A grande dúvida Tricolor. Blog do Mário Marinho
A GRANDE DÚVIDA TRICOLOR
BLOG DO MÁRIO MARINHO
Cabeças e mentes dos torcedores tricolores estão agora tomadas por dúvida cruel e atroz: a derrota para o time reserva do Santos é a prova definitiva e cabal que o time virou o fio ou pode ser encarada como mais um resultado imprevisível, porém, normal num clássico?
Como tudo que acontece no futebol as respostas definitivas são impossíveis. O componente emocional, fortemente presente, exige respostas mais elaboradas e menos radicais.
A derrota para o Santos foi o terceiro resultado ruim do Tricolor em seguida.
Veio o empate com o Grêmio, 0 a 0, no Morumbi, que custou a eliminação nas semifinais da Copa do Brasil.
Em seguida, a sapatada que levou do Bragantino, em Bragança, 4 a 0, fora o baile. E o esboço de uma quase crise pelos xingamentos do técnico Fernando Diniz ao volante Techê-Tchê durante o jogo e no momento da expulsão.
Quando se apostava na recuperação, principalmente porque o adversário optou por um time quase reserva, poupando titulares para o jogo de amanhã pela Libertadores, eis que a vitória não veio.
A história do futebol está recheada de jogos em que o melhor em campo não consegue vencer.
Em alguns casos, acontecem as zebras. E a maior delas, sem dúvida, a eliminação do Brasil na Copa da Espanha, em 1982, pela Itália.
O jogo de ontem no Morumbi foi um exemplo clássico.
O São Paulo dominou todo o primeiro tempo e ficou no 0 a 0.
Rigorosamente, o Santos chutou uma bola no gol adversário – mas, com muito perigo, pois a bola foi na trave.
Esperava-se que o Tricolor voltasse com tudo para decidir o jogo no segundo tempo.
Terrível engano.
Foi o Santos que, logo a um minuto de jogo, num lance improvável, conseguiu marcar num chute de bico do atacante Jobson.
O que se viu com o decorrer do jogo foi a repetição do primeiro tempo: farto domínio do São Paulo, com cerca de 70% do tempo de posse de bola, mas domínio infrutífero.
Domínio sem resultado prático por um simples motivo: Fernando Diniz caiu na armadilha do técnico Cuca que ofereceu espaço, mas soube controlar as investidas.
E quando os poucos inspirados ataques do Tricolor venceram o esquema armado pelo técnico Santista, encontrou autêntica muralha no goleiro João Paulo, titular no jogo de ontem porque o atual titular, John, testou positivo para covid e foi afastado.
Fernando Diniz bem que tentou. Fez as alterações possíveis, encheu o time de atacantes, mas não atacou com a precisão necessária.
Ficou exposto não um problema técnico, mas o fraco plantel que tem o São Paulo. São poucas as boas opções do técnico.
Com a grande vantagem acumulada anteriormente, o São Paulo continua líder.
Porém, agora aqueles sete pontos que pareciam inalcançáveis estão reduzidos a três para o Internacional e ainda tem a persegui-lo o Atlético que joga esta noite e ainda fica com um jogo a menos que o líder.
Ou seja: a situação de folga do Tricolor acabou.
A torcida tem um alento: Murici Ramalho foi contratado e é agora o homem forte do futebol. Com sua larga experiência e eficiência, ele saberá como contornar o delicado momento.
Além disso, o time tem a semana de folga para curar feridas e levantar o moral, pois só volta a jogar no próximo domingo.
Minas
Na Série B
Pelo andar da carruagem, o América deverá voltar à Série A e o Cruzeiro permanecerá na Série B.
Tradicionalmente, time grande que cai, volta no ano seguinte.
Mas o Cruzeiro vai quebrar essa tradição.
Na verdade, tem sido tão ruim e acidentada a sua participação na Série B que sua última vitória, 1 a 0 em cima do Sampaio Correia, foi festejada não como a possibilidade de voltar à Série A, mas, sim, ao afastamento da real e incômoda possibilidade de cair para a Série C.
Agora, com 44 pontos, essa possibilidade está descartada. Segundo os matemáticos, com 42 pontos o ex-time do craque Tostão estaria livre o vergonhoso e sofrido rebaixamento.
Faltam ainda cinco rodadas. Mas, no Cruzeiro ninguém sonha com a possibilidade da volta. Seus dirigentes, com o pé no chão, já elaboram seus planos para continuação na Série B e a almejada volta à elite no ano que vem.
Enquanto isso, o América, tão mineiro quanto eu, lidera a competição com 66 pontos, seguido de perto pela Chapecoense com 63. O Coelho tem 66,7% de aproveitamento, contra 63 dos catarinenses.
O América vem brilhando na atual temporada, não só por seu desempenho nas Série B, mas, também, pela excelente participação na Copa do Brasil, chegando entre os quatro finalistas.
Seu time não tem grandes estrelas, mas um pratica um futebol de conjunto, forte, liderado pelo polêmico, porém, competente técnico Lisca Lima.
Veja os gols do Fantástico:
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Mário Marinho – É jornalista. É mineiro. Especializado em jornalismo esportivo, foi durante muitos anos Editor de Esportes do Jornal da Tarde. Entre outros locais, Marinho trabalhou também no Estadão, em revistas da Editora Abril, nas rádios e TVs Gazeta e Record, na TV Bandeirantes, na TV Cultura, além de participação em inúmeros livros e revistas do setor esportivo.
(DUAS VEZES POR SEMANA E SEMPRE QUE TIVER MAIS
NOVIDADE OU COISA BOA DE COMENTAR)
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Obrigado, esse post sanou minhas dúvidas