MARIA LECTÍCIA e JPC

José Paulo Cavalcanti Filho e esposa, Maria Lectícia. Posse na Academia Brasileira de Letras

Conversas de 1/2 minuto (21). Por José Paulo Cavalcanti Filho

Estão em livro que estou escrevendo (título da coluna).

Hoje, apenas com histórias relacionadas à posse na Cadeira 39 da Academia Brasileira de Letras.

 

conversas
Imortal Geraldo Carneiro, na posse da ABL

JOÃO VEIGA, médico. Encontrou, na festa, o imortal Geraldinho Carneiro e perguntou

– O senhor é Gerald Thomas?

– Sou.

Achei graça e disse baixinho, a Veiga,

– Você está falando é com o jornalista Zuenir Ventura.

– O senhor é Zuenir?

– Sou.

– Afinal, quem é o senhor?

– Sou quem você quiser que eu seja, doutor.

 

Imortal Zuenir Ventura, na posse de JPC na Academia Brasileira de Letras

MARCELO NAVARRO RIBEIRO DANTAS, ministro do STJ. Na cerimônia de entrega do Relatório Final da Comissão Nacional da Verdade (em 2014), disse Marcelo da gravata que usei

– É a mais bonita que já vi.

– É sua.

Entreguei. Ele

– Vou guardar para usar em sua posse na Academia Brasileira de Letras.

E usou mesmo, 8 anos depois. É um vidente.

MARCOS VILAÇA. Não pôde fazer o Discurso de Recepção, em razão de problemas médicos. E lembrei na hora um bilhete de aniversário que lhe mandei, no passado que passou:

– Vilaça amigo/ Ouve o que digo

Tô com saudade/ Da mocidade

Da vida rude/ Da juventude

Da vida boa/ De andar à toa

E da maçada/ De fazer nada

Com a indolência/ A competência

A imprudência/ E a impertinência

Dos desenganos / Dos verdes anos.

Ao fim, reconheci que os verdes anos já se foram e fiz votos de que muitos anos maduros ainda nos esperam.

MARIA LECTÍCIA. Para ela, no disco Cantorias de Pé de Parede, escrevi esses versos no gênero As Coisas que eu Gosto de Fazer, que recitei na cerimônia:

 – Eu ficava querendo um dia ver-te

Quando um dia te vendo eu me perdi

Em teu rosto afinal compreendi

Que a vida só vale para ter-te.

E o pecado tão doce de querer-te

Não permite que eu possa te esquecer

Em teus braços me entrego por saber

Que tu’alma será um dia minha

Para sempre serás minha rainha

São as coisas que eu gosto de fazer.

Na manhã radiosa desse dia

Pelo qual sem saber sempre esperei

Pressenti que te tendo eu não terei

A tristeza que o peito pressentia.

E que eras tu mesmo eu já sabia

Sem que fosse preciso nem dizer

Porque sempre sonhei que iria ver

Teu sorriso sorrindo para mim

E eu sorrindo a teu lado até o fim

São as coisas que eu gosto de fazer.

 

E ao fim declarei, aos agora confrades, Maria Lectícia essa cadeira é sua.

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Não deixe de ler:

José Paulo Cavalcanti FilhoÉ advogado e um dos maiores conhecedores da obra de Fernando Pessoa. Integrou a Comissão da Verdade. Vive no Recife. Acaba de ser eleito para a Academia Brasileira de Letras, cadeira 39.

jp@jpc.com.br

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(fotos posse: Marli Gô)

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