O grito. Por Angelo Castello Branco
Ha mais de 30 anos que essa questão de golpe através da intervenção militar é considerada absolutamente fantasiosa. Só serve para fins eleitoreiros e para enganar incautos inocentes eleitores, massa de manobra dos mais espertos.
O Brasil é hoje uma potência econômica na América Latina com trilhões de dólares investidos por empresas brasileiras e estrangeiras. A sólida estrutura econômica do nosso país sequer abre espaço para se levantar tais hipóteses.
O que há no Brasil é a ausência de uma base ética dentro das nossas próprias instituições. O exemplo deplorável de certos membros do judiciário nos últimos anos, debochando dos demais poderes, é uma marca triste que nos revela a fragilidade do caráter da política elitista brasileira. O congresso nacional perdeu a capacidade de decidir e passou a judicializar projetos e decisões de sua competência, se auto depreciando numa escala preocupante. Elegemos chefes de estado toscos incapazes de pregar a conciliação e mestres na arte de confrontar e desunir.
É inconcebível que continuemos a eleger presidentes da república tendo como parâmetros o debate sobre corrupção, prisões, atentados e assassinatos. A sociedade brasileira está exaurida e não suporta mais ver seus recursos, recolhidos através de um sistema tributário rigoroso, serem desperdiçados a troco de nada.
A discussão eleitoral deve girar em torno de propostas de desenvolvimento e de justiça social, para acabar, sem corrupção, com a fome, a miséria e o analfabetismo que condenam os pobres a permanecerem excluídos das condições dignas de vida, sem presente e sem futuro.
O que temos de cobrar dos nossos governantes é a mais ampla transparência na aplicação do dinheiro dos nossos impostos. Não há justiça social nem plena democracia sem que isso seja observado com rigor e honestidade. Simples assim.
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Angelo Castelo Branco – Jornalista. Autor de O Artífice do Entendimento – biografia do ex vice presidente Marco Maciel. Recifense, advogado formado pela Universidade Católica de Pernambuco. Com passagens pelo Jornal do Commercio, Jornal do Brasil, Diário de Pernambuco, Folha de S. Paulo e Gazeta Mercantil, como editor, repórter e colunista de Política.
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Obrigada. Até que enfim um articulista que expôs o desejo de milhões de brasileiros desde a eleição do primeiro presidente da república em 1989, após o período da Ditadura Militar. Quando apareceu o Caçador de Marajás. Estou à espera desse acontecimento desde 1982, quando elegemos os primeiros governadores pós 1964.