E os porcos com isso? Por Josué Machado
E OS PORCOS COM ISSO?
por Josué Machado
Alguém tem de ser culpado pelas silabadas e cabeçadas que essa gente inventa com tanta arte.
Jamais saberemos por que alguns mestres do direito dão a si mesmos o direito de chamar de “CONSTUCIONAL” a palavra “CONSTITUCIONAL”, devorando a pobre sílaba “TI”, a segundona, e deformando irremediavelmente o erudito adjetivo referente à essência do “livrinho”, apelido que o então presidente Eurico Dutra (1883-1974) dava à muito respeitada Constituição – coisa do passado.
Às vezes o distinto falante nem devora por completo o “TI”, mas passa pela sílaba com tanta rapidez e volúpia que ela deixa de existir de fato. Daí o “CONS…TUCIONAL” de muita gente.
Diz “CONSTUCIONAL” até o doutor em Direito Constitucional Michel Miguel Elias Temer Lulia, cujos ministros estão trombando a mais não poder, língua solta, cada um atirando para um lado, mas no conjunto enlouquecidos como uma vara ou manada de porquinhos desgovernados, iguais aqueles que o bom Jesus fez desabar num despenhadeiro depois de os encher de demônios safados, já faz tempo.
(Tem-se a impressão de que o bom Jesus na verdade injetou parte dos demônios nos políticos brasileiros e suas futuras gerações para todo o sempre, além de nos porcos, mas nunca se sabe.)
Diz “CONSTUCIONAL” até o doutor em Direito Constitucional Michel Miguel Elias Temer Lulia, cujos ministros estão trombando a mais não poder, língua solta, cada um atirando para um lado…
Mas que a palavra “porquinho” não nos remeta, pelamor!, ao rotundo e inverossímil Geddel Vieira, de passado nebuloso, que até se parece com um leitãozinho rosado e diz o que lhe dá na telha, sem se importar com a unidade de tão unido governo em torno do bem comum. Sim, o bem comum. Do pemedebê.
(Não que o petê não lutasse com redobrado denodo [diria Temer] por tal unidade, que já foi para o beleléu.)
Enfim, de volta ao princípio era o verbo, claro que é mais fácil pronunciar o decepado “CONSTUCIONAL” do que o esparramado polissílabo “CONSTITUCIONAL”, em que o “TITU” funciona como obstáculo ou degrau entre a partida esperançosa lá no começo e a chegada exaustiva cá no fim, aos solavancos, cada um defendendo o seu e que se dane o povão.
Não fica bem. Não, não fica.
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