Seleção de Senegal.

Qual a importância desses amistosos?

Tecnicamente, nenhuma.

Por mais esforçados e velozes que sejam, são adversários muito fracos que não vão exigir muito dos nossos jogadores.

Qual a razão dos jogos, então?

Bom, essa é uma Data Fifa, quando se paralisam todos os jogos, no mundo inteiro, para que as Confederações possam exercitar seus times.

(A Argentina, atual campeã mundial, jogou na China, contra a Austrália, e venceu por 2 a – um dos gols, de Messi).

No caso do Brasil, o jogo serviu para movimentar nossos jogadores, dar uma chance para que o técnico Ramón Menezes sentisse o gostinho e comandar uma seleção com tanta história. Amanhã, no jogo em Portugal, ele estará novamente no comando.

Serviu também para que o presidente da Confederação Brasileira de Futebol, Ednaldo Rodrigues, se encontrasse com o todo poderoso presidente da Fifa, Gianni Infantino, tomasse conhecimento das medidas da CBF no combate ao racismo no futebol.

Talvez esse tenha sido o mais importante evento do dia. Principalmente com a Seleção Brasileira abandonando o seu tradicional uniforme amarelo e vestindo uniforme preto, no primeiro tempo, tornando público a luta do futebol brasileiro.

Ah! Serviu também para que o presidente Ednaldo Rodrigues mantivesse contato com o Carlo Ancelotti, técnico do Real Madri e objeto dos sonhos do senhor Rodrigues.

A situação está no seguinte pé:

Ancelotti tem contrato com o Real até o meio do ano que vem.

Se ele sair antes, terá que pagar multa contratual hoje estimada em R$ 66 milhões.

A CBF é muita rica, mas, convenhamos, R$ 66 milhões é muito dinheiro.

Mas não é só a multa.

Embora os europeus não costumem divulgar salário de seus jogadores e técnicos, sabe-se que Ancelotti recebe do Real cerca de um milhão de euros mensais – cerca de quase seis milhões de reais.

A saída dele significa deixar a Europa e entrar num país, o Brasil, do qual ele não sabe praticamente nada.

Quais as condições de trabalho? Quantas vezes ele terá o time completo para treinar e fazer jogar como se fosse o Real Madri?

Assim, é se supor que ele, além de outras garantias, vá exigir um salário de um a três milhões de euros (algo em torno de 6 milhões a 18 milhões de reais).

Mas, dinheiro, como eu disse acima, não será problema para a rica CBF.

Porém, se não houver acerto agora, só mesmo no meio do ano que vem.

Submeter o futebol brasileiro a esse extremo – um ano e meio sem técnico – é um risco muito grande.

No segundo semestre, vamos começar a disputar as Eliminatórias.

É claro que o Brasil é favorito nessa disputa. É claro que ele irá se classificar para a Copa de 2026 que terá, pela primeira vez, três sedes: Estados Unidos, México e Canadá.

Esse “é claro” que eu falei e repeti a cima é altamente discutível. Trata-se de futebol, que todos sabemos, não é uma ciência exata. Muito pelo contrário.

Por isso, ficarmos mais um ano sem técnico é um risco muito grande.

E o nosso futebol, o povo brasileiro, não merece passar por esse sufoco.

O presidente da CBF fará um pronunciamento sobre o assunto até o dia 30 próximo.

Até lá, oremos.

Veja os gols:

https://youtu.be/9CNSz09gIAg

_______________________________

Mário Marinho – É jornalista. É mineiro. Especializado em jornalismo esportivo, foi FOTO SOFIA MARINHOdurante muitos anos Editor de Esportes do Jornal da Tarde. Entre outros locais, Marinho trabalhou também no Estadão, em revistas da Editora Abril, nas rádios e TVs Gazeta e Record, na TV Bandeirantes, na TV Cultura, além de participação em inúmeros livros e revistas do setor esportivo.

(DUAS VEZES POR SEMANA E SEMPRE QUE TIVER MAIS NOVIDADE OU COISA BOA DE COMENTAR)

_____________________________________________________________________

 

1 thought on “Seleção sem comando, um perigo. Blog Mário Marinho

  1. Caro Marinho, como sempre – e há muitos e muitos anos – uma análise perfeita, com argumentos corretos e conclusões equilibradas. E, claro, com seu texto brilhante e objetivo.
    Abraço fraterno do
    Guimão

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Assine a nossa newsletter