O Corinthians como querem e sonham os corintianos. Blog do Mário Marinho
Não foi uma guerra contra o Atlético Goianiense.
Mas é como se fosse.
O adversário era apenas adversário e não inimigo.
Mas é como se fosse.
O adversário não era um inimigo invadindo lares corintianos.
Mas é como se fosse.
Não é possível ocupar todos os espaços ao mesmo tempo.
Mas é como se fosse.
Em campo, o Corinthians tinha 11 jogadores. E não 11 guerreiros.
Mas é como se fosse.
Não precisava massacrar o adversário.
Mas é como se fosse.
Nem precisava pular na jugular de cada jogador goianiense.
Mas é como se fosse.
Não era preciso tirar todo o ar possível de se respirar do inimigo.
Mas é como se fosse.
Será que os astros se uniram e mandaram toda a sua energia para o Corinthians? Se não foi, é como se fosse.
Foi assim, com esse espírito, que Corinthians entrou em campo nesta quarta-feira para enfrentar o Atlético Goianiense e tentar o que parecia impossível: reverter a vantagem, 2 a 0, resultado da derrota no primeiro jogo.
A cada minuto que passava sem o gol, o objetivo parecia cada vez mais difícil de ser atingido.
Menos para a fidelíssima torcida, mais de 43 mil pagantes, que lotou a Neo Química e não parou de cantar, de empurrar, de incentivar os 11 Em Campo.
Os cruzamentos do ótimo Renato Augusto paravam sempre nas mãos do ágil goleiro Renan.
Até que aos 40 minutos, o zagueiro Gil, tal como Shaka, o Chefe Zulu, subiu de cabeça para fazer 1 a 0 e assustar o adversário.
A pressa que tomou conta – e atrapalhou – o Corinthians no primeiro tempo, transformou-se em velocidade no segundo.
Aí apareceu Yuri Alberto, o artilheiro até ontem virgem de gols no Timão, que marcou não um ou dois, mas três gols para chegar aos 4 a 0 e acabar de vez com a tremenda agonia.
Corinthians classificado.
Nunca o espírito corintiano se fez tão presente como nesta quarta-feira.
Até Roger Guedes que, às vezes, demonstra irritante frieza nórdica, batalhou, correu, deu carrinho, sujou a roupa e deu passes ótimos, como em um dos gols de Yuri Alberto.
O sarrafo da raça corintiana está lá no alto.
Será esse time capaz de reeditar essa atuação?
Se não é, deveria ser.
No Rio, o Fluminense levou um susto: o Fortaleza abriu 2 a 0. Mas, os comandados de Fernando Diniz foram à luta e chegaram aos 2 a 2. Como venceu o primeiro jogo, em Fortaleza, 2 a 0, o Flu se classificou e enfrentará o Corinthians nas semifinais.
Em Curitiba, o Flamengo passou com elegância e de bicicleta (gol de Pedro) pelo Athletico PR e está classificado esperando o vencedor do confronto América, meu América, versus São Paulo, hoje (18) à noite no Independência, estádio que na minha juventude eu frequentei bastante.
O América perdeu o primeiro jogo para o São Paulo, 1 a 0, no Morumbi, numa noite que até poderia ter vencido.
Mas não adianta chorar o leite que azedou.
Hoje não é o Coelho, de tantas glórias, que deve entrar em campo. Coelho, mesmo com tantas glórias, é muito pacífico, cordato, gentil. Hoje quem deve entrar em campo é um Tigre de presas ameaçadoras e garras contundentes.
Se não é, é como se fosse.
PS 1 – Mancini, pegue o vídeo completo da vitória do Corinthians e faça seus jogadores assistirem mais de uma vez durante o dia de hoje.
PS 2 – Tite, dê a camisa 9 ao Pedro. Com ele em campo, há sempre a possibilidade de sair gols. Nem precisa ser de bicicleta.
#Pedro Já!
Veja os gols da quarta-feira.
https://youtu.be/EQnTWcxujy0
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Mário Marinho – É jornalista. É mineiro. Especializado em jornalismo esportivo, foi durante muitos anos Editor de Esportes do Jornal da Tarde. Entre outros locais, Marinho trabalhou também no Estadão, em revistas da Editora Abril, nas rádios e TVs Gazeta e Record, na TV Bandeirantes, na TV Cultura, além de participação em inúmeros livros e revistas do setor esportivo.
(DUAS VEZES POR SEMANA E SEMPRE QUE TIVER MAIS NOVIDADE OU COISA BOA DE COMENTAR)
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