Aonde vai parar o Santos? Blog Mário Marinho
Pelo terceiro ano consecutivo o bicampeão mundial Santos, que tornou histórica a Vila Belmiro, está fora da segunda fase do Paulistão.
Parece incrível, mas bastava ao Santos o empate para se classificar. O adversário foi o Ituano que, sem dó nem piedade, meteu 3 a 0 no time do eterno Rei Pelé que, assim, foi eliminado.
No Grupo A, do Santos, o Bragantino classificou-se em primeiro lugar com 20 pontos. Em segundo, ficou o Botafogo, com 14. Em terceiro lugar ficou o Santos, com os mesmo 14 pontos, porém com uma vitória a menos. Se tivesse empatado com o Ituano, o Santos chegaria a 15 pontos e estaria classificado.
Essa não é uma situação pontual.
Nos três últimos anos, o Santos não se classificou para a segunda fase do Paulistão.
Perdeu uma grande chance para fortalecer suas combalidas finanças.
Essa fase do Paulistão até que foi rentável.
Mais de um milhão de torcedores assistiram aos jogos. Corinthians, São Paulo e Palmeiras somaram um público de quase 700 mil pessoas.
Destes, Corinthians e São Paulo mantiveram média de 40 mil torcedores por jogo.
A média geral de público foi de pouco mais de 11 mil torcedores por jogo. É uma boa média para o Paulistão em se tratando de fase classificatória. É evidente que essa média crescerá nessa fase de mata-mata.
E o Santos perde a possibilidade de ganhar uma boa grana.
Mas a ameaça ao Santos é mais séria: pode ficar de fora da milionária Copa do Brasil do ano que vem.
Pelo regulamento atual, o Paulistão garante vaga na Copa do Brasil aos cinco primeiros colocados. No momento, têm vaga garantida: Palmeiras, São Bernardo, São Paulo, Água Santa e o Corinthians.
O Santos é apenas o 11º na classificação geral.
Outra forma de conseguir a vaga é se classificando através da Libertadores.
E há, ainda, uma última possibilidade: A Copa Paulista que é disputada no segundo semestre, normalmente com a participação de times do Interior. O Santos pode se inscrever nessa Copa.
Enfim, situação calamitosa essa do Santos.
Pra quem já torceu e vibrou com este time: Gylmar; Lima (Carlos Alberto Torres), Mauro, Calvet e Dalmo; Zito e Mengálvio (Clodoaldo); Dorval, Coutinho (Toninho Guerreiro), Pelé e Pepe (Edu), o momento é de fazer chorar.
Que fase,
Mengão!
O Flamengo, de Vitor Pereira, continua seguindo nessa marcha triste o seu caminho aflito, como diz a bela canção de Marcos Valle, imortalizada na bela e saudosa voz de Elis Regina.
Ontem, perdeu para o Vasco da Gama, no Maracanã, mesmo palco da eliminação da Recopa Sul-Americana, na semana passada, para o pouco brilhante Independiente Del Valle. Vexame testemunhado por mais de 70 mil flamenguistas.
Mas a série de vexamos do Flamengo ganhou mais um capítulo na semana passada.
Leia abaixo a notícia publicada no Lance:
“O departamento financeiro do Flamengo cometeu um erro durante a transferência do jogador João Gomes para o Wolverhampton, da Inglaterra, e fez uma transferência para um xará do volante. Um outro “João Gomes” recebeu R$ 1 milhão e 897 mil. A informação foi publicada pelo canal “Paparazzo Rubro-Negro” e confirmada pelo LANCE!.
O clube precisou acionar a Justiça para reaver o dinheiro, dando entrada em tutela cautelar. O dinheiro já foi bloqueado e será devolvido aos cofres rubro-negros, sendo repassado ao “João Gomes certo” pelo Flamengo.”
Parece inconcebível que um departamento financeiro de uma grande empresa cometa erro tão grosseiro.
Estamos falando aqui de quase dois milhões de reais e não de gorjeta que se dá ao flanelinha que finge tomar conta do seu carro.
Essa história me remete a um caso acontecido com o grande Santos da década de 1960.
O time tinha feito um jogo na Colômbia e recebeu em cash o pagamento de 200 mil dólares, dobradinhos e colocados dentro de uma dessas sacolas de viagem.
O jornalista Odair Pimentel acompanhava o Santos.
O time aguardava no hotel a hora do embarque para São Paulo. De repente, chegou o aviso de que o voo foi antecipado.
Houve um corre-corre entre jogadores e membros da comitiva.
Odair Pimentel, sempre muito calmo, ficou por último.
Ao passar em frente o apartamento de um diretor, notou que a porta estava aberta.
Entrou e constatou que não havia ninguém. Mas, uma sacola preta chamou sua atenção.
Foi verificar e lá estavam os 200 mil dólares.
Pimentel pegou a sacola e levou para o aeroporto, onde identificou o diretor que havia esquecido a merreca.
Não fosse o jornalista, o Santos tinha levado um belo de um prejuízo.
Veja os gols do Fantástico:
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Mário Marinho – É jornalista. É mineiro. Especializado em jornalismo esportivo, foi 
durante muitos anos Editor de Esportes do Jornal da Tarde. Entre outros locais, Marinho trabalhou também no Estadão, em revistas da Editora Abril, nas rádios e TVs Gazeta e Record, na TV Bandeirantes, na TV Cultura, além de participação em inúmeros livros e revistas do setor esportivo.
(DUAS VEZES POR SEMANA E SEMPRE QUE TIVER MAIS NOVIDADE OU COISA BOA DE COMENTAR)
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MMarinho. Futebol brasileiro na UTI. Não tenho nenhum conhecimento sobre a administração financeira de um Clube de futebol. Mas, é para se perguntar sobre o destino das verbas por vendas de jogadores. Temos exemplos de sobra no futebol Paulista, mas a mídia se cala. Nossa querida Lusa, Guarani, Ponte Preta, Comercial de Ribeirão Preto, celeiros de craques renomados…. mas a grana derreteu. A má gestão vem de cima, das federações e da entidade maior do nosso maior esporte. Triste fim.
Boa pergunta, Marinho. Para onde vai o Santos? O único orgulho que restou ao santista é o de nunca ter visto seu time numa segunda divisão, mas parece que há muita gente empenhada para que isso aconteça.