Verdão tá com tudo. Coluna Mário Marinho
Verdão tá com tudo
COLUNA MÁRIO MARINHO
Calma, calma palmeirense. É preciso muita calma essa hora.
Não é só porque ganhou bem o primeiro jogo da Libertadores e o desfile do carnaval de São Paulo que já da para sair dizendo que o Mundial da Fifa tá no papo.
É verdade que, num ano que começou cheio de tragédias, o Verdão vai surfando tranquilo em onda gigante nesse mar revolto.
No Paulistão, tem a segunda melhor campanha de todos, logo abaixo do Santos, mas acima do Corinthians e do São Paulo.
No Carnaval, ganhou o título pela primeira vez em 20 anos de história. Bela conquista!
Na vitória sobre o Junior Barranquilla, 2 a 0, na Colômbia, o Palmeiras foi muito bem, apesar de precisar de boas defesas do goleiro Weverton para garantir o placar.
Em minha opinião, foi o casamento perfeito de uma boa estratégia definida pelo técnico Luiz Felipe Scolari, com a vontade e determinação dos jogadores em campo.
O trio Dudu-Scarpa-Ricardo Goulart, três jogadores de inegável talento, se saiu muito bem.
O primeiro gol, marcado por Scarpa, foi uma obra prima de jogada que nasceu dos pés do eficiente Dudu.
Ricardo Goulart ainda não está mostrando todo o seu potencial.Mas, para começo, está pra lá de bom.
Na Libertadores, o próximo adversário será o peruano Melgar, pouco conhecido e de pouca experiência internacional.
Não deverá ser adversário difícil no Allianz Parque.
Mas, como se diz lá nas Minas Gerais: caldo de galinha, prudência e água benta não fazem mal a ninguém. Afinal, também se diz por lá, é porco magro que suja a água.
Veja alguns gols da quarta-feira.
https://youtu.be/nK7Wvm7iwvA
Neymar:
sonho adiado.
O craque Neymar sonha em ser campeão do Mundo pelo Brasil, campeão da Champions pelo PSG e eleito melhor jogador do Mundo pela Fifa.
São sonhos que vão sendo adiados.
Disputou duas Copas Pelo Brasil e ficou no meio do caminho. Na primeira, foi atropelado por um perna de pau colombiano que quase o deixou aleijado.
Na segunda, também ficou pelo caminho, na Rússia, perdido numa seleção onde todos estavam perdidos. A começar o líder Tite, com toda a sua prosopopeia e cantilenas inúteis e cansativas.
No ano passado, ficou fora da Champions por contusão – e o seu PSG foi eliminado.
Ontem, o filme se repetiu. Ao vencer o primeiro jogo por 2 a 0, na Inglaterra, parecia que a fatura estava liquidada para o jogo de volta na França.
Mas, o que se viu não foi isso.
Buffon, já eleito o melhor goleiro do mundo, bateu roupa como um principiante dos campos de terra da nossa várzea e levou o gol.
Mbappé, revelação da Copa do Mundo da Rússia, perdeu gol que lembrou o velho Geraldão naqueles anos tristes e negros do Corinthians.
Daí, deu no que deu: o Manchester fez 3 a 1 e alcançou a classificação que parecia impossível.
Outra vez o Paris Saint Germain parou nas oitavas.
E não adianta Neymar ficar indignado com o juiz.
Se Buffon não tivesse falhado…
Se Mbappé não tivesse perdido aquele gol…
Ah!, se o “se” não tivesse atrapalhado, o francês não estaria agora fazendo beicinho e murmurando: “Je n’y crois pas, mon Dieu!”
Que quer dizer, para quem não consulta o Google, “Eu não acredito, meu Deus!”
Veja os gols:
https://youtu.be/JN8cN8RsOOk
Dia
das Mulheres
Dia da Mulher é todo dia. Mas é justo que haja um dia em especial.
E esse dia será amanhã.
Daí, boa pauta do Globo Esporte com o título #lugardemulher.
A matéria, que teve seu primeiro episódio hoje, quinta-feira, e termina amanhã, discute a presença da mulher no campo de futebol.
Elas vão conquistando seu espaço em todo o mundo com jeito e merecimento que só elas têm.
Daí eu me lembro de um episódio ocorrido há 50 anos.
Era um clássico no Pacaembu, época que pouquíssimas mulheres ousavam atravessar a fronteira machista de um campo de futebol.
Na Editoria de Esportes do Jornal da Tarde não havia uma repórter sequer. Éramos todos machos!
Então a editoria de esportes pediu “emprestado” uma repórter da Editoria Geral para comparecer ao Pacaembu.
Sua pauta: um clássico na visão de uma mulher.
Como ela nunca tinha ido ao campo de futebol, lá fui eu ao seu lado para lhe indicar onde ficava a Tribuna de Imprensa.
Não é que lá chegando, o porteiro, um amável velhinho, não permitiu que ela entrasse!
Por mais que eu tentasse, pedisse, argumentasse ele permaneceu irredutível.
Seu argumento: como a tribuna ficava no meio do setor das cadeiras numeradas, se o torcedor visse uma mulher ali, com certeza iria achar que o jornalista ao invés de trabalhar, estava namorando.
Ele pensava que estava protegendo a reputação dos repórteres…
Anos jurássicos.
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Mário Marinho – É jornalista. Especializado em jornalismo esportivo, foi durante muitos anos Editor de Esportes do Jornal da Tarde. Entre outros locais, Marinho trabalhou também no Estadão, em revistas da Editora Abril, nas rádios e TVs Gazeta e Record, na TV Bandeirantes, na TV Cultura, além de participação em inúmeros livros e revistas do setor esportivo.
(DUAS VEZES POR SEMANA E SEMPRE QUE TIVER MAIS NOVIDADE OU COISA BOA DE COMENTAR)
Parabéns Mário Marinho pela coluna.
Vou tentar enviar, mais uma vez!
Tudo ok, mensagem aprovada!