Timão anda meio perdido. Blog do Mário Marinho
Também parece perdido o técnico português, Vitor Pereira, que chegou ao Corinthians no dia 23 de fevereiro e já encarou o clássico contra o São Paulo no dia 5 de março.
No total são 11 partidas ao todo, com cinco vitórias, cinco derrotas e um empate.
Não é um desempenho satisfatório para um time que tem imensa e exigente torcida.
O torcedor já começa a se questionar se Vitor Pereira é um técnico certo ou se é apenas um certo técnico.
A situação se agravou com a derrota para o Palmeiras neste fim de semana.
Está escrito até nas estrelas que o Verdão tem mais time que o Timão. Em condições normais, já seria um jogo difícil. Daqueles que, o torcedor não confessa, mas se sentiria totalmente compensado com um empate.
Mas o técnico Vitor Pereira, talvez por desconhecimento do tamanho do adversário ou da importância que tem esse dérbi para a torcida, resolveu escalar time misto.
Uma temeridade.
É como escalar um turista que chega pela primeira vez à Espanha, para encarar um touro em Las Ventas, a mais tradicional praça de touradas da Espanha: é o desastre anunciado.
Ah!, mas o Corinthians tem jogo importante pela Libertadores na terça-feira, certamente dirá Vitor Pereira em sua defesa.
É verdade.
Porém, perder para o Palmeiras, levar um baile e sair de campo dando graças a Deus por ter sido apenas 3 a 0, é muito para o apaixonado torcedor.
Sem contar que o time entra com o moral desgastado para o jogo contra o Boca, amanhã, na arena Neo Química.
As coisas no Timão andam meio confusas.
Desde sexta-feira passada, dirigentes e jogadores não falam com a Imprensa. Pior: nem mesmo os canais de comunicação oficial publicaram alguma notícia.
Contra quem é esse movimento?
A Imprensa? Não se sabe de nenhum fato novo a causar tão drástica medida.
E o torcedor, como fica?
Ele é a razão da existência do Clube e, portanto, deve ser respeitado.
Os jogadores e o técnico têm obrigação de, ao final do jogo, dar entrevistas não importando se o time venceu ou perdeu.
Menino
mal criado
Neymar tinha por volta dos 16-17 anos quando começou a mostrar comportamentos reprováveis dentro de campo.
Certa vez, acintosamente, no meio de um jogo na Vila Belmiro, brigou com o técnico Dorival Jr, aos gritos, ofendendo o veterano treinador.
De outra vez, com o jogo parado para a cobrança de uma falta, deu um chapéu no Chicão, zagueiro do Corinthians, que se aproximava para pegar a bola e cobrar a falta. Deu o chapéu seguido de sonora gargalhada, humilhando seu companheiro de profissão.
Lembro-me que após o episódio com Chicão, o pai de Neymar foi entrevistado e absolveu seu filho.
– Ele é apenas uma criança, não faz isso por mal.
A partir dali, Neymar foi acumulando suas ações reprováveis dentro e fora de campo.
Dentro de campo, com alguma seriedade, ele é, sem dúvida, o melhor jogador brasileiro da atualidade.
Mas a sua pouco recomendável vida fora de campo tornou o garoto uma figura antipática.
Essa antipatia teve seu auge no fim de semana, quando o PSG levantou o título de Campeão Francês, ao empatar com o fraco Lens.
Como o PSG vencia por 1 a 0 e até mesmo o empate lhe garantia o título, os torcedores, para mostrar sua revolta, começaram a abandonar o estádio. Os que ficaram passaram a vaiar o time, principalmente Neymar.
O time se desconcentrou com as vaias e acabou por tomar o gol de empate. E assim terminou: 1 a 1, PSG campeão nacional.
Os jogadores, constrangidos, se abraçaram. Não havia clima para a tradicional volta olímpica.
Neymar, entrevistado após o jogo, não se desculpou. Ele nunca se curva:
– Ainda tenho três anos de contrato. Ou eles param de vaiar ou vão ter que arranjar muito fôlego.
Uma pena.
E mais do que uma pena: Neymar é nossa maior esperança de bom desempenho na Copa do Catar, no mês de novembro.
O menino de 17 anos não cresceu.
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Mário Marinho – É jornalista. É mineiro. Especializado em jornalismo esportivo, foi durante muitos anos Editor de Esportes do Jornal da Tarde. Entre outros locais, Marinho trabalhou também no Estadão, em revistas da Editora Abril, nas rádios e TVs Gazeta e Record, na TV Bandeirantes, na TV Cultura, além de participação em inúmeros livros e revistas do setor esportivo.
(DUAS VEZES POR SEMANA E SEMPRE QUE TIVER MAIS NOVIDADE OU COISA BOA DE COMENTAR) ____________________________________________________________________
É sempre ganho de tempo ler seus textos: sempre precisos, semore elegantes. Vai daqui um abraço.