Praga de corintiano. Blog Mário Marinho
Quando eu era criança pequena lá em Belo Horizonte (faz tempo…) eu ouvia com frequência a frase:
“Praga de mãe é a pior de todas. Pega mesmo!”
Eu não entendia muito por que uma mãe iria rogar praga. Seria contra o próprio filho? Ou contra alguém que, intencionalmente, prejudicou o seu filho?
E a praga do corintiano? É forte.
Claro que é.
Afinal, todo corintiano tem mãe. Imagine, portanto, quantas mães estão detrás da praga rogada contra Vitor Pereira, ex-técnico do Timão.
A história é conhecida, mas vale lembrar.
O português Vitor Pereira chegou ao Corinthians no ano passado.
Embora polêmico, conseguiu bons resultados com um time de elenco fraco.
Assim, nada mais justo que, ao final do ano, renovar o seu contrato.
Mas, para surpresa geral, o VP como também é chamado, recusou a renovação, alegando que tinha que voltar para Portugal para cuidar da saúde da sogra.
Motivo dos mais nobres.
Mas um mês depois ele assinou contrato com o festejado time do Flamengo, cheio de estrelas e com uma história bonita de conquistas.
O Corintiano, claro, ficou pê da vida.
E a praga foi lançada: vai ser um fracasso.
Ao chegar ao Flamengo no começo deste ano, VP disse que assumia um time com grandes possibilidades de conquistar títulos.
E havia mesmo.
Afinal, só no primeiro trimestre, o Mengão disputaria a Supercopa do Brasil, o Mundial de Clubes e a Recopa Sul-Americana.
E não ganhou nenhum dos títulos.
A mais recente e retumbante derrota foi para o fraco Independiente Dell Valle, em pleno Maracanã.
Mais uma vez, o Mengo foi vice, como já havia acontecido com a Supercopa do Brasil.
No Mundial, nem isso, ficou em terceiro.
Os piadistas de plantão estão dizendo que o técnico mudou de nome: VP não quer dizer mais Vitor Pereira e, sim, Vice Pereira.
O amigo Francisco Busico, presidente da AAFC (Associação dos Aposentados da Fundação Cesp), palmeirense até à medula, e ex-diretor financeiro do Verdão, não perdeu a chance e mandou este Whatsapp:
“O Vitor Pereira é mais técnico que o Abel Ferreira. Afinal, o Abel faz a alegria só dos palmeirense. Já o Vitor alegra o mundo todo”.
Por falar em praga, uma história famosa é a da “Praga da mãe do Pitico”.
Pitico era um valoroso meio-campista da Ponte no começo dos anos 1960.
Pois, neste ano, a Ponte fez péssima campanha no Paulistão. Dos 34 jogos que participou, venceu apenas 4, empatou 9 e perdeu 21.
Resultado: o time foi rebaixado para a Segunda Divisão.
Pitico, que era um dos ídolos da torcida, foi banido da Ponte Preta, com alguns outros companheiros, numa atitude que foi considerada injusta para com o jogador.
Consta que a mãe do Pitico, revoltada com a atitude dos dirigentes, lançou a praga:
“A Ponte vai ficar 10 anos na Segunda Divisão”.
E não deu outra. Embora tenha feito boas campanhas nesse intervalo, a Ponte só voltou à primeira divisão em 1969, quando o ciclo dos 10 anos estava se completando.
Ou seja: praga tem começo e fim.
Embora não seja tão pesada quanto As 10 Pragas do Egito, a Praga Corintiana deve estar atazanando a vida do gajo Vitor Pereira.
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Mário Marinho – É jornalista. É mineiro. Especializado em jornalismo esportivo, foi durante muitos anos Editor de Esportes do Jornal da Tarde. Entre outros locais, Marinho trabalhou também no Estadão, em revistas da Editora Abril, nas rádios e TVs Gazeta e Record, na TV Bandeirantes, na TV Cultura, além de participação em inúmeros livros e revistas do setor esportivo.
(DUAS VEZES POR SEMANA E SEMPRE QUE TIVER MAIS NOVIDADE OU COISA BOA DE COMENTAR)
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