Quem sabe essa é a nossa chance? Por Maria Helena Rubinato Rodrigues de Sousa

Quem sabe essa é a nossa chance?

Por Maria Helena Rubinato Rodrigues de Sousa

Não estamos à deriva. Estamos vivendo uma oportunidade de ouro: pela primeira vez, desde que os índios tamoios comandavam este pedaço do Céu, podemos mandar em nossa cidade!
Artigo publicado originalmente no Blog de Ricardo Noblat, 17 de novembro de 2017     
Em 11 de julho de 2008 assinei no Blog do Noblat um artigo sobre o Rio que, entre outras coisas, dizia o seguinte:
“Só não vê quem não quer: ruas sujas, esgoto a céu aberto, um cheiro de urina entranhado até nas esquinas do centro financeiro da cidade, que dirá em bairros afastados.
Ambulantes vendendo de comida a animais. Cartomantes e curandeiros. Pregões que incomodam, anunciando coisas do arco da velha. Moradores de rua fazendo tudo que as pessoas fazem em seu dia a dia, mas a céu aberto.
Carros abandonados e carcomidos pelo tempo. Casas desmoronando, sem telhado, pondo em risco os passantes. Animais zanzando, famélicos e imundos. Brigas, tumultos, bandidos à solta. Sexo, de todos os tipos, sendo vendido à luz do sol. Crianças dormindo nas ruas, sozinhas ou em bandos. Assaltos, rotina, não são exceção. A violência explode. (…)
Muitos não vêm isso que acabo de descrever. Ou porque não querem ver, ou porque vivem em ilhas da fantasia. Mansões cercadas por muros e grades, vigias armados, alarmes, holofotes. Quando têm que sair do castelo por motivo de força maior, vão em carros blindados, ou helicópteros, que ninguém é tonto. Não duvido que em breve inaugurem um condomínio com pontes levadiças.”
Mudou alguma coisa nesses últimos nove anos?
Mudou, sim!
Estamos tendo a oportunidade de corrigir tudo que está errado.
Como?
Muito simples: os palácios governamentais estão vazios. Em compensação, as cadeias começam a ficar lotadas. A Cadeia Nova, graças à Operação Cadeia Velha, começa a nos livrar do pesado fardo que há muito carregamos!
Cadeia Velha (Foto: Reprodução)
Na Cadeia Nova estão o ex governador do Rio de Janeiro, e desde  ontem a cúpula da Alerj, os Picciani e Cia Ltda lá estão a lhe fazer companhia.
Cadeia Nova (Foto: Divulgação)
Governador, vice-governador, secretários, todos calados. Diria mais, mudos!
Strictu Sensu, estamos à deriva, já que sem comando. Mas será que é permitido discordar?
Espero que sim, porque discordo. Não estamos à deriva. Estamos vivendo uma oportunidade de ouro: pela primeira vez, desde que os índios tamoios comandavam este pedaço do Céu, podemos mandar em nossa cidade!
Não sei por quanto tempo essa situação ideal irá se prolongar. Espero que dê tempo para uma limpeza em regra e para que os cariocas retomem sua cidade e reorganizem sua vida. Espero que a Justiça fique mais lenta que de hábito para que o tempo corra a nosso favor!
Desculpem, esqueci de mencionar o Prefeito.
Não foi por implicância, foi apenas porque não encontrei nenhuma nota sobre seu paradeiro, ontem, 16 de novembro.

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Maria Helena Rubinato Rodrigues de Sousa*Professora e tradutora. Vive no Rio de Janeiro. Escreve semanalmente para o Blog do Noblat desde agosto de 2005. Colabora para diversos sites e blogs com seus artigos sobre todos os temas e conhecimentos de Arte, Cultura e História. Ainda por cima é filha do grande Adoniran Barbosa.

https://www.facebook.com/mhrrs e @mariahrrdesousa

1 thought on “Quem sabe essa é a nossa chance? Por Maria Helena Rubinato Rodrigues de Sousa

  1. “Um pequeno ladrão é colocado na cadeia. Um grande bandido torna-se o governante de uma nação”. ― Chuang Tzu
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    “Nós vamos provar que você pode tranquilamente colocar corrupto na cadeia.” ― Luiz Inácio Lula da Silva (No programa do Silvio Santos, 29/12/1989)
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    “Se eu roubei, como dizem os meus acusadores, era para eu estar na cadeia. Eu já fui até preso, me fizeram várias acusações, mas estou livre porque nada puderam provar.” ― Edir Macedo
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    Ironias de uma vida pregressa…
    Promessa de Sérgio Cabral, candidato a reeleição para Governador do Estado do Rio de Janeiro, em 2010: “Criação da Prisão Primária, com educação e ensino profissionalizante, dará chance de recuperação aos criminosos condenados uma única vez.
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    A esperança é a última que morre… depois de nós.

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