Eles estão chegando. Por Josué Machado
ELES ESTÃO CHEGANDO
Os programas eleitorais políticos na TV e no rádio que vão encher de graça nossa vida por um mês são marcados por alguns graciosos aspectos.
As quadrilh, isto é, as legendas políticas não pagam nada pelos programas a que têm direito no rádio e na TV, sabemos todos; são programas impostos pela legislação feita, por coincidência, pelos políticos, naturalmente, para atrair votos e simpatizantes.
Pois tais programas – pagos indiretamente pelo povo por meio da isenção de milhões, sim, milhões de reais em impostos às emissoras — têm alguns curiosos traços comuns, sabemos todos.
…se orgulham de falar no rádio ou aparecer na TV pimpões, cabelos tingidos, roupas estranhas, em geral lendo com dificuldades coisas estapafúrdias e alheias à realidade: vaidade temperada por estupidez, portanto.
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Os políticos MENTEM ao acenar com a construção de um mundo maravilhoso que ninguém conhece nem conheceu, nem aqui nem na ponte que se partiu quando a ainda impune Samarco derramou toda aquela lama em Minas.
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Os políticos SABEM que todos os ouvintes/telespectadores TAMBÉM SABEM que estão mentindo. Isso, embora os que prestam atenção a eles sejam apenas parte dos familiares, ou interessados em alguma benesse, ou pessoas distraídas que deixam os aparelhos ligados por inércia, ou infelizes jornalistas ou analistas que, por obrigação, são condenados a ouvi-los e vê-los, embora quase sempre com náuseas e o nariz tapado.
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Se MENTEM e SABEM que TODOS SABEM que MENTEM ou dizem tolices, por que continuam fazendo tais programas?
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Fazem esses programas tolos, mentirosos, sem sentido, em geral ridículos, falsos como “notas de três real” (como dizem às vezes), porque se orgulham de falar no rádio ou aparecer na TV pimpões, cabelos tingidos, roupas estranhas, em geral lendo com dificuldades coisas estapafúrdias e alheias à realidade: vaidade temperada por estupidez, portanto.
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São um retrato do povo, dizem alguns sábios pomposos com ar doutoral. Nem tanto. A escolha reflete antes a vontade dos donos das quadrilh, isto é, das legendas, que escolhem criaturas dispostas a colaborar cegamente, que não reivindiquem parte do FUNDO PARTIDÁRIO – a bufunfa básica com que se mantêm para manter acesa e bem alta a chama da Democracia Brasileira. Como sai do Tesouro, é um fundo também pago pelo povão e aprovado pelo Congresso: passou a ser de R$ 867,7 milhões em 2015 – o triplo do ano anterior. É a edificante “BOLSA-PARTIDO”, que funciona como a bolsa-família, a bolsa-sindicato do imposto sindical e por aí vai.
6) As menores quadrilh, isto é, legendas, as de aluguel, vendem seu tempo às maiores para assim conseguir favores e embolsar algum.
Conclusão, a ideologia das 35 quadrilh, isto é, legendas registradas no TSE? Poderia ser um tema engraçado, não fosse trágico.
Pode-se dizer, então, que os candidatos são de fato retrato do povo que “representam”?
Representam algo além deles e dos interesses deles mesmos? E das quadril, isto é, legendas deles mesmos?
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