Demência senil, uma dádiva de Deus? Por Pedro Renato Chacair
DEMÊNCIA SENIL, UMA DÁDIVA DE DEUS?
PEDRO RENATO CHACAIR
… uma dádiva de Deus que ajuda a minimizar a dor decorrente do desprezo, explícito ou não, daqueles entes queridos para os quais ele (a) fez tudo que lhe foi possível e para quem teria dado sua própria vida, se necessário fosse, para não vê-los sofrer…
Como é triste encontrar um velhinho com problema crônico de saúde necessitando de auxílio, familiar ou externo, para sua sobrevivência.
A situação se agrava, fica constrangedora, quanto há gastos. O coitado ou a coitada não tem para onde ir e é, geralmente, para o médico que ele ou ela exterioriza sua pior dor, a de continuar vivendo.
Ele (a) se sente sem perspectivas, sem amor e sem capacidade de reação. A consequência da perda deste tripé que nós faz suportar a vida é a depressão, não rara entre os velhos, que os leva, muitas vezes, a preferir a própria morte.
O estado demencial que atinge alguns “privilegiados” no ocaso desta existência só pode ser interpretado como uma dádiva de Deus que ajuda a minimizar a dor decorrente do desprezo, explícito ou não, daqueles entes queridos para os quais ele (a) fez tudo que lhe foi possível e para quem teria dado sua própria vida, se necessário fosse, para não vê-los sofrer.
Se tudo isto não bastasse, o Estado, para o qual contribuiu de algum modo quase toda sua vida, não o (a) acolhe com a mínima dignidade cristã.
É hora para meditarmos um pouco!
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-*Pedro Renato Chacair é médico Nefrologista e Clinica médica.
Com raras excessões é realidade mundial. Cumprimento-o pelo alerta em nome de milhões de brasileiros. Estou perto de 78 e vivo bem, mas sem o tripé que você descreveu. O filme italiano “ Parente é serpente “ me alertou anos atrás!