Decisão do Paulistão: o Clássico no tabuleiro. Blog do Mário Marinho
Foi um jogo de tabuleiro que fizeram na noite de ontem o Palmeiras e o São Paulo.
Como num jogo de xadrez, cada jogada parecia ter sido estudada por horas a fio.
Os ataques ao Rei, no caso do Xadrez, ou ao Goleiro, no jogo que vimos no jogo de ontem, foram poucos e todos eles neutralizados.
No xadrez, o objetivo é atacar o Rei que se encontra do outro lado do tabuleiro. No futebol, o objetivo é atacar o Goleiro, que se encontra do outro lado do campo.
Embora, o objetivo em ambos os casos seja o ataque, a primeira preocupação é a defesa.
Uma das aberturas clássicas do xadrez é a Rui Lopes. A formação clássica do futebol é a linha de quatro zagueiros.
No jogo de ontem, os dois times abriram mão de uma defesa (abertura) clássica e partiram para a formação da linha defensiva com três zagueiros.
Se fosse xadrez, poderíamos dizer que, ao invés da abertura Rui Lopes, ambos partiram para a abertura Siciliana, com maior concentração de jogadores (peças) no meio do campo e a sólida defesa de três zagueiros que pouco se aventuraram ao ataque.
Foi um jogo ruim?
Não, não foi.
Foi um jogo extremamente tático, estratégico e pensado.
Por isso não foi entediante, como em muitos 0 a 0 onde os dois times se negam a jogar.
Os dois esquemas táticos de maior preocupação defensiva, prevaleceram sobre a força atacante.
Mesmo assim, vimos algumas boas jogadas pelo lado palmeirense, onde Roni apareceu com a velocidade que lhe é característica (como a Dama no Xadrez) ou espetacular chute no travessão do goleiro Weverton, desferido por Sara, do São Paulo, que lembrou um ataque à distância das fortes Torres.
Ficou claro, embora não muito, que o Palmeiras tem time mais técnico, com jogadas mais variadas, com mais criatividade.
O São Paulo, por sua vez, perdeu logo no primeiro tempo um jogador importante: Daniel Alves, machucado. E, no intervalo, perdeu outro também muito importante: o rápido e envolvente Benitez.
Não chega a tanto, mas é como se o enxadrista perdesse os dois bispos.
Os substitutos, Igor Vinicius e Igor Gomes, não decepcionaram. Mas, com certeza, o embate teria sido outro se os dois titulares não tivessem se machucado.
A decisão ficou para o domingo, no Morumbi.
Não há favorito.
Nem tecnicamente nem regulamentamente.
Técnica e taticamente, os dois times se equivalem, embora, volto a frisas, o Palmeiras seja mais brilhante. E, por isso mesmo, tem maior responsabilidade no jogo.
Se é o melhor, tem que vencer. É o que reza a lógica.
Porém, o título vale mais para o São Paulo do que para o Palmeiras.
Isso porque o Tricolor está há quase 10 anos, desde 2012, sem levantar um caneco.
Já o Palmeiras vem de importantes conquistas: como o Paulistão do ano passado e a Libertadores.
Pena que o Morumbi estará vazio.
Merecia arena lotada.
E, nesse caso, os jogadores, como gladiadores, saudariam os torcedores (nesse caso, o Imperador César):
“Ave Caesar, morituri te salutan”.
Em bom português:
“Salve César. Os que vão morrer te saúdam”
Obrigado
por nada.
É esse o sentimento da torcida corintiana após a goleada do Timão, ontem à noite, sobre o modesto Huancayo por 5 a 0.
Ambos, Timão e o time peruano, fundado em 2007, já estavam desclassificados da Copa Sul-Americana.
Novorizontino
Campeão do Interior
Em disputa paulista pelo título de melhor time do Interior, o Novorizontino venceu a Ponte Preta ontem, em Novo Horizonte, por 2 a 0.
Com o título o Novorizontino faturou a premiação de R$ 252 mil (a Ponte, vice, ficou R$ 70 mil).
Porém, melhor e mais importante que a premiação em dinheiro, foi a classificação para a Copa do Brasil.
Por falar em premiação, o Campeão Paulista, São Paulo ou Palmeiras, receberá prêmio em dinheiro, da Federação Paulista, de R$ 3.5 milhões. Já o vice, R$ 1.15 milhão.
Mas, cada um receberá ainda R$ 30 milhões de pagamento da televisão pela transmissão dos jogos e participação na publicidade estática dos estádios.
No segundo estadual mais importante do Brasil, o Mineiro, a decisão entre América e Atlético será na tarde amanhã, no Mineirão.
No primeiro jogo, o Galo resistiu bravamente ao ataque do meu Coelho e o resultado foi 0 a 0.
No Rio de Janeiro, o primeiro, domingo passado, Fla-Flu ficou no 1 a 1. Em caso de novo empate, amanhã, a decisão irá para os pênaltis.
Em Porto Alegre, o Grêmio venceu o primeiro GreNal decisivo do Gauchão na semana passada, na casa do Inter e agora joga pelo empate nesse domingo para ser campeão.
Lá na Terra do Acarajé, Bahia e Vitória, tradicionais finalistas, dançaram ao longo do Baianão 2021.
Assim, a final será entre o Bahia de Feira de Santana e o Atlético da Bahia. O primeiro jogo terminou empatado: 2 a 2. O jogo de volta será neste domingo, em Feira de Santana.
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Mário Marinho – É jornalista. É mineiro. Especializado em jornalismo esportivo, foi durante muitos anos Editor de Esportes do Jornal da Tarde. Entre outros locais, Marinho trabalhou também no Estadão, em revistas da Editora Abril, nas rádios e TVs Gazeta e Record, na TV Bandeirantes, na TV Cultura, além de participação em inúmeros livros e revistas do setor esportivo.
(DUAS VEZES POR SEMANA E SEMPRE QUE TIVER MAIS
NOVIDADE OU COISA BOA DE COMENTAR)
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