Indignação se mistura com preocupação. Inclusive com o nível geral dos assuntos.
O prezado e raro leitor deve ter percebido que sou cético sobre mudanças para melhor em razão das próximas eleições. Diferentemente de boa parte dos articulistas e analistas, ando de ônibus, metrô, fico em fila de banco e de supermercado, vejo como as pessoas se comportam e ouço o que dizem. É um festival de desrespeito às regras e as pessoas, quando alertadas, se insurgem como se estivessem acima das leis. O camarada entra no caixa para 10 produtos com 15 e diz “são só cinco a mais”; jovens sentam-se nos bancos reservados para idosos, grávidas e deficientes e fingem que estão dormindo. E o que falam é pior, a maior parte quer soluções violentas ou reacionárias para os problemas sociais, bolsonarescas ou doriescas.
Terminou o mandato de Rodrigo Janot como procurador-geral da República. Poderia ter sido menos precipitado em algumas situações, mas sua atuação foi importantíssima, mais da metade de Brasília têm pesadelos todas as noite. E assim continuará, os que pensam que Raquel Dodge vai aliviar as coisas estão enganados, o MPF é um parquet honrado.
Lula declarou ao juiz Sergio Moro que não sabe nada sobre o pagamento do aluguel do apartamento vizinho ao seu, que era atribuição de dona Marisa, mas que iria procurar em seu baú os recibos. Um dúvida inocente: se eles pagavam aluguel pelo imóvel, os valores não devem, obrigatoriamente, estar na declaração de Imposto de Renda do alegado proprietário do apartamento?
(CACALO KFOURI)
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