Ah, tá… (sério: dá para ser mais tosco?)
Governo vai reforçar discurso de BC autônomo
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VALDO CRUZ
NATUZA NERY
DE BRASÍLIA
NATUZA NERY
DE BRASÍLIA
A presidente Dilma Rousseff orientou a equipe econômica a deixar claro que o BC tem total autonomia para decidir subir os juros quando considerar necessário.
O objetivo é influenciar nas expectativas de mercado, tentando afastar percepções de interferência sobre a condução da política da entidade.
Segundo assessores, Dilma quer transmitir esse recado porque estava se cristalizando o conceito de que o BC está de “mão atadas” e não subiria a Selic neste ano devido a pressões do Planalto.
Para interlocutores presidenciais, o próprio governo contribuiu para que fosse criada essa imagem de que o BC na era Dilma tem menos autonomia do que no governo Lula, o que dificulta a ação do banco em momentos mais turbulentos na economia.
Para reforçar a imagem de autonomia, assessores dizem que, na próxima reunião do Copom (Comitê de Política Monetária), o BC pode emitir sinais de uma eventual mudança na taxa de juros, suprimindo suas últimas recomendações de manutenção da política atual por um “tempo suficientemente prolongado”.
Essa mudança pode ocorrer caso o BC avalie que há riscos de alteração no cenário atual do banco sobre o comportamento da inflação. A previsão é que a inflação fique acima de 6% no primeiro semestre, recuando no segundo. Caso esse cenário se confirme, tanto o BC como o Palácio do Planalto consideram que o Copom pode ter condições de deixar inalterados os juros, hoje em 7,25%.
"Para reforçar a imagem de autonomia, assessores dizem que, na próxima reunião do Copom (Comitê de Política Monetária), o BC pode emitir sinais de uma eventual mudança na taxa de juros"
É isso mesmo? Para demonstrar o quão independente o BC é, o governo "autoriza" o COPOM a dizer q eles podem vir aumentar taxa de juros??? Meio paradoxal, não?
Dava pra rir se não fosse pra chorar..
Att,
Joao Bosco
A Dilmula se supera a cada dia!
Como é que é? Os assessores da Presidenta estão sugerindo a redação da próxima ata do Copom? Coitado do Banco Central que precisa do Governo para deixar clara que tem autonomia para decidir juros…
Hoje o Tombini disse que "a depender do comportamento dos preços dos produtos, a estratégia pode ser ajustada"…
Acho que por enquanto fica do jeito que está. Tem que esperar pra ver.
Me engana que eu gosto!
Só faltou citar que a Petrobras também tem autonomia.
Não é tão tosco intervir no BC.. Quando o Brasil foi mais "medidas de eficiencia" possivel cresceu 0% no auge de Palocci..
A Argentina fazendo "barberagens" para neoclassicos cresce a 7% a.a ou 5% se voce nao acredita na inflação do INDEC..
esses jornalistas estão comprometidos mesmo com a causa
Dá! Chamem o Nelson da Capitinga!
Meu caro, o povo em Brasília está batendo cabeça, zorra total. A Dilma está espalhando porrada pra todos os lados, vai cair o Tombini antes do Mantega, mas todos vão pro saco.
NADA é levado mais a sério no governo que o marketing.
pior que isso só emergência com hora marcada!!
[ ]'s
JCW
Quer dizer, a Dilma mandou o BC dizer que é idependente…hahaha…somos realmente o país da piada pronta…hahaha
É algo do tipo: BC, na próxima reunião você vai aumentar os juros, ok?
É ordem da presidenta, viu?
Em nome de sua autonomia, tá?
E aproveita que tou calma!
Alexandre Schwartsman,
Parece que o discurso do governo visa atingir dois grupos distintos: o grupo do empresariado que age segundo as espectativas racionais e o de outro lado o grupo do empresariado que se deixa levar pelas expectativas irracionais (ou pelo espírito animal). Eu penso que aqui se pode usar a figura de duas metas e um só instrumento e eu não creio que o governo consiguirá atingir as duas metas ao mesmo tempo.
De todo modo é preciso aguardar para saber qual a expectativa que vai prevalecer.
Clever Mendes de Oliveira
BH, 19/02/2013
O famoso me engana que eu gosto!
Reproduzo abaixo, coluna do CELSO MING publicada. De vez em quando é bom também ler um economês liberal de muito boa qualidade
— renato/BH
Não é só voluntarismo
18 de fevereiro de 2013 | 20h00
Celso Ming no ESTADAO.
O governo Dilma tem chamado a atenção por seu alto grau de intervenção na economia e nos negócios – apontam tanto analistas daqui quanto do exterior. Há nele, com certeza, alta dose de voluntarismo, que se baseia no princípio de que o governo tudo ou quase tudo pode, bastando, para isso, querer e acionar instrumentos adequados.
Dilma. Deixar rolar (FOTO: ANDRÉ DUSEK/ESTADÃO)
Assim, os juros têm de cair e permanecer lá embaixo, sem prejuízo relevante para a inflação. A moeda precisa ser desvalorizada (alta do dólar) sem vacilação, para dar competitividade ao setor produtivo. O caixa da Petrobrás deve ser acionado, seja para garantir preços dos combustíveis acessíveis ao novo consumidor, seja para fazer política de boa vizinhança com países da América do Sul – como Venezuela, Bolívia e Argentina. Em compensação, a Petrobrás está obrigada a participar de toda licitação de área nova do pré-sal, com ao menos 30% dos investimentos. E terá de conceder reserva de mercado para fornecedores nacionais. Do BNDES, por sua vez, ativado com generosas transferências do Tesouro, se espera que dê suporte a um punhado de empresas eleitas para serem os futuros campeões da área, como o grupos Oi, LBA, JBS-Friboi ou as do Grupo EBX. E as concessionárias de energia elétrica têm de operar com tarifas 20% mais baixas. E, até recentemente, qualquer empresário que aceitasse participar de concorrência para obras de infraestrutura teria de se conformar com retorno de apenas 6% – “porque opera com risco zero”.
São exemplos do ativismo governamental, que pode ser entendido também como manifestação de um keynesianismo submetido a processos antropofágicos semelhantes aos propostos pelos modernistas da década de 1920.
Mas isso não é tudo. O outro lado da mesma moeda é a impressionante passividade também do governo Dilma.
A inflação, por exemplo, quase sempre provocada por fatores externos, e não por desarranjos internos, convergirá mais ou menos espontaneamente para o centro da meta – mesmo levando-se em conta que os juros permanecerão onde estão “por um período de tempo suficientemente prolongado”, como dizem os documentos do Banco Central.
O crescimento do PIB, de 4,0% a 4,5% ao ano, virá naturalmente – asseguram as autoridades, a despeito dos gargalos de infraestrutura e da baixa produtividade da mão de obra num mercado que opera em regime de pleno emprego.
Os investimentos, ora essa, estão garantidos. O Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) está, é verdade, atrasado ou sujeito a coisas esquisitas, como acontece com as obras da transposição do Rio São Francisco, mas, com um pouco de paciência, chegará a bom termo. Mais cedo ou mais tarde, o relutante “espírito animal” do empresário brasileiro se mobilizará. Ninguém se desespere se o reconhecimento do etanol e do biodiesel como commodities internacionais esteja sendo frustrado pela política de combustíveis. As soluções para os problemas virão a seu tempo.
O Mercosul está sendo deformado pelos furos e pelas travas impostas pela Argentina. Mas, aí também, é preciso flexibilizar as disposições dos tratados com alguma dose de tolerância para com os hermanos, que passam por poucas e boas…
Enfim, não é só voluntarismo. É também deixar rolar.
CONFIRA
É o celeiro do mundo. Com justa razão, a presidente Dilma Rousseff fez nesta segunda-feira a louvação do agronegócio, que, neste ano, deve apresentar safra recorde de 185 milhões de toneladas de grãos.
Por outro lado. Dois reparos às declarações da presidente: (1) faltou reconhecer que todo o setor do açúcar e do álcool vai mal, com água até o pescoço, em consequência da política errada do governo para os combustíveis, que afoga o etanol; e (2) à parte a safra recorde, todo o setor está asfixiado por infraestrutura precária e cara.
… continua
… continuacao
Nada a ver. O Ministério da Fazenda quer fazer acreditar que a generosa safra de grãos ajudará a derrubar a alta dos alimentos, responsável pela disparada da inflação. Errado. Essa boa safra concorrerá apenas marginalmente para o controle da inflação. Os preços dos grãos são determinados pela Bolsa de Chicago. Além disso, a maior parte da alta dos alimentos no mercado interno é determinada pelo
s produtos hortigranjeiros.
Eu não sou economista formado, to no 4o periodo.. mas to desenvolvendo uma formula.. crescimento = pib + mudança de divida privada
Olhei os dados de varios paises.. o crescimento baixo tem muito a ver com endividamento privado e deleveraging das dividas, muito mais do que cambio, e outras coisas bobinhas.
Enquanto a economia não olhar para o credito de uma forma mais seria e com modelos melhores, continuaremos vivendo a epoca de ptolomeu onde crises são "invetivaveis" e imprevisiveis.
O Brasil ta crescendo pouco por um debt deleveraging nunca antes visto.. As pessoas atiram no escuro em outros fatores.. Como se em 2009 esses fatores (baixa eficiencia, etc) não estivessem presentes
Serei xingado
Então para acabar com a imagem de subserviência do BC, a presidente manda o BC colocar na próxima ata sinais de subida de juros. Só mesmo em Pindorama…
E a inflação vai cair no segundo semestre por quê, por gravidade?
Deleveraging com o crédito crescendo a taxa de dois dígitos? Já deu uma olhadinha na trajetória da relação crédito/PIB…não vou te xingar não…vou te mandar estudar mais antes de sair por aí dizendo bobagem…
"…Não é tão tosco intervir no BC.. Quando o Brasil foi mais "medidas de eficiencia" possivel cresceu 0% no auge de Palocci..
A Argentina fazendo "barberagens" para neoclassicos cresce a 7% a.a ou 5% se voce nao acredita na inflação do INDEC.."
Realmente, isto não é tão tosco quanto este comentário. Está certo!
Mas, Clever Mendes de Oliveira
BH, 19/02/2013, que expectativas diferentes das anteriores poderão ocorrer se não há sinais de uma gestão minimamente segura a mais de dois anos?
E como alguém pode esperar qual "expectativa" vai prevalecer num situação de "câmbio para frear a inflação", "juros para frear a inflação", "política fiscal para frear a inflação"…E pode fazer qualquer uma das combinações que vai dar na mesma.
E com essa informação, sobre a "autorização de poder falar que o BC cuida dos juros", estaria desacreditada qualquer política e qualquer "expectativa".