A um passo de um novo 7 a 1. Coluna Mário Marinho

A um passo de um novo 7 a 1

Coluna Mário Marinho

Nesta próxima quarta-feira, dia 10, o Brasil pode acrescentar mais um vexame na série que vem acumulando desde a Copa de 2006: a seleção masculina de futebol pode ser eliminada da Olimpíada do Rio de Janeiro sem ter marcado um gol sequer. O empate sem gols nos tira do jogo; o empate com gols também tira.

Só nos reta uma vitória sobre a Dinamarca o que não é impossível, mas parece altamente improvável.

A Seleção Brasileira cumpre o seu calvário desde a Copa de 2006, na Alemanha, quando foi dirigida por Carlos Alberto Parreira, tendo o velho Mário Jorge Lobo Zagallo como seu fiel escudeiro.

A preparação dessa seleção foi uma bagunça que talvez só tenha paralelo com a preparação da seleção de 1966.

Veio o sargentão Dunga e a Copa de 2010 foi um fiasco.

Para a Copa do Brasil, 2014, recorreu-se ao até então quase imbatível Luis Felipe Scolari. Embalada pela torcida, a seleção foi caminhando até escancarar suas fragilidades, com o capitão do time, o zagueiro Thiago Luís, chorando e se recusando a cobrar pênalti na decisão contra o Chile.

Chegou então o momento do histórico vexame: fomos eliminados pela Alemanha por humilhantes 7 a gols a 1.

Era hora de renovar. E o que fez a CBF: chamou aquele mesmo Dunga lá de trás. Diz o velho ditado que errar é humano, mas persistir no erro é burrice. E a nossa CBF, com o presidente encarcerado lá nos Estados Unidos persistiu no erro.

Na disputa pelas eliminatórias da Copa do Mundo de 2018 estamos em 6º lugar. Classificam-se, diretamente, quatro países.

Depois, ainda há uma repescagem para a quinta vaga. Por enquanto, estamos fora.

Recorreu-se, agora, ao técnico Tite, que deveria ter sido chamado para técnico logo após o fiasco de 2014.

Nesse meio tempo, fomos eliminados em duas Copas América.

A Seleção Olímpica parecia ter tudo para acabar com o tabu de nunca termos conquistado o ouro no futebol.

Os jogadores são todos profissionais e titulares nos times que defendem.

Temos bons jogadores – mas não temos um bom time.

Culpa do técnico? Também.

Mas o que deu nesses meninos que não conseguem dar um drible? Não conseguem acertar uma bola ao gol adversário?

Será que o problema é grana demais?

Não, não acredito.

Mais milionário que todos eles é o tenista número um do mundo, Novak Djokovic que, eliminado no primeiro jogo, saiu das quadras aos prantos e pediu desculpa aos brasileiros.

Cheio da grana está, há muito tempo, o hipercampeão Michael Phelps que poderia estar gozando a aposentadoria, mas quis participar de mais uma Olimpíada e já ganhou sua 23ª medalha, maior medalhista olímpico.

Então, o que acontece?

A realidade é dura, mas é preciso entender que já não temos mais aqueles craques, não somos mais imbatíveis.

Você já deve ter ouvido de algum jogador sem explicação para uma derrota, a frase: “Já não existem mais bobos no futebol”.

A constatação é dura, mas existem sim: somos nós.

Arrancada
triunfal

Eis que o meu América mineiro bateu o Santos neste domingo, lá no estádio Independência, em BH. Estádio onde eu vivi muitas alegrias com o meu América. Ainda estamos agarrados à lanterna, como se fôssemos um Dionísio moderno.

Mas, agora, só precisamos vencer mais nove jogos para escapar da inevitável queda para a Série B.

Fácil.

Para
ouvir e curtir

Homenagem ao Rio de Janeiro.

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FOTO SOFIA MARINHO

Mario Marinho É jornalista. Especializado em jornalismo esportivo foi durante muitos anos Editor de Esportes do Jornal da Tarde. Entre outros locais, Marinho trabalhou também no Estadão, em revistas da Editora Abril, nas rádios e TVs Gazeta e Record, na TV Bandeirantes, na TV Cultura, nas rádios 9 de Julho, Atual e Capital. Foi duas vezes presidente da Aceesp (Associação dos Cronistas Esportivos do Estado de São Paulo). Também é escritor. Tem publicados Velórios Inusitados e O Padre e a Partilha, além de participação em livros do setor esportivo

A COLUNA MÁRIO MARINHO É PUBLICADA TODAS AS SEGUNDAS E QUINTAS AQUI NO CHUMBO GORDO.

(E SEMPRE QUE TIVER NOVIDADE OU COISA BOA DE COMENTAR. )

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