Mais uma joia rara. Blog do Mário Marinho
MAIS UMA JOIA RARA
BLOG DO MÁRIO MARINHO
Assistir às rodadas do atual Brasileirão é praticar garimpo.
Você fuça daqui, fuça dali e, com sorte, acaba encontrando uma boa pepita, quiçá, uma gema legítima, preciosa.
Às vezes, você encontra a pirita que nada mais é do que um pedaço e minério, tipo ferro, de cor amarela e, por isso mesmo, chamada de ouro de tolo.
Aliás, esse é um título de uma das belas composições do excelente Raul Seixas: Ouro de Tolo.
Eu gosto muito de futebol e procuro me livrar das piritas, ou separar o joio do trigo.
Ontem fui recompensado com o futebol apresentado no jogo Santos 3 x 1 Atlético.
Não diria que foi jogo para entrar numa lista de memoráveis, um achado sem precedentes.
Nada parecido com a Pepita de Canaã, encontrada na Serra Pelada em seus áureos dias dos anos 1980, que pesa 60 quilos, em estado bruto, com previsão de 56 quilos de ouro.
Nada disso.
Porém, na falta de tu, vai tu mesmo.
O jogo na Vila Belmiro teve lances de emoção, defesas espetaculares dos goleiros (principalmente João Paulo, do Santos), frango (do veterano Vitor, do Atlético), participações acertadas do VAR (mas ainda demoradas) e quatro gols válidos.
Houve objetividade. Nada daquelas trocas de passes laterais na defesa, que fazem o quarto zagueiro o maior passador do jogo: ele passa para o lateral direito que lhe devolve a bola; passa para o lateral esquerdo, que lhe devolve; passa para o volante, que lhe devolve. No fim, recua para o goleiro que dá um chutão para a frente e para o alto.
O esperto Soteldo e o competente Marinho (esse nome diz tudo!) são os pontos altos do Santos.
Quando um dos dois pega a bola, a defesa adversária treme. E é isso que anda faltando de monte no nosso atual futebol: aquele jogador que impõe respeito, impõe medo ao adversário.
Fora das quatro linhas, dois técnicos que são ex-técnicos do adversário e que gostam de futebol: Cuca e Sampaoli.
Enfim, uma noite de bom futebol.
No Rio, ao que tudo indica, o técnico do Flamengo, o espanhol Domenèc Torrent, também chamado de Dome, começa a levar o Flamengo ao vistoso e arrebatador futebol do ano passado.
Pelo menos, na vitória de ontem sobre o Fluminense, 2 a 1, foram fartos os elogios de respeitáveis jornalistas como Maurício Rubens Prado e Luiz Menon.
Com a vitória, o Flamengo encostou no líder Internacional.
No Morumbi, o São Paulo ficou mais para pirita do que para ouro.
A duras penas empatou com o Bragantino, que está na Zona de Rebaixamento, e mesmo assim porque o adversário perdeu duas cobranças de pênalti.
Fernando Diniz, adepto ao futebol arte, ainda não conseguiu dar ao São Paulo o -sonhado padrão-ouro em seu futebol.
O São Paulo oscila com bons e maus momentos. Na maior parte do jogo de ontem, o que se viu foram maus momentos.
Boa notícia
para o futebol
A TV Globo decidiu, oficialmente, chamar os estádios por seus nomes oficias.
Assim, em suas transmissões e em seus programas, a Globo chamará o estádio do Palmeiras de Arena Allianz Parque; a arena do Corinthians será anunciada como Arena Neo Química.
Essa é uma boa notícia porque os patrocinadores, ao investirem pesada grana, querem usufruir de todo o retorno possível.
E, claro, ter o nome falado pela poderosa Globo é o objetivo de todo patrocinador.
Essa atitude, que deverá ser estendida aos demais estádios, serve de estímulo para que as grande empresas passem a investir mais no futebol.
Se em tempos normais qualquer grana é bem-vinda, imagina em tempos de pandemia.
Lá se
Vão 50 anos
O São Paulo FC comemora hoje os 50 anos da conquista Paulistão de 1970.
O título foi conquistado, na verdade, na noite do dia 9 de setembro, na vitória sobre o Guarani, em Campinas, 2 a 1, e sacramentado no domingo seguinte, na vitória, 1 a 0, sobre o Corinthians, no domingo seguinte, dia 13, no Morumbi.
Esse time campeão de 1970 começou a ser montado no ano anterior, 1969, com a contratação de Gérson, que era do Botafogo, e depois de Toninho, que era do Santos.
Aliás, como comemoração dessa data, a dupla Raul Snell, pesquisador e historiador, e José Renato Santiago, jornalista e escritor, coloca à venda duas obras imperdíveis para são-paulinos e jornalistas esportivos: um livro sobre a conquista de 1970 e um livro que apresenta, ao longo de suas 500 páginas, as fichas técnicas de todos os jogos disputados pela equipe desde 1930, além de fichas de todos os jogadores e estatísticas de toda a história do tricolor. Obra de fôlego.
Veja os gols da quarta-feira:
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Mário Marinho – É jornalista. É mineiro. Especializado em jornalismo esportivo, foi durante muitos anos Editor de Esportes do Jornal da Tarde. Entre outros locais, Marinho trabalhou também no Estadão, em revistas da Editora Abril, nas rádios e TVs Gazeta e Record, na TV Bandeirantes, na TV Cultura, além de participação em inúmeros livros e revistas do setor esportivo.
(DUAS VEZES POR SEMANA E SEMPRE QUE TIVER MAIS
NOVIDADE OU COISA BOA DE COMENTAR)
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