Full Metal Jacket

• Unlike some of its Latin
American peers, Brazil has never managed to actually get inflation fluctuating
symmetrically around the target. Typically the distribution of observed
inflation deviation from the target has been tilted to the right, indicating
that, more often than not, inflation reached higher than the target;
• This feature has been amplified
in the post-2010 period. While other Latin American countries have recorded
some worsening of their inflation records, this deterioration has been stronger
in Brazil;
• The sheer fact that we are
comparing Brazil to other Latin American countries, most likely subject to the
same international shocks, is already an indication that the country has been
reacting differently from its peers to the shock;
• Indeed, whereas in the previous
period international commodity prices seemed to have scant effect on Latin
American inflation, in the last two years Brazil has displayed a very different
performance, while other Latin American countries continued to exhibit the same
features as before ;
• We assign this different
performance to the change in the exchange rate regime currently taking place in
Brazil. While other Latin American countries kept their floating rate regimes
in place, Brazil has been fiddling with the exchange rate, pegging its currency
to the US dollar;
• As a result, and in sharp
contrast to other Latin American countries, the shock of higher international
commodity prices has been fully translated into domestic prices, helping push
up inflation, mainly through the food inflation channel;
• As a matter of fact, since the
beginning of the year we observe an appreciation of other Latin American
currencies, as the US dollar has become between 3% and 8% cheaper than at the
beginning of the year, while in Brazil it has become 10% more expensive during
the same period;
• Had the real moved in tandem
with those currencies, as it used to do, we reckon it would be trading today around
R$ 1.69 to R$ 1.77 to the dollar. Under these circumstances commodity prices in
reais would be 13% to 17% cheaper than
they are, suggesting a very different inflation path.
• This process highlights the
difficulties in keeping inflation at the target while simultaneously trying to
fix the exchange rate as well. For this reason we continue to be skeptical of
(linear, non-linear, hyperbolical, elliptical, or whatever) convergence of
inflation towards the target until BCB moves back (if it one day would do) to
its previous inflation targeting stance

18 thoughts on “Full Metal Jacket

  1. "For this reason we continue to be skeptical of (linear, non-linear, hyperbolical, elliptical, or whatever) convergence (…)"

    Hahahahaha! Well played.

  2. As a result, and in sharp contrast to other Latin American countries, the shock of higher international commodity prices has been fully translated into domestic prices, helping push up inflation, mainly through the food inflation channelAlex, nao seria isso, da perspectiva do brasil, um choque de oferta?

  3. "Alex, nao seria isso, da perspectiva do brasil, um choque de oferta?"

    Não. Aliás, se nos outros países este choque não ocorreu, isto não sugere que o problema está na política cambial?

  4. Claro que não é um choque de oferta, é o governo que optou por controlar o câmbio. O Alex já explicou, como também qualquer professor de Economia honesto explicaria, com o câmbio flutuante os aumentos dos preços das comodities, em um país exportador das mesmas, se refletiria, tudo mais constante, em apreciação da moeda, reduzindo a inflação. Estamos operando muito acima do centro da meta, sem espaço para um choque de oferta verdadeiro.

  5. Uma pequena dúvida. Vamos supor que o Brasil adotasse uma meta de câmbio fixo ao invés de uma meta de inflação. Ocorre, então, uma elevação no preço das commodities devido a uma elevação da demanda chinesa e/ou indiana ou de qualquer outro país ou países. Nesse caso as exportações líquidas brasileiras se elevam. No entando, vamos supor adicionalmente que o governo faz uma redução de gastos de forma a compensar o aumento das exportações líquidas. Assim, o choque total de demanda é zero e podemos analisar quais seriam os impactos unicamente sobre a oferta.

    Em primeiro lugar, o preço interno das commodities vai acompanhar os preços internacionais, elevando a margem do setor produtor de commodities.

    Em segundo lugar, commodities são insumos, portanto, isso significa que os custos das empresas irão se elevar. Para as empresas do setor tradable que produzem commodities ainda haverá ganho líquido de margem de lucro, uma vez que o preço subiu mais que o custo. Contudo, no restante do setor a margem vai cair e não vai haver impacto sobre os preços, devido à concorrência externa.

    No caso dos setores non-tradable, o aumento de custos vai ser repassado parcialmente para os preços, dependendo da elasticidade preço da demanda desses setores.

    Note que, por hipótese, o governo deixou de gastar e, por conseguinte, os preços não se elevarão tanto quanto se elevariam, caso o governo continuasse gastando o mesmo. De fato, no setor de tradables a demanda do governo não influencia nos preços mas sim nas margens, enquanto que no setor de non-tradabes ela influencia nos preços. Isso significa que o impacto no setor de non-tradables é ambíguo.

    Além disso, os trabalhadores vão querer elevar seu salário nominal para recompor seu poder de compra o que novamente impacta os custos, independente da economia estar próxima ou não do pleno emprego.

    Ou seja, existem vários canais de propagação do aumento do preço de commodities pelo lado da oferta. Isso ocorre, inclusive, independentemente dos preços de non-tradables se elevarem ou não, devido a diminuição dos gastos do governo.

    Gostaria de entender o seguinte: na situação descrita acima vocês diriam que o aumento do preço de commodities é um "choque de oferta", "demanda", nenhum ou ambos? Além disso, vocês acham que uma parcela das repercussões do choque de commodities pelo lado da oferta têm motivo de se manter, apesar de mais fraco, no caso de câmbio flexível?

    Abs

    PS: desculpem o tamanho do post

  6. No ultimo processo de apreciacao cambial eu lembro que muitas empresas exportadoras que estavam se expondo muito com operacoes de derivativos de cambio acabaram tendo serios problemas no balanco…um ponto que tenho curiosidade eh como estah a posicao cambial das empresas atualmente… se por ventura o governo abra mao de sua politica de segurar o cambio novamente a 2 e deixe ele se apreciar…como isso impactaria as empresas (incluo ai tambem os bancos)…

  7. Meus caros,
    Dois pequeos comentários:
    1- No modelo de câmbio fixo descrito em algum comentário acima, ocorre um aumento exógeno do preço das commodities. O comentarista defende que isto prejudicaria o setor de tradeables pois aumentaria seus custos e seus preços ficariam rígidos (devido a concorr~encia externa). Isto não é verdade. O aumento no preço das commodities incidiria o custo não só das firmas brasileiras quanto as estrangeiras também. Neste caso, o preço internacional destes bens (juntamente com o preço doméstico) também aumentaria. Para os estudantes. É necessário pensar em modelos simplificados. Pode-se torná-los mais complexos, mas deve-se refazer todo o raqciocínio anterior. Digo isto porque é possível que comecem a aparecer comentaristas aqui falando sobre o câmbio de outros países, modificações na demanda, protecionismo, etc. Nenhum problema. Só estou falando que temos que definir a priori o que estamos discutindo.
    2- Estas sujestões de livros a sairem é um merchandising? Será que os sujeitos escrevem estes comentários genéricos, os traduzem para muitos idiomas e os plantam nos respectivos blogs de economia ao redor do mundo? Eu acho que sim.
    Um grande abraço

  8. "O aumento no preço das commodities incidiria o custo não só das firmas brasileiras quanto as estrangeiras também. Neste caso, o preço internacional destes bens (juntamente com o preço doméstico) também aumentaria."

    De acordo. Mas repare que isso não prejudica o argumento central, que seria que o aumento do preço de commodities influencia os custos internos e, portanto, se constituiria em um choque de oferta, idependentemente do fato de haver ou não choque de demanda.

    Abs

  9. "Mas repare que isso não prejudica o argumento central, que seria que o aumento do preço de commodities influencia os custos internos e, portanto, se constituiria em um choque de oferta, idependentemente do fato de haver ou não choque de demanda."

    Não: o que prejudica o argumento é que a elevação dos preços internacionais de commodities eleva a renda do Brasil (em geral: não vale se for só petróleo, ao menos por enquanto). Se eleva a renda, é um choque de demanda; se reduz a renda é um choque de oferta.

    Pela sua definição uma elevação dos salários por conta de, por exemplo, um mercado de trabalho apertado qualificaria como "choque de oferta" porque afetaria aos custos…

  10. 'Não: o que prejudica o argumento é que a elevação dos preços internacionais de commodities eleva a renda do Brasil (em geral: não vale se for só petróleo, ao menos por enquanto). Se eleva a renda, é um choque de demanda; se reduz a renda é um choque de oferta.'

    Vai ter um choque de demanda positivo que vai ser compensado por um outro choque de demanda negativo (aperto fiscal, de acordo com comentário anterior), de forma que a demanda se mantenha inalterada. Ou seja, se houver algum impacto nos preços será por conta de mudanças na oferta e não na demanda que, por hipótese se mantém inalterada.

    'Pela sua definição uma elevação dos salários por conta de, por exemplo, um mercado de trabalho apertado qualificaria como "choque de oferta" porque afetaria aos custos'

    Não é verdade. Choques de demanda relevantes ocorrem quando a economia está próxima ao pleno emprego. Nesse caso, um choque positivo vai fazer o produto ficar acima do potencial e pressionar os salários nominais que serão reajustados acima da inflação.
    Quando a economia está recessiva e há um choque positivo de demanda, haverá uma elevação dos preços por conta de custos marginais crescentes, mas os salários nominais, por outro lado, estarão sendo reajustados abaixo da inflação. Isso pode se constituir em "inflação de demanda" de acordo com a sua definição, mas está longe de ser uma inflação preocupante. Na verdade ela é necessária para levar a economia de volta ao pleno emprego.

    Outra situação é aquela em que há, por qualquer razão, aumentos exógenos de custos, como salários nominais decorrentes de políticas salariais, ou de choques de petróleo, como muito bem colocado. Isso é obviamente um choque de oferta. No caso de commodities ocorrem as duas coisas simultaneamente, um choque de oferta e de demanda.

    Abs

  11. "Vai ter um choque de demanda positivo que vai ser compensado por um outro choque de demanda negativo (aperto fiscal, de acordo com comentário anterior), de forma que a demanda se mantenha inalterada. Ou seja, se houver algum impacto nos preços será por conta de mudanças na oferta e não na demanda que, por hipótese se mantém inalterada."

    Dããããããããã…

  12. "Dããããããããã…"

    Alex, me espanta sua capacidade de sair pela tangente e de seletividade de respostas. Certamente uma das pessoas mais qualificadas nesse quesito no cenário atual! Retórica pura. Parabéns

    Abs

  13. "Alex, me espanta sua capacidade de sair pela tangente e de seletividade de respostas."

    O cara quer discutir se o choque é de demanda ou de oferta partido do pressuposto de que a demanda não se altera… A única resposta possível é "dããããã…"

    Aliás, para seu comentário, também a única resposta possível é "dãããã…"

    Dããããããããããããããã…

  14. Existe algum benefício para a população de um país se os juros (antes muito altos) caem? Esses benefícios superam os custos de uma inflação acima de uma meta estabelecida?

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