Cruzeiro volta ao Mineirão. Blog Mário Marinho
Pela primeira vez neste ano de 2023, o Cruzeiro mandará o seu jogo (contra o Fluminense, pelo Brasileirão) no Mineirão.
A crise entre o Cruzeiro, de Ronaldo Fenômeno, e a Minas Arena, gestora do Mineirão, foi deflagrada logo no começo do ano, com Ronaldo reclamando das altas taxas para utilização do Mineirão e, o que é pior, com o estádio sendo usado para shows, deixando o Cruzeiro sem opção.
Foram muitas as tentativas de negociação e todas elas fracassadas.
Enquanto isso, o Cruzeiro mandou seus jogos em cidades do Interior e também no Independência, campo do América.
O Mineirão, além de um belo estádio circundado pela bela paisagem da lagoa da Pampulha, é um ícone do futebol mineiro.
Futebol mineiro que se divide em duas partes: Antes do Mineirão e Depois do Mineirão.
O estádio, que se chama Estádio Governador Magalhães Pinto, foi inaugurado em setembro de 1965.
Antes do Mineirão, o torcedor tinha os estádios acanhados e desconfortáveis como o do Atlético (estádio Antônio Carlos, no bairro de Lourdes, capacidade para cerca de cinco mil pessoas)); o do Cruzeiro (estádio Juscelino Kubitschek, no Bairro Preto, também com capacidade para cerca de cinco mil pessoas) e o campo do América (Independência, com capacidade para 12 mil torcedores).
Na época, o Independência pertencia ao Sete de Setembro, time de futebol há anos licenciado na Federação Mineira. Era no Independência que os clássicos mineiros eram disputados.
Com a inauguração do Mineirão, o futebol mineiro ganhou novo alento.
O torcedor já tinha um estádio seguro, confortável para assistir aos jogos.
Antevendo um futuro altamente promissor, o então presidente do Cruzeiro, Felício Brandi, tratou de montar um time à altura do novo Estádio.
Nasceu aí um timaço que tinha como destaques o goleiro Raul, o volante Wilson Piazza, o armador Dirceu Lopes e, principalmente, o atacante Tostão, o craque daquele timaço.
O Cruzeiro tornou-se uma equipe realmente nacional.
No ano seguinte, aplicou tremenda goleada no Santos de Pelé, 6 a 2, em jogo da Copa do Brasil, no Mineirão.
Dias depois, o Cruzeiro voltaria a vencer o Santos, desta vez por 3 a 2, no Pacaembu, ficando com o título da Copa do Brasil.
A capacidade de público do Mineirão era de 120 mil torcedores.
Quando o Brasil foi escolhido sede da Copa do Mundo de 2014, todos os estádios que receberiam jogos passaram por importantes reformas para colocar o Estádio no que se convencionou chamar de Padrão Fifa.
Entre outras exigências, houve a de que o estádio precisaria oferecer cadeiras para todo torcedor.
Aí o Mineirão teve sua capacidade diminuída para 62 mil torcedores.
Aliás, o Mineirão foi palco da triste e inesquecível derrota para Alemanha, 7 a 1.
O Independência, que foi também construído pelo governo do Estado (para a Copa do Mundo de 1950) e hoje pertence ao América, também passou por excelente reforma, transformando o Estádio com sua modesta capacidade para 12 mil torcedores, para os atuais 23 mil com muito conforto e segurança.
A briga entre Cruzeiro e Minas Arena ficou tão séria que foi preciso da intermediação do governado Zema para que se chegasse a um acordo.
O contrato assinado vai até o final de 2025 e prevê, desde já, 35 datas para o Cruzeiro.
Assim, a Paz volta a reinar no futebol Mineiro.
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Mário Marinho – É jornalista. É mineiro. Especializado em jornalismo esportivo, foi durante muitos anos Editor de Esportes do Jornal da Tarde. Entre outros locais, Marinho trabalhou também no Estadão, em revistas da Editora Abril, nas rádios e TVs Gazeta e Record, na TV Bandeirantes, na TV Cultura, além de participação em inúmeros livros e revistas do setor esportivo.
(DUAS VEZES POR SEMANA E SEMPRE QUE TIVER MAIS NOVIDADE OU COISA BOA DE COMENTAR)
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Ôba , finalnente abriu espaço para O futebol mineiro !
Gostei , ótima matéria !