A perna curta. Por José Horta Manzano
Mentira tem perna curta, todo o mundo sabe disso.
E o ditado vale para todos, sem exceção. Quem mente muito acaba desmascarado com frequência.
O capitão Bolsonaro, que um dia governou este país, entra na categoria dos mentirosos compulsivos. Para o ouvinte de cabeça fria, destrinchar o que ele diz e separar o falso do verdadeiro é um desafio.
Desde que se instalou a pandemia de covid, o capitão não deixou escapar nenhuma ocasião para zombar do povo maricas que tinha medo da doença. Assim que surgiu a vacina, montou uma cruzada contra ela. Disse que todos tinham de fazer como ele, que era homem de verdade e que recusava a vacina. Preferia cloroquina.
Muitos adeptos do presidente engoliram essa gororoba, esnobaram a vacina anticovid e ainda proibiram os filhos de se vacinarem contra doenças infantis. Um triste desastre.
Empacado, Bolsonaro jurou de pés juntos nunca ter se vacinado contra a covid. Apesar disso, impôs 100 anos de sigilo aos dados de seu cartão de vacinação. O Brasil ficou com a pulga atrás da orelha. Se é verdade que não se vacinou, por que diabos esconde o cartão? Aí tem treta.
Com o capitão derrotado nas urnas e fugido para o exterior, o mistério é agora desvendado. Por fim, é conhecida a razão do sigilo secular: ele se vacinou sim. Que desmoralização, capitão! O distinto leitor e a simpática leitora poderão argumentar que, pra se desmoralizar, é preciso antes ter moral. Mas essa já é uma outra história.
Homiziado na Florida, Bolsonaro foi obrigado a reagir. Negou com veemência ter se vacinado e alegou que o registro é obra de algum pirata informático mal-intencionado. Exaltado, ameaçou entrar com processo contra o ministro da CGU que desvendou o segredo. Quá!
Realmente, o capitão estava convencido de que ia continuar no poder indefinidamente, com reeleição ou golpe, tanto faz. Imaginava que, enquanto estivesse vivo, ninguém jamais teria acesso a seu registro vacinal.
A reeleição não veio, o golpe gorou, outro presidente está no Planalto. E o mentiroso da perna curta levou um tombo e caiu de boca.
E agora? Como se justificar perante os devotos por seus conselhos furados? Como explicar atitudes do tipo “faça o que eu digo, não o que eu faço”?
Sem problema: seus seguidores acreditam em qualquer historinha, por mais esfarrapada que seja, desde que venha da boca do ex-não-vacinado. Cada um acredita no que quer, não é mesmo?
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JOSÉ HORTA MANZANO – Escritor, analista e cronista. Mantém o blog Brasil de Longe. Analisa as coisas de nosso país em diversos ângulos, dependendo da inspiração do momento; pode tratar de política, línguas, história, música, geografia, atualidade e notícias do dia a dia. Colabora no caderno Opinião, do Correio Braziliense. Vive na Suíça, e há 45 anos mora no continente europeu. A comparação entre os fatos de lá e os daqui é uma de suas especialidades.
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É lamentável . Haverá alguém mais canalha e mentiroso do que Lula?
Falar de Bolsonaro, e não falar do maior gângster do Brasil, e de sua caterva de bandidos que empalmaram o Poder Executivo na maior fraude eleitoral explícita havida no mundo ocidental, mostra claramente o nível da imprensa vendida e suja que temos atualmente no Brasil.
Que decadência para o Chumbo Grosso.
Muito triste: Carlinhos Brickmann treme no túmulo.
Você, Manzano, porque não vem morar aqui, e ficar feliz nas mãos do narcotráfico e do crime sob todas as sua facetas?
Gostoso defender bandido na Suíça….
Venha desfrutar a maravilhosa republiqueta narcocleptocrata que é hoje o Brasil e toda a America Latrina.
E mais, meu caro, não adianta tampar o sol. Falar em seguidores de Bolsonaro, é dar de avestruz, Bolsonaro é o que menos importa no jogo em curso, pois 70% dos brasileiros são conservadores, contra os quadrilheiros petralhas e esquerdopatas, que pretendem destruir a civilização judaico cristã. O povo nas ruas nestes 4 anos de Bolsonaro mostrou de que lado está.
Porque será que Lula não pode sair ás ruas?