Dez dias e tudo vai bem. Coluna Mário Marinho
Dez dias e tudo vai bem
Coluna Mário Marinho
O leitor amigo certamente já assistiu um daqueles filmes em que o vigilante do castelo do rei passa a noite anunciando de hora em hora: “uma hora e tudo vai bem”, “duas horas e tudo vai bem”, “três horas e…”.
Pois bem, eu imagino que assim como eu, muitos outros brasileiros estão fazendo a contagem regressiva para o final dos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro e torcendo para que tudo continue assim.
Entramos no décimo dia e tudo vai bem.
Aconteceram alguns imprevistos, alguns incidentes e até mesmo alguns acidentes, mas tudo dentro na corta normal da imprevisibilidade.
Os australianos chegaram e reclamaram que as acomodações ainda não estavam prontas.
Normal, eles não conhecem brasileiros e não sabem que nós nunca, jamais na vida entregamos uma obra na data marcada.
E porque eles não conhecem os brasileiros, não sabiam que existe a turma do quebra galho. Portanto, registrada a reclamação, entrou na bela Vila Olímpica a delegação “Quebra Galho” que, com brasileiríssima desenvoltura, resolveu logo todos os problemas. Ou quase todos.
Alguns atletas foram assaltados. Um teve o celular roubado. Um jornalista teve seu notebook levado e alguém ficou sem a carteira. Tudo dentro da normalidade. Fatos corriqueiros para quem anda pelas ruas brasileiras, não apenas cariocas.
Até a triste e lamentável morte do soldado Hélio de Andrade, da Força Nacional entrou nas estatísticas dos fatos tristes, mas, que acontecem.
O soldado, junto de outros companheiros, entrou por engano na área da Favela da Maré, mais precisamente na Via do João. Ali é uma espécie de califado dominado pelos senhores do tráfico, das armas e das drogas.
Na área funciona aquele lema: se vier, que venha armado.
Mas não se trata de armas convencionais. Por exemplo, calibre 22 que qualquer moleque de 12 anos tem, assim como tínhamos nossos estilingues (na minha terra era bodoque) com os quais matávamos inocentes passarinhos.
Nem mesmo venha de 38, até pouco tempo tratado com respeito: era o três-oitão.
Não, nada disso. Venha armado de verdade. Fuzil Ak 47 ainda merece respeito, fala grosso. Por via das dúvidas, venha de fuzil .50 capaz de derrubar helicóptero.
Aí, sim, Você estará bonito na foto.
O Rio
continua lindo
Assisti a trechos da prova da maratona olímpica neste domingo por ruas do Rio de Janeiro.
Cada curva, cada tomada, cada rua uma paisagem diferente de tirar o fôlego. Como essa daí a cima, de tanto verde abençoado pelos braços aberto do Cristo Redentor lá do alto.
Não sei se tecnicamente foi uma grande prova. Mas, no quesito beleza foi, com certeza, a mais bela maratona do mundo.
Reforço
para a goleira
Se posição de goleiro de futebol normalmente é de muito sacrifício e riscos, no handebol esses riscos e sacrifícios são multiplicados por cinco, seis, oito vezes.
No futebol, um goleiro ou goleira pode levar um, dois ou três gols e ser festejada por uma boa atuação. No handebol, se a goleira levar 26, 27, 28 gols, certamente não será chamada de frangueira. É normal.
O handebol feminino brasileiro tem duas excelente goleiras: a gaúcha Babi e a paraibana Mayssa. Elas mesmas sempre repetem que se completam.
– Se a Babi não está bem, eu estou e entro no jogo; se eu não estou bem, ela entra no meu lugar. Afirma com convicção a paraibana.
Na semana anterior ao começo dos Jogos do Rio, Mayssa reclamou muito da imprensa que fazia perguntas sobre sua vida sexual.
– Tô de saco cheio, não falo mais sobre isso, esbravejou.
Pois neste fim de semana, para dar mais tranquilidade às atuações da nossa brava goleira, chegou do Canadá a modelo Nikki Shumaker que desde julho de 2015 é namorada da nossa goleira. E não se furtou a falar sobre o romance:
– Bastou uma rápida trocada de olhares e algumas palavras. A impressão que eu tinha era que a gente já se conhecia. Na hora, a gente soube. Foi algo como: ‘finalmente! Eu esperei por isso durante anos!’ Eu sei que é um sentimento que nem todo mundo tem, então para sempre serei grata.
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Mario Marinho – É jornalista. Especializado em jornalismo esportivo foi durante muitos anos Editor de Esportes do Jornal da Tarde. Entre outros locais, Marinho trabalhou também no Estadão, em revistas da Editora Abril, nas rádios e TVs Gazeta e Record, na TV Bandeirantes, na TV Cultura, nas rádios 9 de Julho, Atual e Capital. Foi duas vezes presidente da Aceesp (Associação dos Cronistas Esportivos do Estado de São Paulo). Também é escritor. Tem publicados Velórios Inusitados e O Padre e a Partilha, além de participação em livros do setor esportivo
A COLUNA MÁRIO MARINHO É PUBLICADA TODAS AS SEGUNDAS E QUINTAS AQUI NO CHUMBO GORDO.
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Prezado Marinho. Pela origem no jornalismo esportivo, concordo com você em muitos pontos, como não poderia deixar de ser, conhecendo e trabalhando com você no nosso JT. Sou fanático por uma boa Olimpíada. Acho que você deixou de lado a “água verde” e ainda não havia acontecido o acidente ou incidente com a câmera aérea, que felizmente não gerou feridos graves. Mas o que não dá mais para aguentar é o Galvão Bueno. Mestre, o cara é o maior e mais inteligente jornalista do mundo. Entende de tudo e não mais (só) de Formula 1, como agora é master em natação, ginastica artística, vôlei e, seleção brasileira. Ainda bem que temos a Record e a Band (apesar do Neto) como outras opções. Que o digam os colegas da BBC. Abraço e parabéns. realmente a paisagem do Rio de janeiro é maravilhosa. Uma pena os cariocas nela habitarem.
Abraços,
Toninho