Soberano se classifica. Sofrimento à vista.

COLUNA MÁRIO MARINHO

Normalmente, a classificação sofrida de um time de futebol para avançar em uma competição, é saudada e comemorada por seus torcedores.

Alguns, vão às lágrimas.

Mas não foi bem o que aconteceu com a classificação do São Paulo, que tem o apelido de Soberano, ao empatar com o São Caetano, na noite dessa quarta-feira.

Depois de sofrer 90 minutos com o péssimo futebol apresentado pelo time, a torcida ao invés e comemorar a classificação vaiou sonoramente o time e gritou palavras de ordem, xingamentos, palavrões.

É claro que a torcida quer ver o seu time avançar no Paulistão, mas, com razão, teme o futuro que há de vir.

Pelo que mostrou até agora, o Soberano trará muita tristeza, raiva e decepção.

Quando ganhou o apelido de Soberano, o São Paulo realmente o merecia.

A história confirma isso.

Seus torcedores foram sempre considerados de elite.

Seus cartolas eram conhecidos como “cardeais”.

As reuniões de Diretoria do tricolor pareciam mais um sínodo do Vaticano: todos se respeitavam, falavam baixo, não brigavam, procuravam a conciliação.

Claro, estou falando de um Vaticano também de outros tempos.

Hoje, em qualquer reunião o pau quebra. Em vez de respeitáveis cardeais, um monte de barraqueiros.

Se o time não ganhava título, tudo bem, não havia crise.

Oposição na Diretoria? Nada disso, todos unidos pelo bem do São Paulo Futebol Clube.

De 2008 para cá, data da conquista do último Campeonato Brasileiro, a coisa desandou.

O pior é que a tal de luz no fim do túnel não aparece.

O time é limitado, os desentendimentos pululam nas outrora calmas e nobres plagas.

Nas últimas competições, o São Paulo vem tentando desesperadamente cair de Série: é ameaçado de desclassificação em quase toda competição.

A pergunta que o torcedor faz é esta: o time e tão ruim assim?

Não, não é.

Ocorre que água mole em pedra dura… um dia derruba a casa.

Neste sábado
tem Seleção Brasileira.

É bom avisar, porque muita gente não sabe que a Seleção vai jogar. E se vai jogar, contra quem será. Ou, em que lugar? Contra quem?

Pois bem, o jogo será na cidade do Porto, Portugal, contra a Seleção do Panamá.

Trata-se de um adversário sob medida, tipo caldo de galinha para doente fraquinho: já se enfrentaram 5 vezes, o Brasil ganhou todos e não tomou um golzinho sequer.

O jogo será às 14 horas, horário de Brasília, um péssimo horário para o público brasileiro.

O próximo jogo será na terça-feira, contra a Checoslováquia. Um adversário mais forte.

Veja os gols dos
Estaduais dessa quarta-feira

https://youtu.be/76WQ72E0098

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Mário Marinho – É jornalista. Especializado em jornalismo esportivo, foi durante muitos anos Editor de Esportes do Jornal da Tarde. Entre outros locais, Marinho trabalhou também no Estadão, em revistas da Editora Abril, nas rádios e TVs Gazeta e Record, na TV Bandeirantes, na TV Cultura, além de participação em inúmeros livros e revistas do setor esportivo.

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