A emoção dos pênaltis. Blog Mário Marinho

Não há definição melhor para a decisão por pênaltis, do aquela frase criada pelo ótimo Galvão Bueno há algumas centenas de anos: “Haja coração!”

Foi o que aconteceu neste domingo, na Neo Química Arena, com a façanha do atrevido Ituano que, há uma semana, corria o risco de rebaixamento e ousou, simplesmente, eliminar o Corinthians.

Foi super emocionante!

No jogo de bola rolando pelos noventa e poucos minutos, o Timão ficou longe de suas últimas apresentações. Foi gritante a falta que fez Renato Augusto, substituído por um tímido Paulinho que, ironia do destino, fez o gol que levou a decisão para os pênaltis.

Por falar nessa decisão, a austera Fifa usa a expressão “tiros livres direto a partir da marca penal” para definir a popular decisão nos pênaltis.

Mas, ainda com a bola rolando, o Cássio não costuma levar gols como esse do Ituano, que foi uma pancada que dificilmente o lateral direito Rai Ramos vai repetir (aliás, ele perdeu a cobrança de pênalti). Foi uma pancada, repito, mas do meio da rua. Cassio tinha toda a visão da jogada, é um goleiro de excelentes reflexos, mas não deu a necessária impulsão para defender a defensável bola.

O Ituano, por sua vez, surpreendeu. Aquele time que somou 12 pontos em 12 jogos disputados (3 vitórias, 3 empates, 6 derrotas) tomou conta do jogo. Elevou sua marcação e pressionou a saída de bola corintiana.

Vamos aos pênaltis.

Eu nunca me esqueço dos ensinamentos do filósofo de futebol o carioca Neném Prancha que dizia: “O pênalti é tão importante que deveria ser cobrado pelo presidente do Clube, de paletó e gravata”.

Outro ensinamento vem do festejado técnico Elba de Pádua Lima, o Tim.

“Pênalti, dizia ele, tem que ser cobrado rasteiro. Se cobrado alto, corre o risco de uma súbita ventania levar a bola para as cucuias. Agora, se cobrado rasteiro, a bola não vai nunca entrar na terra.”

Segundo a teoria – e elas são muitas no futebol – os jogadores mais experientes é que devem cobrar.

Você, certamente, se lembra da Copa do Catar, quando o Brasil foi eliminado pela Croácia na cobrança de pênaltis.

A primeira cobrança foi feita pelo garoto Rodrygo. E, aí, houve uma grita geral:

– Por que mandaram um garoto fazer a primeira cobrança? Tinha que ser o Neymar, assim como foi o Messi na Argentina.

Então, voltamos para a Neo Química.

O primeiro cobrador da tarde foi o lateral Fábio Santos, cobrador oficial de pênaltis do Corinthians e um dos mais experientes do elenco.

Que aconteceu? O competente e veterano Fábio Santos bateu mal o que permitiu a defesa do goleiro Jeferson.

Mas vamos em frente.

Aí chegou a vez de outro competente e experiente jogador: o lateral direito Fágner, que até já participou de Copa do Mundo.

O que aconteceu? Fágner também perdeu.

E chegou a última cobrança do Corinthians.

Mais um veterano, velho de guerra, de raça: Gil.

O que aconteceu? Gil mandou a bola na trave.

Na sequência o Ituano converteu sua cobrança, classificou-se e botou o Timão pra fora do Paulistão.

Ou seja: jogar mal foi apenas um detalhe corintiano.

Parece que os astros se enfileiraram e tramaram contra o Corinthians.

Em Minas, o América, do Mário Marinho, venceu por 2 a 0 o Cruzeiro, do Ronaldo Fenômeno.

O jogo foi disputado na Arena do Jacaré, em Sete Lagoas, cidade distante 80 quilômetros de BH.

O mando de jogo foi do Cruzeiro que está em litigio com a administração do Mineirão.

Ronaldo reclama que já perdeu o mando de jogo muitas vezes, por causa de shows no Estádio.

Por conta disso, Ronaldo assinou contrato com o América e tem feito lá jogos que deveriam ser no Mineirão.

Essa é uma briga em que os dois perdem. Tanto o Mineirão quanto o Cruzeiro. Seus dirigentes deveriam sentar-se à mesa, como pessoas civilizadas, e encontrar uma solução. O governador de Minas, Romeu Zema, já constituiu uma comissão para discutir e encontrar solução para o problema.

Com a vitória por 2 a 0, o meu América pode perder para o Cruzeiro por 1 a 0 que mesmo assim estará classificado para a final.

Na outra ponta, o Athletic, da cidade de São João del Rey, venceu o Galo por 1 a 0. Neste jogo, o fortão e veterano Hulk perdeu um pênalti.

O jogo de volta será sábado, em BH, e o Atlético precisa reverter o resultado.

No Rio de Janeiro, o Fluminense, campeão da Taça Guanabara, foi batido pelo Volta Redonda, por 2 a 1. O jogo de volta será sábado, no Maracanã.

O Flamengo, que é dirigido por Vitor Pereira, ainda joga hoje, segunda-feira, 13, contra o Vasco da Gama.

_________________________________

Mário Marinho – É jornalista. É mineiro. Especializado em jornalismo esportivo, foi durante muitos anos Editor de Esportes do Jornal da Tarde. Entre outros locais, Marinho trabalhou também no Estadão, em revistas da Editora Abril, nas rádios e TVs Gazeta e Record, na TV Bandeirantes, na TV Cultura, além de participação em inúmeros livros e revistas do setor esportivo.

(DUAS VEZES POR SEMANA E SEMPRE QUE TIVER MAIS NOVIDADE OU COISA BOA DE COMENTAR)

____________________________________________________________________________