Acentos deslocados e um monte de puxão de orelhas: na mira do Cacalo
Mais uma pessoa, desta vez Preta Gil, é vítima de ataques via as tais das redes (antis)sociais. Resolveu, como outras pessoas fizeram, denunciar à polícia. Será que é a melhor atitude? Não seria melhor ignorar os imbecis? Serão identificados, detidos, pagarão uma merreca de fiança, e serão julgados – se forem – daqui a 50 anos e condenados – se forem – a distribuir cinco cestas básicas. E terão conseguido o que queriam, aparecer.
Tomara que o pessoal d’O Estado de S. Paulo cuide melhor da edição do caderno Olimpíada2016, a cobertura é excelente, só claudica na escrita. Hoje (27), por exemplo, já não traz as ratas de ontem.
Uma regra, das mais sem sentido da reforma ortográfica, vem sendo ignorada desde o início por todos. No caso de palavras hifenadas, se uma delas cair na linha seguinte, deverão ser usados dois hífens, um em cada linha, isso para diferenciar da mera separação de sílabas. O pessoal já se atrapalha com um, imagine o que seria com dois… Bem que poderia surgir um parlamentar corajoso e propor o fim do (des)acordo, só serve pra complicar. E, se a língua portuguesa não é a mesma dentro do Brasil, é uma tolice tentar unificar out of borders. No Rio Grande do Sul, se alguém falar “Que bicha grande”, não dá galho, é fila grande; em São Paulo, vira porradaria.
Enquanto isso, o Estadão continua com sua gramática particular: Petrobrás em vez de Petrobras; câmpus por campus; Eletrobrás por Eletrobras; Teatro Municipal por Theatro Municipal; Castelo Branco por Castello Branco; usando indevidamente o artigo “o” antes de Guarujá e de Mato Grosso e Idem do Sul. E continua a não ter coragem de acentuar Julio, já que afirma “modernizar” a grafia de nomes. Doria, que não tem acento, voltemeia, na mesma coluna, ganha e perde o apêndice.
Caramba, na GloboNews, “Amanhã, ao invés de hoje”. Desde quando hoje é o oposto de ontem??? Na definição do meu filho mais velho, quando tinha uns 3 anos, “hoje é o amanhã de ontem”.
(CACALO KFOURI)
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