As vaias e o jogo dos goleiros. Coluna Mário Marinho
As vaias e o jogo dos goleiros
COLUNA MÁRIO MARINHO
Amor do torcedor pelo seu time é incondicional. O time pode estar bem, pode estar mal, mas, ele, torcedor, continua a amá-lo, idolatrá-lo.
As manifestações desse amor, contudo, são diversas.
Há o aplauso desmedido, as lágrimas copiosas que tanto podem ser de felicidade quanto de tristeza e há, também, as vaias.
Foi assim que a torcida palmeirense reagiu ao empate sem gols contra o Atlético Mineiro nesse domingo, 04-06-2017.
Não se pode dizer que todos os 34 mil torcedores vaiaram o time. Mas foi um bom número que produziu sonora vaia.
Foi injustiça?
Bom, assim como o torcedor tem o direito de aplaudir, tem também o sagrado direito de vaiar. Dizem, até, que a vaia é o aplauso dos descontentes.
Fosse o torcedor racional, não teria vaiado.
O Palmeiras jogou bem. Faltou o gol, é claro. Mas as chances foram criadas, apareceram e só não foram realizadas. Até pênalti o Verdão perdeu.
Porém, é explicável. A vaia do domingo não foi motivada pelo 0 a 0, mas sim pelos quatro últimos jogos sem vitória.
Vitor, excelente goleiro do Atlético, foi o melhor em campo, com defesas sensacionais, incluindo-se aí, o pênalti defendido.
Do outro lado, com menor trabalho, porém, com muita importância, apareceu o goleiro Fernando Prass com defesas espetaculares que evitaram que o pior acontecesse: a vitória do Galo mineiro.
Os dois times, Palmeiras e Atlético, são fortes candidatos ao título do Brasileirão. Empate entre eles é absolutamente normal.
Apaziguem-se portanto, verdes corações.
Assim como a estrada da vida, o Brasileirão é longo.
Veja os melhores momentos:
https://youtu.be/fe4UNytY774
Encerra-se
longa carreira.
Dorival Jr. era o mais longevo dos técnicos de todos os times que estão na Série A do Brasileirão.
Dirigia o Santos desde o dia 9 de julho de 2015.
Os números por ele alcançados, se analisados friamente, não são ruins: ele conquistou 65% dos pontos disputados. Jogos do Paulistão, Brasileirão, Copa do Brasil e Libertadores. Ou seja: pelos números, foi bem.
Mas, ultimamente, o Santos não conseguia manter um padrão de jogo, alternando bons e péssimos momentos de um jogo para outro ou até dentro de um mesmo jogo, como se viu sábado na derrota para o Corinthians, 2 a 0.
Nos últimos dias, ouvi diversas entrevistas com jogadores como Lucas Lima, craque do time, e Ricardo Oliveira, artilheiro.
À pergunta o que acontecia com o Santos, todos respondiam do mesmo jeito: “Estamos atravessando má fase”, “o futebol é assim mesmo: um dia a gente ganha, noutro perde”… e por seguiam-se diversos chavões. Ninguém conseguiu explicar.
Derrotas em clássicos são as mais sofridas. E o Santos perdeu para o Palmeiras, São Paulo e Corinthians.
O presidente Modesto Roma Jr., que gosta muito do trabalho do Dorival, não teve outra saída: demissão.
Vem aí, ao que tudo indica, Levir Culpi. Um treinador sério e de competência.
Veja os melhores
momentos do clássico
https://youtu.be/hLNOM9BZrCg
Agora,
Gols do Fantástico
https://youtu.be/URF1NRgP5wk
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Mario Marinho – É jornalista. Especializado em jornalismo esportivo foi durante muitos anos Editor de Esportes do Jornal da Tarde. Entre outros locais, Marinho trabalhou também no Estadão, em revistas da Editora Abril, nas rádios e TVs Gazeta e Record, na TV Bandeirantes, na TV Cultura, nas rádios 9 de Julho, Atual e Capital. Foi duas vezes presidente da Aceesp (Associação dos Cronistas Esportivos do Estado de São Paulo). Também é escritor. Tem publicados Velórios Inusitados e O Padre e a Partilha, além de participação em inúmeros livros e revistas do setor esportivo
(DUAS VEZES POR SEMANA E SEMPRE QUE TIVER MAIS NOVIDADE OU COISA BOA DE COMENTAR)
Pobre esse nosso futebol. De sãopaulino que foi a tds as inaugurações do Morumbi, hoje não recito o nome dos atletas do tricolor. Mas mantenho o que seria a minha simpatia, sem assistir aos jogos. Mesmo assim, estava eufórico com a vitória sobre o Palmeiras. Mas o pavio apagou rápido, jogando terra sobre o que poderia ser o meu renascimento tricolor. E o técnico do Santos, Dorival foi embora. O último dos moicanos. Isso prova como está difícil o nosso futebol. Mais uma pá de terra sobre meu ânimo.