Outra vez nos pênaltis, Verdão! Blog do Mário Marinho
Lá no sábio interior de Minas Gerais, costuma-se usar uma frase que tem muito a ver com o futebol: “Não se deve elogiar o burro antes de terminar o morro”.
Isso quer dizer o seguinte: se alguém está desempenhando uma função, espere que ele acabe para depois elogiar.
Se o burro está dando conta de subir o morro com uma carga, espere o morro acabar.
A máxima vale para o futebol, para todo o time de futebol, mas principalmente para o goleiro e o juiz.
São dois personagens chaves e cruciais para o espetáculo.
O juiz pode passar o tempo todo despercebido e desapercebido dentro de campo e, no último segundinho de jogo, arranjar uma tremenda confusão ao validar um gol ilegal ou não validar um gol legal.
O mesmo se dá com o goleiro.
Pega tudo o tempo quase todo. Defende pênalti, tira com os pés, faz pontes espetaculares, mas, no último minuto leva um frango e seu time perde por diferença de um gol.
Tudo isso pra dizer que eu elogiei muito o Palmeiras aqui neste sagrado espaço, na última segunda-feira, após a derrota para o Flamengo, nos pênaltis, e a perda do título da Supercopa do Brasil.
Eu esperava que na próxima oportunidade, o Verdão se reabilitasse. Teria pela frente um adversário bem mais fraco, que já havia sido batido no primeiro jogo, por 2 a 1, lá em Buenos Aires.
O empate já estaria de bom tamanho.
Mas quem vai querer empatar com um time bem fraquinho, como o Defensa y Justicia?
Ainda mais quando o Palmeiras fez 1 a 0, aos 18 minutos, cobrando um pênalti sofrido pelo veloz e competente Roni.
Aí, amigo, era mamão com açúcar.
Mas não é que o Verdão levou a virada? E o último gol aos 48 minutos do segundo tempo! E jogo que vale taça, não se pode levar um gol aos 48 do segundo tempo.
Veio e prorrogação que ficou no 0 a 0.
Agora, os pênaltis.
Esperto, o técnico Abel Ferreira, havia colocado em campo o bom atacante Luiz Adriano, expert na cobrança de pênaltis.
Pois foi exatamente ele que perdeu a segunda cobrança de seu time.
E a última cobrança ficou entregue ao goleiro Weverton, responsável por inúmeras, miríades de vitórias do Verdão com suas defesas espetaculares.
Todo mundo, claro, se lembrou de Fernando Prass cobrando a última penalidade que deu o título da Copa do Brasil ao Verdão, jogo disputado em 2015, contra o Santos.
Relembre:
Mas, não foi isso que aconteceu.
O bom Weverton mandou a bola pra lá do Palácio da Alvorada onde, certamente, o presidente Jair Bolsonaro estava assistindo e secando o Verdão.
Porque Weverton foi cobrar?
Aparentemente, não há nenhum problema. Ele cobra pênaltis nos treinos, conforme a explicação que deu depois do jogo.
Tudo bem, todo mundo corre o risco de perder um pênalti. Luiz Adriano já havia perdido. Logo ele, expert no assunto.
Zico já perdeu. E perdeu em Copa do Mundo. Lembram-se do jogo contra a França, em 1986, no México.
Não está lembrado?
Então veja os principais momentos deste jogo espetacular na narração apaixonada do saudoso Luciano do Vale:
Pois então, Luiz Adriano e Weverton perderam suas cobranças.
E, com isso, o Palmeiras perdeu a Recopa Sul-Americana para o modesto Defensa y Justicia, da Argentina.
Pela segunda vez na semana, o Verdão perde uma Taça.
Veja os principais momentos:
https://youtu.be/Mx6CWh4v4v0
____________________________________________________________________
Mário Marinho – É jornalista. É mineiro. Especializado em jornalismo esportivo, foi durante muitos anos Editor de Esportes do Jornal da Tarde. Entre outros locais, Marinho trabalhou também no Estadão, em revistas da Editora Abril, nas rádios e TVs Gazeta e Record, na TV Bandeirantes, na TV Cultura, além de participação em inúmeros livros e revistas do setor esportivo.
(DUAS VEZES POR SEMANA E SEMPRE QUE TIVER MAIS
NOVIDADE OU COISA BOA DE COMENTAR)
_____________________________