A noite dos visitantes mal comportados. Coluna Mário Marinho
A noite dos visitantes mal comportados
COLUNA MÁRIO MARINHO
Os mineiros do Galo foram a Porto Alegre e não tomaram conhecimento do Beira Rio quase lotado: venceram o Internacional por 2 a 1 na primeira partida das semifinais da Copa do Brasil.
Os gaúchos do Grêmio foram a Belo Horizonte e não tomaram conhecimento do Mineirão lotado, da bela paisagem da Pampulha ou dos pães de queijo e meteram 2 a 0 no Cruzeiro, um placar quase impossível de se reverter nesse mata-mata.
Assisti ao jogo de Porto Alegre.
Jogo com um paradoxo que só o futebol permite: foi fraco tecnicamente e forte em emoções.
O Atlético abriu o placar logo no começo do jogo, numa jogada característica da raça argentina que o centroavante Lucas Pratto é legítimo representante. Pratto recuperou bola que todos consideravam perdida, cruzou para a área e Otero marcou.
Para o bom atacante, não tem bola perdida. Foi assim, aos 3 minutos e Você verá o gol um pouco mais abaixo.
Gol no comecinho de jogo é o sonho de quem marca e o pesadelo de quem toma.
O Inter entrou em campo com a responsabilidade não só de vencer, mas de fazer um bom resultado já pensando no jogo de volta, no Mineirão, na semana que vem.
Com este pensamento, esta diretriz, um gol logo de cara desmonta toda a preparação.
Mas o Inter foi à luta.
E como acontece nessas situações, sob forte pressão, foi ao ataque atabalhoadamente.
Teve pela frente dois adversários difíceis de vencer.
O primeiro foi o goleiro Victor que, além de ser ótimo, estava em noite inspiradíssima e fez rês ou quatro defesas daquelas chamadas de impossíveis.
O segundo adversário foi a afobação, a ansiedade, a vontade de acertar, de marcar que levou o Inter a jogar fora ótimas chances de gol.
O Galo se defendeu se defendeu como pôde, como Victor pôde e como Deus quis.
Sobrou espaço para os contra-ataques e o Atlético foi à frente. Encontrou o goleiro Danilo Fernandes também em ótima fase.
O Internacional conseguiu o gol de empate numa falha boba do lateral Fábio Santos que resolveu fazer gracinha dentro da área e acabou cometendo pênalti que William converteu aos 24 minutos do segundo tempo.
O empate já estava de bom tamanho para o Galo. Numa jogada de bate-rebate na entrada de sua área, a bola foi chutada para longe e caiu nos pés do jovem Cazares, equatoriano de 24 anos, que com um lindo toque já dominou virando-se para o campo adversário. Com um drible seco, ele se viu diante de dois zagueiros gaúchos. Mas, pelo lado direito corria Luan, pelo esquerdo, Pratto. Eram três contra dois.
Na entrada da área, Cazares tocou na medida para Luan que, na saída do goleirão gaúcho, tocou do outro lado onde estava Pratto com o gol aberto, à sua disposição: 2 a 1.
Este gol, certamente, foi o lance mais bonito de toda a partida.
Na próxima semana, o jogo será em Belo Horizonte, no Horto, onde, reza a lenda, “quem cai no Horto está morto”.
Veja os lances e atenção para a belíssima jogada do segundo gol do Galo.
https://youtu.be/nrUL9l-bOG0
Gaúchos
mandaram no Mineirão
Segundo as estatísticas, fazia anos que o Grêmio não vencia o Cruzeiro no Mineirão. Quase duas décadas, 12 jogos.
Pois o Grêmio mandou lá no Mineirão.
Cerca de 55 mil torcedores cruzeirenses, que formaram um mar azul às margens da Pampulha, viram o Grêmio tocar a bola seguidamente por 59 segundos, em 22 trocas de passes até que a bola sobrou para Luan marcar por cobertura, 1 a 0, um belíssimo gol.
O Cruzeiro não teve forças para reagir e ainda levou o gol de Douglas, esse interminável meia que, aos 34 anos, esbanja vitalidade e a categoria que sempre teve.
Reverter esse quadro agora é quase missão impossível para o Cruzeiro.
Veja os principais lances.
https://youtu.be/7HuDPyYQPyU
__________________________________________
Mario Marinho – É jornalista. Especializado em jornalismo esportivo foi durante muitos anos Editor de Esportes do Jornal da Tarde. Entre outros locais, Marinho trabalhou também no Estadão, em revistas da Editora Abril, nas rádios e TVs Gazeta e Record, na TV Bandeirantes, na TV Cultura, nas rádios 9 de Julho, Atual e Capital. Foi duas vezes presidente da Aceesp (Associação dos Cronistas Esportivos do Estado de São Paulo). Também é escritor. Tem publicados Velórios Inusitados e O Padre e a Partilha, além de participação em livros do setor esportivo
(DUAS VEZES POR SEMANA E SEMPRE QUE TIVER MAIS NOVIDADE OU COISA BOA DE COMENTAR)