Yom Kippur QUE DEUS NOS ESCREVA NO BOM LIVRO, AMÉM

Que Deus nos escreva no bom livro, Amém. Por Wladimir Weltman

Em 2018, ano em que Jair Bolsonaro foi eleito presidente, postei este texto falando do ano novo judaico, o Rosh Hashaná.

Yom Kippur - QUE DEUS NOS ESCREVA NO BOM LIVRO, AMÉM

OS DIAS TERRÍVEIS

No ano novo judaico não enchemos a cara, nem dançamos até o sol raiar, nem soltamos fogos de artifício. Na verdade, os dez dias entre o primeiro dia do ano, o Rosh Hashaná (cabeça do ano) e o Yom Kippur (Dia do Perdão) são comumente conhecidos como os “dias terríveis” (Yamim Noraim) ou os dias de arrependimento. Este é um momento de introspecção séria, um tempo para considerar no que erramos no ano que termina e se arrepender antes do Yom Kippur.

Entre os costumes desses dias é buscar a reconciliação com pessoas que você pode ter injustiçado durante o ano que passou. O Talmud sustenta que o Yom Kippur expia apenas os pecados entre o homem e D’s. Para expiar os erros contra outra pessoa, você deve primeiro buscar a reconciliação com essa pessoa, corrigindo o que cometeu contra ela, se for possível.

Acho que essa prática bem poderia ser aplicada nos tempos atuais de tanta intolerância e conflito…

Um feliz ano novo para todos!”

Agora nos aproximamos de mais uma eleição e o clima no Brasil, em pleno ano novo judaico, é de profunda divisão com o ódio coletivo distribuído democraticamente entre as facções.

Hoje porém não me concentrarei em falar do Rosh Hashaná, mas do Yom Kippur, o dia mais importante da fé judaica. Nesses 10 dias do ano novo que precedem o Yom Kippur nos cabe pensar seriamente sobre tudo o que fizemos de errado, buscando o arrependimento. Está provado que só os sociopatas são incapazes de se arrepender.

Chega a ser simbólico que dias antes de dedidirmos novamente os destinos da nação, a tradição judaica — de onde cristãos e mulçumanos se inspiraram para criar suas próprias crenças – nos sugere meditar e contabilizar nossas decisões erradas e prejudiciais.

A grande divisão nacional é representada por dois candidatos – Jair Bolsonaro e Luís Inácio Lula da Silva. Ambos certamente muito tem do que se arrepender. Mas caso o grande rabino da Galiléia, Josué filho de José, voltasse a terra hoje e fosse questionado por seus seguidores em quem deveriam votar, creio que Josué lhes responderia sem muita delonga, mas o faria lhes respondendo com outra pergunta, já que essa é uma tradição bastante judaica. Acho que Josué lhes diria:

“Quem escolherias para cuidar de tuas ovelhas? O Zelote enraivecido com cambistas e vendilhões do templo de Jerusalem, que utilizou força física para expulsá-los dali. Mas o fez preocupado com os pobres e desvalidos da terra? Ou o esbirro do grande sacerdote, do rei e dos romanos e, principalmente, dos cambistas e vendilhões do templo, que só almejavam o lucro e o poder? A quem confiarias o teu rebanho?”

O PT sem dúvida tem muito que se arrepender e deveria fazer a sua “mea culpa” antes do Yom Kippur e das eleições, para que Deus os escreva no livro da vida e o eleitorado os conduza novamente ao comando da nação. Tenho cá minhas dúvidas de que o farão, pois até hoje não fizeram. Porém, não me resta nenhuma dúvida de que o atual presidente jamais se arrependerá de tudo de errado que cometeu nesses quatro anos de governo.

Os que defendem o PT o fazem porque sabem (e todos nós sabemos), que eles cometeram esses erros em nome de um causa maior, que era diminuir a desigualdade sócio-econômica de nosso país. Os fins justificam os meios? Infelizmente não. Todos aqueles que creem nisso, estão fadados a errar. Só se conquista o “Santo Graal” com o coração puro. A ética e a moral são os ingredientes mais importantes e ausentes na política de nossa sociedade. Enquanto os homens públicos não entenderem isso, o país continuará sofrendo.

Mas recolocar no poder um indivíduo e seus seguidores que ferem todos os preceitos de honestidade, humanidade, bom senso, decoro, moral e ética da sociedade brasileira, é inadmissível. A vocês que ainda defendem esse crápula e sua camarilha, lembrem-se que no dia 5 de outubro Deus anotará nossos nomes nos livros da vida ou da morte. Cada cabeça, uma sentença…

Bons votos.

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WLADIMIR WELTMAN – é jornalista, roteirista de cinema e TV e diretor de TV. Cobre Hollywood, de onde informa tudo para o Chumbo Gordo

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(DIRETO DE LOS ANGELES)

1 thought on “Que Deus nos escreva no bom livro, Amém. Por Wladimir Weltman

  1. Em verdade e em verdade vos digo: nem o zelote enraivecido nem o esbirro do grande sacerdote me representam.
    E que D’us se compareça desta terra e de seus habitantes.

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