O OVO E A GALINHA

COLUNA MÁRIO MARINHO

Ensina a velha e consagrada sabedoria popular que não se pode contar com o ovo antes de a galinha botar.

Foi por não observar atentamente esse mandamento que o Barcelona de Lionel Messi se deu mal no jogo com o Liverpool e acabou eliminado da Champions League.

Como se sabe, o todo poderoso Barcelona venceu o jogo de ida, em casa, por 3 a 0. E poderia ter chegado aos 4 ou 5 se não tivesse dado a fatura como liquidada após os 3 a 0.

No jogo de volta, em Liverpool, o Barça recebeu o troco. O que parecia impossível aconteceu: 4 a 0 – na conta, na medida para desclassificar os espanhóis e colocar o time da terra dos Beatles na final da grande Champions.

Reveja como foi:

https://youtu.be/2YzD3G7u0go

Pois a história se repetiu, desta vez em Amsterdam.

No jogo de ida, em Londres, o Ajax bateu o Tottenham por 1 a 0.

No jogo de volta disputado ontem, na casa holandesa, tudo apontava para a classificação do Ajax, time cujos jogadores são apelidados de “Os filhos de Cruyff” por seu futebol fino e de toques de bola, além de serem bem mais experientes que os ingleses que chegam à final da Liga dos Campeões pela primeira vez.

E tudo parecia caminhar para essa normalidade já que os donos da casa terminaram o primeiro tempo vencendo por 2 a 0, gols de De Ligt e Zieyech.

Mas, no segundo tempo começou a brilhar a estrela do brasileiro Lucas, ex-são paulino e recentemente dispensado do PSG.

Logo aos 10 minutos, Lucas (ou Moura, como é chamado na Inglaterra) marcou o primeiro do Spurs.

O Tottenham é chamado de Spurs, segundo alguns, por que a palavra significa espora e o seu mascote é um galo. Para outros, a espora se refere ao acessório para fustigar cavalos, significando sua habilidade em fustigar os adversários.

Aos 14 minutos, Lucas compareceu para empatar o jogo e deixar os holandeses atônitos.

E a grande virada aconteceu aos 49 minutos, portanto, no chamado apagar-se das luzes.

Pela primeira vez em sua história, o Tottenham está na final da Liga, que será disputada no dia 1º de junho, em Madri.

Veja como foi:

https://youtu.be/EB-TlrwTn5A

Por falar
em virada…

A história do futebol é repleta por viradas histórias, cheias de emoção que fazem do futebol esse esporte envolvente, insuperável.

Lembro-me de uma virada espetacular acontecida no dia 21 de abril de 1971, no jogo Palmeiras x Corinthians, pelo campeonato paulista, no Morumbi com mais de 60 mil pagantes.

O Palmeiras saiu na frente logo nos primeiros minutos de jogo e terminou o primeiro tempo vencendo por 2 a 0.

No segundo tempo, o técnico Francisco Sarno colocou Adãozinho em lugar de Samarone. E a virada começou.

O Corinthians chegou ao empate, 2 a 2, mas tomou o terceiro gol do Verdão.

Comandado pelo baixinho Adãozinho, o Timão foi à luta empatou e chegou ao gol da vitória, 4 a 3.

Naquele domingo, o Corinthians jogou com Ado; Zé Maria, Luís Carlos, Sadi e Pedrinho; Tião e Rivelino; Lindóia (Natal), Samarone (Adãozinho), Mirandinha e Peri.

O Palmeiras, dirigido por Rubens Minelli, jogou com Leão; Eurico, Baldochi, Luís Pereira e Dé; Dudu e Ademir; Fedato, Hector Silva (Leivinha), César e Pio.

Para completar a história do Paulistão de 1971, o São Paulo foi o campeão, vencendo o Palmeiras numa polêmica final, 1 a 0.

Nesse jogo, Armando Marques, o juiz, anulou um gol legítimo de Leivinha, de cabeça, alegando que o jogador usara a mão.

Mas o empate, é bom que se diga, daria o título ao São Paulo de Gérson, Pedro Rocha e Toninho guerreiro que, aliás, foi o autor do gol do título. O técnico era Osvaldo Brandão.

Veja os gols da quarta-feira:

https://youtu.be/ro-lxNBKLRk

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Mário Marinho – É jornalista. Especializado em jornalismo esportivo, foi durante muitos anos Editor de Esportes do Jornal da Tarde. Entre outros locais, Marinho trabalhou também no Estadão, em revistas da Editora Abril, nas rádios e TVs Gazeta e Record, na TV Bandeirantes, na TV Cultura, além de participação em inúmeros livros e revistas do setor esportivo.

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