Coelho na Libertadores! Blog do Mário Marinho
São 109 anos de história, de lutas, de fracassos, de vitórias, de lágrimas e sorrisos.
Mas, aí está: pela primeira vez em sua história, o América vai disputar a Libertadores.
A conquista veio com a vitória, na noite de ontem, sobre o São Paulo, 2 a 0.
Lembro-me que a primeira vez que vi o América jogar foi no antigo estádio da Alameda.
Eu deveria ter uns 7 ou oito anos.
Lembro-me da Eva, que era empregada doméstica da minha família. Além dos afazeres normais, ela desempenhava também a função de babá: éramos todos crianças – eu e meus irmãos.
Naquela noite no estádio, a Eva, atleticana, gritava freneticamente o nome do Ubaldo, um centroavante fazedor de gols, nova paixão dos atleticanos.
O campo era do América, mas a atleticana Eva se esgoelava por seu time. Era normal. Ninguém brigava por isso.
Naqueles anos 50, o América era o segundo time de Minas: o Galo era o líder e o Cruzeiro vinha em terceiro lugar, muitos pontos abaixo do meu América.
Essa situação se inverteu quando da inauguração do Mineirão.
O Cruzeiro, comandado por uma dupla eficiente e sagaz, formada por Felício Brandi e Carmine Furletti, enxergou o futebol anos à frente e montou um time vencedor, formado pelo goleiro Raul (da camisa amarela), o meio de campo com Wilson Piazza e Dirceu Lopes e um ataque arrasador com Natal, Evaldo, Tostão e Hilton Oliveira.
O América, tomado por uma desorganização crônica afundou.
Sua história no Brasileirão, é aquela do ioiô: sobe num ano, cai no seguinte.
Cheguei até a escrever uma postagem aqui no Blog, afirmando que, parece, a Série A faz mal ao América.
Mas, esse ano, a história do meu Coelho foi diferente.
Começou o ano dirigido pelo extravagante técnico Lisca que fazia um bom trabalho e depois pediu demissão. Para o seu lugar, veio Vágner Mancini. Que manteve a boa toada.
Mas, seus olhos cresceram quando o Grêmio acenou com um convite. E Mancini lá se foi na certeza de que era melhor estar num time grande, mesmo ameaçado.
Deu com os burros n`água e foi rebaixado.
Para o lugar do Mancini, o América contratou o santista Marquinho Santos, jovem de 42 anos e ainda sem títulos a ostentar e vícios a lamentar.
Deu certo.
Assim, o América chegou à Libertadores.
Em campo, sua grande estrela é o atacante Ademir, rápido e goleador.
Infelizmente, já tem um pré-contrato assinado com o Atlético.
A boa notícia, para os torcedores do América, é que um investidor estrangeiro está disposto a investir e profissionalizar o time.
Esse investidor é Joseph Da Grosa um empresário norte-americano de 55 anos com fortuna bilionária. Conforme estimativas, seu patrimônio está avaliado em US$ 3,5 bilhões – cerca de R$ 20 bilhões na cotação atual.
Tomara que dê certo.
Mas, outros brasileiros também estreiam na Libertadores.
É o caso do Bragantino comandado desde tempos imemoriais pela família Chedid – de presença histórica na cidade de Bragança e sua região.
O Braga, como é carinhosamente chamado, está colhendo os frutos de sua parceria comercial com a empresa Red Bull, aquela bebida que lhe dá asas.
E foi assim com asas e o bom futebol do artilheiro Arturzinho que o RB Bragantino conseguiu sua vaga na Libertadores.
Outro estreante no céu dos melhores da América do Sul é o Fortaleza que terminou o Brasileirão em 5º lugar, com 17 vitórias 7 empates 14 derrotas.
Fora de campo, a atração do Fortaleza é o técnico argentino Juan Pablo Vojvoda, ex-zagueiro que começou sua carreira, tanto de jogador como de treinador mais tarde, no Newell’s Old Boys.
Não chegou a ser brilhante, até pegar o Fortaleza e o levar à Libertadores.
Dentro de campo, o craque é o meio-campista Ederson, 22 anos, que está sendo pretendido pelo Atlético Mineiro.
Um detalhe: o garoto pertence ao Corinthians e está no Fortaleza por empréstimo.
Quanto ao grandalhão Grêmio, que se intitula Imortal, venceu o Galo campeão brasileiro 2021 na noite desta quinta-feira, por 4 a 3.
O Galo botou em campo sua garotada.
O Grêmio jogou tudo que sabia e venceu o jogo.
Venceu, mas, caiu e vai fazer companhia ao Sport, Chapecoense e Bahia que também caíram.
A Série B do ano que vem promete.
Veja os gols desta super quinta-feira:
PS– Falando do América eu não posso deixar de lembrar de dois amigos americanos: Paulo Marinho, meu pai, e Marco Antônio, meu irmão. Estejam em Paz.
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Mário Marinho – É jornalista. É mineiro. Especializado em jornalismo esportivo, foi durante muitos anos Editor de Esportes do Jornal da Tarde. Entre outros locais, Marinho trabalhou também no Estadão, em revistas da Editora Abril, nas rádios e TVs Gazeta e Record, na TV Bandeirantes, na TV Cultura, além de participação em inúmeros livros e revistas do setor esportivo.
(DUAS VEZES POR SEMANA E SEMPRE QUE TIVER MAIS
NOVIDADE OU COISA BOA DE COMENTAR)
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