Colunista não se conforma. Nem com a política, nem com os erros crassos
A cobertura da imprensa dos fatos sobre o impeachment é equilibrada ou parcial? Existe imparcialidade em qualquer coisa que seja feita por pessoas? Um erro justifica outro – explico-me: o fato de não ter insistido sobre algumas irregularidades cometidas em governos passados justificaria fazer a mesma coisa agora? -, que seria deixar de informar os malfeitos atuais? Além disso, há um aspecto que vem sendo ignorado por todos os exegetas: nenhuma das notícias consideradas tendenciosas foi cabalmente desmentida até agora, declarações de envolvidos – “Não sei, não fui eu, não vi, não ouvi” – não servem, até porque sabe-se que é mentira, sabem sim, foram sim, viram sim e ouviram sim.
Ao ler as sessões de cartas dos jornais, percebe-se que os leitores pretendem transformar as publicações em extensão do Facebook, só aceitam os que têm as mesmas opiniões que eles. É um tal de “Contrataram fulano? Vou cancelar minha assinatura!”; “Olha, só continuo assinante por causa de beltrano, senão já teria desistido do jornal.”. O pessoal está se transformando em adepto do pensamento único, ou concorda comigo ou vai ser xingado, agredido, é o “nós contra eles” tomando conta de corações e mentes, como disse Lyndon B. Johnson no tempo da Guerra do Vietnã
Os redatores d’O Estado de S. Paulo não sabem se pegam aquela doença contagiosa, contraem matrimônio – imaginem se jornalista vai escrever “casam-se”, não é sofisticado – ou se compram uma bicicleta. Dependendo da página ou do caderno são seguidas ou não as normas do (des)acordo ortográfico. No caderno Paladar, na capa e em texto interno, tem mão-de-obra e é mão de obra. No texto também está escrito bem-feito e é bem feito (locução adverbial) no caso – se fosse adjetivo seria benfeito.
O Jornal da GloboNews mostrou um protesto em Angra dos Reis na passagem da Tocha Olímpica, só se esqueceu de informar por qual motivo. Como sempre acontece, foi um protesto “civilizado”, que resultou no ferimento de uma criança.
(CACALO KFOURI)
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