Olho no olho. Coluna Mário Marinho

Olho no olho

COLUNA MÁRIO MARINHO

Muita água ainda há de correr nesse caudaloso rio do Brasileirão 2016. E, como ensina a sabedoria do antigamente, não adianta apressar a água do rio: ela sabe qual é a sua velocidade.

Mas as corredeiras dessas águas começam a tomar forma. Nada definitivo, claro.

Porém, como não temos nenhum super time nesse Brasileirão, nenhum time lá pelo meio da tabela e que, de repente, possa gritar Shazam, se transformar num super herói e derrubar todos os seus inimigos, como não temos essa possibilidade, dá para arriscar nos dois líderes.

O Palmeiras tem 51 pontos e em segundo vem o Flamengo com 50.

Seus mais próximos concorrentes são: Atlético MG, 46 e Santos, 45. O Corinthians vem em 5º lugar, com 41, e já parece carta fora do baralho. Não tanto pela diferença de pontos, mas pelo futebol ou falta dele que tem mostrado.

O próximo adversário do Palmeiras é Coritiba (13º colocado), na Allianz Parque. O Flamengo tem, teoricamente, parada mais dura: enfrenta o desesperado Cruzeiro (15º), em jogo que será disputado no Espírito Santo.

Na 28ª rodada, o Mengão tem outra tarefa difícil: o São Paulo (12º), no Morumbi. Na mesma rodada, o Palmeiras pega o quase afogado Santa Cruz (18º), na segunda-feira, no Recife. Não é Prada fácil.

Esse mesmo Santa Cruz será o adversário do Flamengo na 29ª rodada, jogo com mando dos cariocas, provavelmente no Pacaembu.

Já o adversário do Palmeiras será o meu América, lá em Belo Horizonte. Como é sobejamente sabido, o meu time apaixonou-se pela lanterna e não desgruda dela desde o começo do Brasileirão.

Nessas três rodadas citadas, nada indica com razoável possibilidade de acerto, que haverá mudanças no topo da tabela de classificação.

Como os dois times estão estáveis, tudo tende a correr tranquilamente.

O Palmeiras tem Cuca como técnico, um profissional de indiscutível qualidade. Experiente, ousado, vencedor.

O Flamengo tem outro perfil de técnico. É dirigido por José Ricardo Mannarino, também chamado de Zé Ricardo, de apenas 45 anos de idade e de pouca experiência no futebol.

Em campo, foi zagueiro de vida curta, depois se bandeou para o futsal, chegou no Flamengo em 2005 para dirigir a garotada de 13 anos; passou três anos dirigindo o carioca Audax; voltou à Gávea, pouco depois foi promovido a técnico interino e depois confirmado no cargo.

Ricardo Mannarino tem feito  Mengão jogar. Caiu nas graças da torcida, o que é super importante, principalmente num time de massa.

Portanto, Flamengo e Palmeiras estão muito parelhos.

É olho no olho.

As belas

festas cariocas

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Na verdade, foram festas brasileiras.

Os Jogos Olímpicos foram simplesmente espetaculares. As duas festas, abertura e encerramento, foram festas para ninguém botar defeito. Alegria, criatividade, emoção, lágrimas, sorrisos.

Foram dias de muito esporte, de muita disputa. Dificilmente se viu perdedores: todos ganharam, todos comemoraram, porque todos competiram.

Aí vieram os Jogos Paraolímpicos.

E com eles, angustiante interrogação: e agora?

Mas, simplesmente pareceu que os Jogos Olímpicos continuaram. Houve uma pequena pausa, um ligeiro descanso, para tudo recomeçar. Como diria o sábio professor Raimundo, é vapt-vupt.

Novamente, belas festas, estádios lotados, torcida vibrando. Por incrível que pareça, houve torcida em respeitoso silêncio como aconteceu no futebol dos cegos.

Visto assim, à distância, me pareceu que o torcedor brasileiro no Rio, não torceu para os atletas brasileiros: torceu para os atletas.

Não interessava a bandeira, a origem, o tipo de deficiência. Nem houve lugar para lamúrias, para dó: o que todos nós vimos ali nas competições foram esses rapazes e moças se superarem – eles que fizeram da superação a razão da vida.

Ainda não

é o fim do poço.

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A Portuguesa de Desportos foi rebaixada nesse fim de semana para a Série D, quarta divisão do Brasileirão.

Foi o quarto rebaixamento em três anos.

Acostumada a viver em crise, com pouca mas exigente torcida, dinheiro curto, a Lusa teve grande fase no final dos anos 90. Em 1996, foi vice-campeã brasileira.

Eu trabalhei lá de 1997 a 2000, como Assessor de Imprensa.

Conheci ótimas pessoas e também torcedores, brasileiros e portugueses, entre eles vários dirigentes, que sempre colocaram o interesse e a vaidade pessoais em primeiro plano.

Há três anos, ao escalar um jogador irregular, a Lusa perdeu os pontos do jogo e foi rebaixada para a Série B do Brasileirão. Foi um erro administrativo e, lá no Canindé, sabe-se bem o que aconteceu.

Ao invés de união, o que se viu foi cada um defendendo o seu interesse.

Derrubaram um dos dirigentes mais íntegros que já conheci nesse meu longo tempo de jornalismo esportivo: Ilídio Lico.

Mas, não se espante, a Lusa ainda não chegou ao fim do poço.

Mas está próximo.

A sua dívida é de cerca de R$ 250 milhões. Seu estádio vai a leilão para cobrir parte dessa dívida. Sobrarão ainda quase 100 milhões de dívidas.

Sabe, tem muito mané na Lusa.

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FOTO SOFIA MARINHO

Mario Marinho É jornalista. Especializado em jornalismo esportivo foi durante muitos anos Editor de Esportes do Jornal da Tarde. Entre outros locais, Marinho trabalhou também no Estadão, em revistas da Editora Abril, nas rádios e TVs Gazeta e Record, na TV Bandeirantes, na TV Cultura, nas rádios 9 de Julho, Atual e Capital. Foi duas vezes presidente da Aceesp (Associação dos Cronistas Esportivos do Estado de São Paulo). Também é escritor. Tem publicados Velórios Inusitados e O Padre e a Partilha, além de participação em livros do setor esportivo

A COLUNA MÁRIO MARINHO É PUBLICADA TODAS AS SEGUNDAS E QUINTAS AQUI NO CHUMBO GORDO.
(E SEMPRE QUE TIVER NOVIDADE OU COISA BOA DE COMENTAR)

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