A bola torta
Na semana passada o Banco Central, seguindo os
rituais associados ao nosso finado regime de metas para a inflação, divulgou
seu Relatório
de Inflação, publicação trimestral que, em outros tempos, foi o
principal canal de comunicação da autoridade monetária com o público. Naquela época
analistas vasculhavam cuidadosamente o Relatório, em particular as previsões
do Copom sobre a evolução esperada dos preços, variável crucial para as decisões
de política monetária.
rituais associados ao nosso finado regime de metas para a inflação, divulgou
seu Relatório
de Inflação, publicação trimestral que, em outros tempos, foi o
principal canal de comunicação da autoridade monetária com o público. Naquela época
analistas vasculhavam cuidadosamente o Relatório, em particular as previsões
do Copom sobre a evolução esperada dos preços, variável crucial para as decisões
de política monetária.
Nos dias de hoje as previsões do BC atraem bem
menos atenção. Em parte, talvez a principal parte, porque é mais do que claro
que elas deixaram de guiar as taxas de juros determinadas pelo Copom. Em mais
de uma instância, mesmo prevendo inflação acima da meta e crescente, o BC
simplesmente ignorou suas próprias projeções e persistiu na trajetória de redução
da taxa de juros. Por este lado não deveria haver qualquer surpresa quanto ao
fato do IPCA-15, uma medida antecipada do número oficial (o IPCA), ter atingido
a bagatela de 5,8% em 2012, muito distante da meta de 4,5%.
menos atenção. Em parte, talvez a principal parte, porque é mais do que claro
que elas deixaram de guiar as taxas de juros determinadas pelo Copom. Em mais
de uma instância, mesmo prevendo inflação acima da meta e crescente, o BC
simplesmente ignorou suas próprias projeções e persistiu na trajetória de redução
da taxa de juros. Por este lado não deveria haver qualquer surpresa quanto ao
fato do IPCA-15, uma medida antecipada do número oficial (o IPCA), ter atingido
a bagatela de 5,8% em 2012, muito distante da meta de 4,5%.
(A propósito, bem me recordo da descrença acerca
da minha previsão sobre a inflação atingir entre 5% e 5,5%, mais perto de 5,5%
do que de 5%. Ironias da vida: quem diria que me revelei, na verdade, um otimista
inveterado, apenas pouco melhor que o otimista invertebrado?).
da minha previsão sobre a inflação atingir entre 5% e 5,5%, mais perto de 5,5%
do que de 5%. Ironias da vida: quem diria que me revelei, na verdade, um otimista
inveterado, apenas pouco melhor que o otimista invertebrado?).
Pode ser, porém, que a menor atenção devotada às
previsões do BC reflita também ceticismo sobre a qualidade deste número, que
tipicamente tem se mostrado muito mais otimista do que a Poliana que escreve
estas mal traçadas.
previsões do BC reflita também ceticismo sobre a qualidade deste número, que
tipicamente tem se mostrado muito mais otimista do que a Poliana que escreve
estas mal traçadas.
De fato, em dezembro de 2009 o BC previu que a
inflação em 2010 atingiria 4,6%; o número final foi 5,9%. Em 2010 a previsão
oficial para 2011 indicava 5%, mas a inflação bateu 6,5%, o teto exato do
intervalo de tolerância. Apesar disso em dezembro daquele ano o BC redobrou a
aposta e prometeu a convergência para a meta, cravando 4,7% para a inflação de
2012, que, tudo indica, deverá ficar mesmo na casa de 5,8%, como adiantado pelo
IPCA-15.
inflação em 2010 atingiria 4,6%; o número final foi 5,9%. Em 2010 a previsão
oficial para 2011 indicava 5%, mas a inflação bateu 6,5%, o teto exato do
intervalo de tolerância. Apesar disso em dezembro daquele ano o BC redobrou a
aposta e prometeu a convergência para a meta, cravando 4,7% para a inflação de
2012, que, tudo indica, deverá ficar mesmo na casa de 5,8%, como adiantado pelo
IPCA-15.
Em três anos consecutivos, pois, o BC errou por
mais de um ponto percentual de diferença (o erro médio é de 1,3 ponto
percentual). Diga-se, porém, que errar a previsão não é, a princípio, nenhuma
grande vergonha, nem o principal tema da discussão.
mais de um ponto percentual de diferença (o erro médio é de 1,3 ponto
percentual). Diga-se, porém, que errar a previsão não é, a princípio, nenhuma
grande vergonha, nem o principal tema da discussão.
Caso o BC tivesse por vezes superestimado a
inflação e em outras oportunidades a subestimado diríamos que há problemas com
a precisão das estimativas, mas não um viés. Afinal de contas, como se diz por
aí (e eu, como economista, subscrevo entusiasticamente), fazer previsões é um
negócio complicado, ainda mais sobre o futuro.
inflação e em outras oportunidades a subestimado diríamos que há problemas com
a precisão das estimativas, mas não um viés. Afinal de contas, como se diz por
aí (e eu, como economista, subscrevo entusiasticamente), fazer previsões é um
negócio complicado, ainda mais sobre o futuro.
Na prática, porém, o que se observa são erros para
um lado só: a subestimação sistemática da inflação. No primeiro caso diríamos
que a bola de cristal do BC está embaçada, como de resto a de todos nós
economistas; já no segundo, eu diria que a bola de cristal do BC não está prevendo,
mas torcendo, o que é muito diferente.
um lado só: a subestimação sistemática da inflação. No primeiro caso diríamos
que a bola de cristal do BC está embaçada, como de resto a de todos nós
economistas; já no segundo, eu diria que a bola de cristal do BC não está prevendo,
mas torcendo, o que é muito diferente.
Não é por acaso, portanto que, quando o BC projeta
que a inflação será 4,8% em 2013 (ou mesmo quando promete apenas que será
inferior à observada em 2012) tanto economistas como pessoas normais (a distinção
é intencional) encarem a promessa com visível incredulidade, expressa, por
exemplo, na previsão consensual de mercado para a inflação na casa de 5,5% para
o ano que vem (embora eu acredite que será ainda mais alta).
que a inflação será 4,8% em 2013 (ou mesmo quando promete apenas que será
inferior à observada em 2012) tanto economistas como pessoas normais (a distinção
é intencional) encarem a promessa com visível incredulidade, expressa, por
exemplo, na previsão consensual de mercado para a inflação na casa de 5,5% para
o ano que vem (embora eu acredite que será ainda mais alta).
A triste verdade é que o BC perdeu o controle do
processo inflacionário ao perder as rédeas sobre as expectativas. Caso ache que
vai segurá-las por meio de previsões excessivamente otimistas acerca da trajetória
da inflação está em vias de sofrer um desapontamento amargo. Se quiser
recuperar a mão o passo inicial é reconhecer a extensão do problema, postura
muito diferente da que encontramos no Relatório de Inflação e na comunicação
do BC em geral.
processo inflacionário ao perder as rédeas sobre as expectativas. Caso ache que
vai segurá-las por meio de previsões excessivamente otimistas acerca da trajetória
da inflação está em vias de sofrer um desapontamento amargo. Se quiser
recuperar a mão o passo inicial é reconhecer a extensão do problema, postura
muito diferente da que encontramos no Relatório de Inflação e na comunicação
do BC em geral.
Apesar disso, feliz 2013!
“Para 2014, a projeção encontra-se em torno do valor central da meta em ambos os cenários” |
(Publicado 26/Dez/2012)
Alex,
Parabéns pelo artigo!
Confesso que agora ficou mais claro pq vc não concorda com a forte redução de juros que ocorreu!
Feliz 2013!
Abs
Pois é, com credibilidade não se brinca. Mas o que é subestimar a inflação (por três anos seguidos) perto do mensalão?
Eu nunca faço previsão, apenas faço estimativas.
Senhores,
De fato a bagunça virou rotina nesse governo, mas eu tenho um ponto… sempre que esses doidos se manifestam eles se justificam pela reduzida taxa de desemprego e pelo aumento da renda real média do trabalhador… Em um cenário de inflação relativamente alta e crescimento baixo, aparentemente é apenas uma questão de tempo para a "contaminação" chegar ao mercado de trabalho, com redução da renda real (efeito da inflação) e aumento do desemprego (devido ao baixo crescimento). Não vejo o mercado muito confiante, mas já podemos ir nos preparando para o pior?
O Radical
Alexandre Schwartsman,
Considero que na média o setor público é mais capacitado do que o setor privado. Reconheço, entretanto, que os mais capacitados estão no setor privado. Você provavelmente se encontra entre a elite do setor privado e talvez não haja no setor público alguém com capacidade igual de previsão com base nos atuais modelos estatísticos de estimativa.
E seu acerto sobre a inflação deve ser destacado se se leva em conta o seu post “Gestão de política econômica no Brasil (dica do Affonso Pastore)” de quinta-feira,13/12/2012 e que pode ser visto no seguinte endereço:
http://maovisivel.blogspot.com.br/2012/12/gestao-de-politica-economica-no-brasil.html
(Deixo o link para quem estiver no Internet Explorer copiar e colar na janela que se abre com Ctrl e L)
É bem verdade que você não diz que aquela é sua avaliação da gestão da política econômica do governo, mas sim uma dica de (como seria a gestão segundo) Affonso Celso Pastore. Eu imagino que quando você faz seus prognósticos você pensa assim: por pior que seja o governo, não se trata de governo de incapaz. E ai há méritos nos seus acertos. Enfim não são acertos aleatórios para um governo aleatório. São acertos de estatístico para um governo com capacidade mínima de programação e planejamento.
Enviei quinta-feira, 20/12/2012 às 13:00, um comentário para o seu post “Entrevista à CBN” de quarta-feira, 19/12/2012 e que pode ser visto no seguinte endereço:
http://maovisivel.blogspot.com.br/2012/12/entrevista-cbn.html
Bem, lá eu esqueci de observar com mais detalhamento a respeito do fato de que o próprio Guido Mantega ou a assessoria dele também deve ter feito um prognóstico sobre a inflação em 2012. A questão é saber se havia no prognóstico do nosso ministro da Fazenda, a previsão sobre a troca de metodologia de cálculo de inflação, sobre a desvalorização do dólar em maio de 2012 e também sobre a seca americana?
A seca americana é antecipação que só é permitida aos gênios, o que seguramente não é encontradiço no setor público. A desvalorização do dólar em maio de 2012 é um evento que provavelmente estava no limiar. Se se supõe uma capacidade média elevada é de se esperar que a desvalorização era sabida no setor público. Se se supõe que se tratava de uma gestão como a dica de Affonso Celso Pastore, não vejo como poderia a equipe econômica prevê-la ainda em 2011.
O que queria chamar mais atenção era para a troca da metodologia de cálculo da inflação. O detalhamento na observação que me faltou em meu comentário para o seu post “Entrevista à CBN” refere-se a saber como foi feita a troca da metodologia de cálculo da inflação. A troca foi feita a mando do governo prevendo a desvalorização de maio de 2012 e escolhendo uma metodologia que sofresse menos influência da desvalorização, ainda que soubesse que o setor de serviços exatamente por não sofrer muita influência do mercado externo e, portanto, da desvalorização, em uma situação que se aproxima para o pleno emprego apresentava uma pressão inflacionária maior? Ou a troca é uma demonstração inequívoca da autonomia do IBGE que realizou a troca apenas com base em critérios técnicos que informavam a necessidade e a oportunidade da troca?
Eu particularmente achei que a troca foi feita muito na surdina, pelo menos para o cidadão que, como a mim, é leigo. Se não lesse o seu blog ou não atentasse para as suas entrevistas, eu não saberia que houve a troca
Clever Mendes de Oliveira
BH, 26/12/2012
Caro Alex,
Segue minha opinião:
Previsões para 2013: http://bdadolfo.blogspot.com.br/2012/12/previsoes-para-2013.html
Crecimento do PIB: ao redor de 3%
Inflação: acima de 6%
Alexandre,
Difícil acreditar que o BCB perdeu o controle sobre a estabilidade de preços…
Acho que voc~e está exagerando. O BCB pode não estar seguindo o Regime de Mestas a risca, mas daí perder controle sobre a estabilidade é forte demais…
Gostei (e ri) das tiradas. Feliz 2013
"o BC perdeu o controle do processo inflacionário ao perder as rédeas sobre as expectativas"
A Curva de Philips que parece estar implicta no seu raciocinio valoriza sobremaneira as expectativas de inflação e quase nada o hiato do produto e choques de oferta.
Não me parece que o BC tenha perdido as redeas sobre o processo inflacionario.
Vendo um grafico da inflação acumulada em 12 meses, do início do Regime de Metas até hoje, não me parece haver diferenças significativas entre o que tinhamos no passado recente e o que temos hoje em dia em termos de estabilidade… Como, portanto, afirmar que o BCB perdeu o controle sobre o processo inflacionario?
Alexandre,
está clara sua posição de economista que faz oposição ao governo atual.
Mas, você queira ou não, os fatos dizem o seguinte:
1- A economia brasileira está operando como uma taxa de desemprego em recorde de baixa.
2- Os dados de distribuição de renda só fazem melhorar (Gini monotonicamente cadente desde 2003).
3- conforme mostra o Marcelo Neri hoje no Valor, a felicidade dos brasileiros está muito bem obrigado (e melhorando).
4- a estabilidade de preços não está fora de controle (o que é muito mais importante do que seguir ou não Regime de Metas).
A inflação rodava perto de 4,5% por volta de 2007 e estamos rodando ao redor de 6% desde 2010. 1,5 pp é muito?
É fato que em 2006 convergimos aos pares no front da inflação e, após um 2008/2009 de maior dispersão, voltamos desde 2010 a nos afastar deles.
Nos aproximamos da Rússia, nos afastamos do Chile.
Dantas
Voces neoclassicos continuam com essa cabeça de planilha, como se o ser humano fosse uma maquina calculadora, uma hp 12 c. A economia é uma ciencia SOCIAL. Enquanto as pessoas (economistas) continuarem calculando o valor de tudo, a sociedade não vai poder quebrar paradigmas e se desenvolver plenamente!
Alexandre,
Da um corte nesse Clever de uma vez por todas, pelo bem do blog…
Pois é Alex, lembrei-me daquele economista que esteve no último GloboNews Painel em que v. participou (o segundo à sua esquerda). O sujeito foi de uma infelicidade bizarra quando fêz referência mal educada a um dos colegas debatedores.
O econossauro (como diria Bob Fields) demonstrou apoiar esse jeito medonho-desajeitado do BC.
Como já ouvi certa vez: o que mais impressiona não é a ação dos maus mas o silêncio dos justos. Necessitaríamos de mais opiniões como a deste seu artigo. Não entendo a omissão dos bons pensadores econômicos. Será que estariam deixando para que o tombo não permitisse a sobrevivência dos lambanceiros?
relaxa cara inflação no brasil é hiato de produto!111
OPS ACHO QUE A HISTORIA PROVOU + UMA VEZ A JJJENIALIDADE NEOCLASSICA
É DE CUSTOS PORRA CAMBIO CAMBIO CAMBIO
Que saudades dos tempos de juros reais de 10% ao ano!
http://maovisivel.blogspot.com.br/2012/06/o-anonimo-preve-o-pib-de-2012.html
Tio 'O' errou feio e também foi otimista demais. Na próxima leve mais a sério a brincadeira 'O'.
Fato hilário é hoje ler os comentários de lá, tal como do Anônimo das 18:15:
'Ele[IPCA] ja esta em 4,9,bem proximo de convergir para a meta.'
Este aí sentiu o carequinha.
Fabuloso
Alex,
O Financial Times classificou o Manteiga como Elfo Vidente!
Olha o link:
http://blogs.ft.com/beyond-brics/2012/12/22/roussolph-the-red-nosed-reindeer/#axzz2GFRHdEbO
E a Dilma como rena do nariz vermelho! Bem a cara dela!
Será que o Tombini vai querer trocar sua Thinker Bell por um Elfo Vidente?
Sweezy boy
Caso você ainda não saiba (e como heterodoxo não deve saber) a ciência econômica evoluiu… (incrível né?) Atualmente usamos modelos e técnicas econométricas para fazer testes empíricos e previsões. Como é sabido, essas ferramentas não dispensam uma boa teoria econômica. Mas evidentemente, você não acredita nisso, certo? Esse papo de econometria é a mais pura bobagem e você prefere acreditar na sua intuição para explicar a economia. Estou errado?
O Radical
"Enquanto as pessoas (economistas) continuarem calculando o valor de tudo, a sociedade não vai poder quebrar paradigmas e se desenvolver plenamente!"
Isso mesmo! Sarney e sua bancada tocando o PAC é a solução. Fechando a economia e mandando o BNDES "criar" competitividade é o caminho! Conservadorismo e aritmética são coisas de países idiotas, tais como Alemanha, Japão etc. Malandro somos nós, da América do Sul, Central e Caribe, nós conseguimos criar esses países sem usar nem a calculadora! Temos que tomar cuidado com quem vem com números. Vamos tocar a economia não com o conhecimento adquirido e sim com Olavo Bilac.
Maradona
Em todo valuation, projeção ou planejamento empresarial que vejo/participo, TODOS levam em consideração inflação de 5,5% na perpetuidade.
Equipe econômica com capacidade para desmontar um modelo vitorioso e acreditado pelo mercado, substituindo-o por outro onde conseguiram amedrontar a todos e perder a credibilidade (a previsibilidade caiu, os investimentos pararam. A capacidade do BC influenciar as expectativas foi perdida), reiniciar um processo inflacionário (5,65% = 25% acima da meta) com a crise do EURO e um crescimento de 1% (previram 4%)? Só heterodoxos e "desenvolvimentistas" (e keynesianos quermesianos).
A proteção feita pelo BNDES a grupos escolhidos é vergonhosa e absurda (os prejuízos que já iniciaram a estourar irão aumentar.).
A proteção cambial e normativa (exigir percentuais elevados de nacionalização) a um parque industrial ineficiente e sem capacidade de competitividade é opção pela pobreza. Obrigar as empresas do país a comprar mais caro e pior (tecnologias atrasadas) é o mesmo que impedir as modernizações, as inovações, os ganhos contínuos de produtividade. A proteção a uma minoria de empresas, coloca todas as outras sem condições de sobrevivência se expostas à concorrência. São obrigadas a comprar produtos nacionais piores e mais caros (partes, matérias primas, maquinários). Como competir em um mundo cada vez mais globalizado? A proteção aos incompetentes impede a sobrevivência dos competentes.
Se a proteção fosse explicada e individualizada todos condenariam. O falso argumento de proteção de empregos na verdade protege os amigos da rainha e do poder.
Anônimo (26/12/2012 às 19:48),
Assim como um anônimo sem mais nenhuma outra identificação e um estilo que pelo menos aqui no blog de A Mão Visível no que diz respeito aos meus comentários tem muitos seguidores não saberia dizer se já o respondi em outros post. Disse que você tem muitos seguidores supondo que você foi dúbio de propósito.
Reproduzo o seu comentário para que a dubiedade possa ser mais bem percebida. Disse você:
"Dá um corte nesse Clever de uma vez por todas, pelo bem do blog…"
De todo modo se a dubiedade da frase foi intencional, eu diria que não há razão para me superestimar nem subestimar o blog de Alexandre Schwartsman.
Clever Mendes de Oliveira
BH, 27/12/2012
Lendo o artigo do Oreiro no Valor lembro do Gustavo Franco que cunhou o termo Parnasianos Alternativos. O sujeito fala fala e não diz nada.
Foi apenas uma inflação de custo.
Caso você ainda não saiba (e como heterodoxo não deve saber) a ciência econômica evoluiu… (incrível né?) Atualmente usamos modelos e técnicas econométricas para fazer testes empíricos e previsões. Como é sabido, essas ferramentas não dispensam uma boa teoria econômica. Mas evidentemente, você não acredita nisso, certo? Esse papo de econometria é a mais pura bobagem e você prefere acreditar na sua intuição para explicar a economia. Estou errado?
HAHAHAHAHA
ECONOMETRIA QUE PREVIU A CRISE NÉ? QUE É BASEADA EM TEORIAS DE RETORNO DECRESCENTE DE PRODUTIVIDADE, DEMANDA E OFERTA NEOCLASSICA, ETC, ETC
PREMISSA PORRA.. PREMISSA.. MATEMÁTICA É OTIMO, MAS OS MATEMATICOS TEM DE SE BASEAR EM PREMISSAS
QUEM QUE O FIELDS INSTITUTE RECORREU QUANDO DEU A CRISE? SIM.. OS HETERODOXOS.. PODE DAR ADEUAS A TUA TEORIA RIDICULA
OU NÃO NÉ.. O MAL SEMPRE VENCE.. E COMO 90% SÃO NEOIMBECIS, ESSA TEORIA SERA DEFENDIDA ATE A MORTE. É UM PROCESSO LENTO
Quando o Alexandre disse que o BC perdeu o controle do processo inflacionário ele não quis dizer que no ano que vem teremos uma hiperinflação. A questão é que a inflação já está beirando os 6% e se encontra em trajetória ascendente, mesmo com o IPI reduzido, o preço da gasolina controlado e uma baixíssima inflação dos tradables derivada do baixo crescimento dos países desenvolvidos. Na minha opinião, com o fim desses três fatores, se o BC quiser evitar que a inflação ultrapasse o teto da meta a SELIC de dois dígitos vai voltar.
vcs tem comentários sobre o artigo do oreiro no valor:
http://www.valor.com.br/opiniao/2951676/estagnacao-com-pleno-emprego
Nobody messes with Clever. He is here do stay.
Clever, meu Rei, estranhos tempos em que vivemos. A genialidade sempre foi incompreendida e até tratada agressivamente. Nestes tempos de contínuo dumbing down, as pessoas não têm capacidade para ler um texto do comprimento de um soneto, imagina querer que elas apreendam o conteúdo do que escreves. Nestes tempos incivilizados, Milton, Shakespeare, Cervantes ou Camões simplesmente não seriam reconhecidos. Veja bem que você não tem culpa, embora tenha responsabilidade. Você deve rebaixar-se à altura das pessoas que não têm a sua cultura para fazer-se compreendido. Em vez de postar um comentário de 40 linhas, por que não postar 30 comentários de cinco ou seis linhas. Creio que essa seria uma média razoável para os textos normais do Alex. Para um artigo mais denso, você poderia aumentar para uns 50 comentários sem problemas. Todos seriam beneficiados, inclusive você, que poderia encarar essa tarefa como um treino para comunicar-se com os incultos.
Caro Alex, você tem que concordar que a meta do BC não é 4,5% de inflação, mas 4,5% +/- 2%. O BC deve ser cobrado SE não entregar isso e sabemos que ele entregou nos últimos anos. Se a inflação está muito alta, e acredito que está altíssima dando pouca margem de manobra ao BC, é o caso da sociedade e/ou governo deixa claro para o BC que sua meta deve ser, por exemplo, 2% +/- 1%. Assim, não dá pra criticar o BC, uma das poucas instituições que cumpre um meta estabelecida previamente, porque a inflação foi superior ao centro da meta em três anos, ora, você sabe que essas projeções trabalham com um bom intervalo de confiança e que a probabilidade de observar três ocorrências acima da projeção central não é nada desprezível, certo? Abs!
Fala aí Sweezy boy, quando a Caixa e o BB falirem de novo e ambos forem socorridos com dinheiro público, você ainda vai falar em neoclássicos ou neoliberais?http://g1.globo.com/economia/noticia/2012/12/mantega-preve-pib-de-4-e-diz-que-juros-de-bancos-publicos-cairao-mais.html
"Caro Alex, você tem que concordar que a meta do BC não é 4,5% de inflação, mas 4,5% +/- 2%"
Nãnaninã! o +/- 2% ´serve para absorver choques!!!No caso(3anos, maybe 5), o BC assim como no Galeão, a culpa foi humana, segundo a rena Russolph!
Caro Mageeconomia
"Equipe econômica com capacidade para desmontar um modelo vitorioso e acreditado pelo mercado"
Mesmo nao concordando com a tese de que o BC abandonou o sistema de metas, sera que todo o debate academico questionando o sistema de IT depois da crise de 2008 não te faz pensar um segundo ?? Vc acompanhou o Debate em jackson hole esse ano ?? Conhece alguma coisa do woodford ??
Sobre as vantagens de "ser acreditado pelo mercado" 🙂 .. o pior não foi vc não ter aprendido nada com a crise… o ruim mesmo foi vc não ter esquecido nada…
AS PALAVRAS DE DELFIM NETTO A RESPEITO DE INFLAÇÃO DE CUSTOS (entrevista dada ao jornal VALOR em 30/09/2005, caderno EU):
“O Dênio (Dênio Nogueira, primeiro presidente do Bacen) trouxe do governo Castelo Branco uma política monetária extremamente dura. Cheguei lá (quando assumiu o Ministério da Fazenda no governo Costa e Silva, em 1967), e começamos a INVENTAR UMA TEORIA, de que havia INFLAÇÃO DE CUSTOS, não de demanda. O Campos e o Dr. Bulhões (Roberto Campos e Otávio Gouvêa de Bulhões, ministros do planejamento e da fazenda do governo Castelo Branco) ficavam furiosos. Então, se era inflação de custos, vamos atacar custos. Claro que eu sabia que era um jogo de palavras, porque se não tiver inflação de demanda a outra não se sustenta. Mas é permissível uma pequena manipulação."
Ele sabe o que é certo. Acabou com a independência do BC, e impediu que o Brasil caminhasse para a responsabilidade e a racionalidade. Preferiu o caminho da irresponsabilidade e do pensamento mágico. Para os ignorantes que acreditam até hoje, para ele demagogia (conforme seu testemunho).
Alexandre,
Olha o que o Bonelli falou hoje em entrevista:
"No ano que vem, provavelmente, a gente vai ter uma inflação de serviços menos (…) porque o avanco do salario minimo vai ser menor, e a gente sabe que a inflacao de servicos esta muito ligada ao salario minimo".
Economista X
E olha essa também:
"Agora, na indústria, que é o setor de produtividade mais alta por excelencia, estamos andando de lado"
" …HAHAHAHAHA
ECONOMETRIA QUE PREVIU A CRISE NÉ? QUE É BASEADA EM TEORIAS DE RETORNO DECRESCENTE DE PRODUTIVIDADE, DEMANDA E OFERTA NEOCLASSICA, ETC, ETC
PREMISSA PORRA.. PREMISSA.. MATEMÁTICA É OTIMO, MAS OS MATEMATICOS TEM DE SE BASEAR EM PREMISSAS
QUEM QUE O FIELDS INSTITUTE RECORREU QUANDO DEU A CRISE? SIM.. OS HETERODOXOS.. PODE DAR ADEUAS A TUA TEORIA RIDICULA
OU NÃO NÉ.. O MAL SEMPRE VENCE.. E COMO 90% SÃO NEOIMBECIS, ESSA TEORIA SERA DEFENDIDA ATE A MORTE. É UM PROCESSO LENTO …"
Há, Há, Há. O bom mesmo é a confusão mental na qual o sujeito se encontra. São PREMISSAS!!!!! Há, Há, Há. TUDO, eu repito TUDO que você pensa tem premissas por trás (mesmo que sua confusão mental não permita que estas sejam claramente identificadas ou não apresentem contradições entre si).
Como diria um amigo meu quando questionado sobre a simplificação dos modelos utilizados ("a realidade é mais complexa que seu modelo"). Ele sempre respondia: E MAIS COMPLICADA QUE O MODELO QUE VOCÊ UTILIZA!!!!
A grande questão para mim é o estudo de metodologia. mais uma vez, este povo que não gosta de estudar também supostamente entende muito de metodologia (igual supostamente entenderiam de história). Mas como pode alguém conhecer minimamente metodologia e escrever aquele comentário (e o pior, de forma bem indignada)? Isto eu não entendo.
Saudações
PS: A teoria econômica não entendeu a crise, por isto alguma instituição voltou para o VUDU e a MAGIA NEGRA!!! Há, há, há. O sujeito não sabe onde está o próprio nariz.
Anônimo (27/12/2012 às 23:38),
Na parte que o seu comentário é válido para mim, eu o tomo como um bom conselho e sinto não o poder seguir. De fato, estendo-me mais do que o recomendável nos meus comentários. A falta de concisão é-me um defeito.
Ocorre, entretanto, que, salvo o uso de algumas expressões, não tenho um estilo que seja fácil identificar. E como dizia Millor Fernandes, não sei se exatamente assim, “o hábito não faz o monge, mas o faz parecer de longe”. Deste modo, além da assinatura utilizo a minha aptidão (?) por longos comentários para que assim eles sejam facilmente identificáveis no blog em uma página de um post.
Penso que a fácil identificação dos meus comentários é também útil aos outros. Aqueles que não os quiserem ler podem aplicar o conselho dado tanto pelo Anônimo do comentário de 10/12/2012 às 16:42, como pelo Anônimo do comentário de 11/12/2012 às 09:34, lá no post “Quarto do riso” de quinta-feira, 06/12/2012, e expresso nas abreviaturas “tl;dr” (too long; didn’t read).
E aproveito para mencionar uma razão a mais que reconheço para não se estender muito nos comentários. Muitas vezes um só erro em um longo texto distorce tudo que você queria dizer. E quando ele não ficou imperceptível, remenda-lo depois é mais das vezes impraticável. É o caso do meu comentário de 27/12/2012 às 13:05, até que felizmente um pouco menor, aqui neste post “A bola torta” para o Anônimo do comentário de 26/12/2012 às 19:48. Falta um “não” na frase que transcrevo a seguir com o “não” acrescentado:
“Disse que você tem muitos seguidores supondo que você “não” foi dúbio de propósito”.
Eu pensara em fazer uma brincadeira com o Anônimo do comentário de 26/12/2012 às 19:48, supondo que ele só queria criticar a mim e não ao blog. Mas como imaginei que ele talvez não fosse entender a brincadeira optei por considerar que o Anônimo tinha a intenção de criticar o blog. A mudança de enfoque ajudou a que eu cometesse o erro.
Esse tipo de comentário dúbio já ocorrera em posts mais antigos. É o caso de comentário também lá no post “Quarto do riso” em que um anônimo sugeriu que eu fosse buscar conhecimento de economia em um bom blog de economia.
A dubiedade dirigida só para mim não tem importância, afinal ainda que leigo eu tenho que assumir o risco pelo que eu escrevo, mas ela me parece um tanto impertinente quando ela é feita com o uso direto ou indireto de comentário meu e é destinada a criticar um blog.
Clever Mendes de Oliveira
BH, 28/12/2012
Alex, eu acho que já ficou claro que você acertou e o BC errou (e o governo é motivo de piada, inclusive no exterior), você já deve ter dado umas três voltas olímpicas até. Estou dizendo isso por que eu acho que você deveria variar mais os assuntos dos seus textos e deixar o já finado tripé macroeconômico de lado por um tempo.
Abraço e bom ano novo!
""Neste ano, eu contrariei o interesse dos especuladores internacionais. Não dos investidores, do pessoal que vem para a bolsa, mas dos especuladores que não são nem os grandes bancos. São meia dúzia que tem por aí. Tinham uma 'boquinha' aqui no Brasil. Ganhavam fácil dinheiro, especulando", disse Mantega em entrevista exclusiva à Globo News."
Mas a inflação não é o IGP-M ??
Poupança fecha 2012 com o pior rendimento em 45 anos: A inflação medida pelo IGP-M fechou o ano em 7,82%
Leia mais sobre esse assunto em http://oglobo.globo.com/economia/poupanca-fecha-2012-com-pior-rendimento-em-45-anos-7156230#ixzz2GO9jKGFL
Onde esta aquele rapaz que ficou apostando com o Alex que a inflacao de 2012 seria menor que a projetada pelo Alex? Ele falava tanto que queria ver se o alex teria honestidade de dizer que perdeu…ondr esta ele agora?
PK,
Eu escrevi equipe econômica (o BC passou a ser segunda linha e aceitou mansamente.). Agora está tentando levantar o pescocinho (tenta dizer: a culpa não foi minha.). Fico com a opinião da The Economist (do Alex e do "O".), por ser mais lógica e acreditada.
Reprimir inflação não é aceitável. Não cumprir o prometido (IPCA de 4,5%) é aceitável. Inaceitável é prometer sabendo que é mentira. Inaceitável é fazer inflação com PIB de 1% após 2,7%.
E o câmbio? O pior de tudo é que a rainha (que a turma de p.s. não tem a coragem de dizer que está vestida inadequadamente) acha que sabe tudo e tentou ensinar economia para o Fed e para a turma do EURO. A barra é ser brasileiro e ter passar esta vergonha. Acho que ela se formou na escola que ainda defende o "nacional-desenvolvimentismo", morto há anos e que condena a globalização. É a turma que defendia o modelo argentino (ou ainda defende?). É a turma que defende o BNDES e a CEF fazerem doações a apadrinhados.
Com todo o respeito por sua opinião, incluo-me entre os que os que pelo menos tenta ler e entender os bons.
”Onde esta aquele rapaz que ficou apostando com o Alex que a inflacao de 2012 seria menor que a projetada pelo Alex? Ele falava tanto que queria ver se o alex teria honestidade de dizer que perdeu…ondr esta ele agora?"
A tal pessoa faz companhia a Thinker Bell do Tombini!
Ele se chama: Elfo vidente Margarina!
Abs
Olá Alex,
Parabéns pelo profícuo ano que vamos vencendo, todos os artigos com que nos brindou com sua reflexão inteligente e sempre embasada no que não temos valorizado devidamente: conhecimento de causa! Aceite meus votos de saúde e paz em 2013, que possamos continuar contando com suas valiosas análises e críticas! O lugar-comum segundo o qual os gênios são sempre incompreendidos, infelizmente, aplica-se também a você. Mas nem por isso eles devem se calar. Você é jovem e ainda há de desempenhar um papel importante na história do nosso país, porque ambos merecem e se merecem! Com abraços, Luiz