Isso, sim, é um jogo de Libertadores. Coluna Mário Marinho
Isso, sim, é um jogo de Libertadores
Coluna Mário Marinho
São Paulo e Atlético Nacional, de Medellin, proporcionaram um espetáculo na noite da quarta-feira, como há muito não se via na Libertadores.
Há tempos, estamos assistindo a espetáculos deploráveis em nome de uma desculpa inaceitável e esfarrapada. Tanto jogadores como profissionais de imprensa vivem repetindo: “Isso é Libertadores” ou “Libertadores é assim mesmo”.
E aí seguem-se cenas de invasão de campos, de torcedores lançando objetos contra jogadores e juízes, além das agressões entre os próprios jogadores.
O que vimos ontem foi um espetáculo de futebol, arbitragem à parte.
O São Paulo precisava não só vencer, mas alcançar a vitória por dois gols de diferença para se classificar; o Atlético tinha larga vantagem: podia até perder por 1 a 0.
Mas o São Paulo não se lançou desesperadamente para o ataque. Tocou a bola e chegou naturalmente ao gol antes dos 10 minutos. Um grande passo para atingir o resultado desejado.
Só que a alegria era de pobre e durou pouco: sete minutos depois o Atlético empatou. Foi o terceiro gol marcado pelos colombianos em jogada envolvendo o miolo de zaga do Tricolor. Desta vez, a falha gritante foi de Lugano.
A situação voltou a ficar ruim e a defesa são-paulina foi repetindo erros e o Atlético criando e perdendo incríveis oportunidades de gols. Pelo menos três dessas oportunidades foram os chamados gols certos.
Ao final do primeiro tempo, erro clamoroso do juiz que não deu um pênalti claríssimo em cima de Hudson que poderia ter colocar o Tricolor em injusta vantagem. Mas, como sempre digo aqui, campo de futebol não é Tribunal de Justiça.
O primeiro tempo terminou com apenas cerca de 10 faltas cometidas, nível europeu de comportamento dos jogadores.
Não houve deslealdade, não houve violência. Houve respeito e futebol entre os jogadores.
Porém, ficou claro que o Atlético é muito mais time que o São Paulo. Tanto nos valores individuais como em sua esquematização tática.
Durante todo o jogo, o ponta direita do Atlético, passou quantas vezes quis pelo lateral esquerdo Mena que não teve a devida cobertura. Na metade do segundo tempo, o técnico Bauza colocou Carlinhos no lugar do exaurido e quase morto Mena. Demorou.
Aos 32 minutos veio o lance do pênalti que o juiz, alertado pelo auxiliar, marcou. O juiz chileno não viu o pênalti a favor do São Paulo nem esse a favor do Atlético. Só que neste caso, foi alertado pelo auxiliar.
E aí deu-se toda a confusão.
Os jogadores do São Paulo erraram ao partir para cima do juiz?
Sim, claro, erraram. Mas como ficar calado diante das duas situações? O raciocínio é simples: se o juiz apita o primeiro pênalti, o jogo tinha outra cara no segundo tempo.
Não dá para adivinhar, mas a lógica indica que o Tricolor dificilmente chegaria à classificação. Não com a quantidade de erros que vinha cometendo.
Com dois jogadores expulsos, faltando 15 minutos para acabar o jogo, o São Paulo jogou a toalha. Não dava mesmo.
E o Atlético de Medellin agiu cavalheirescamente. Não houve abusos, não houve menosprezo ao time Tricolor.
Venceu o melhor.
E, ainda melhor, com um belo espetáculo.
Veja os melhores momentos:
https://youtu.be/UUpeGKG-KWM
Hélio Maffia,
por ele mesmo.
O professor Hélio Maffia foi um excelente e importante preparador físico nos anos 1970-80.
Começou sua trajetória no futebol no Paulista, de Jundiaí.
Trabalhou no São Paulo de 1969 a 1971, quando o Tricolor foi bicampeão paulista. Trabalhou também no Palmeiras dirigido por Osvaldo Brandão nos anos 70. Em sua passagem pelo Guarani, entre 1978 e 1980, o clube foi campeão brasileiro. E trabalhou também no Corinthians, no começo dos anos 80, época da Democracia Corintiana.
A vida e a carreira vitoriosas de Hélio Maffia estão sendo contadas no Livro “Hélio Maffia à Sua Maneira”, escrito pelo jornalista Gustavo Longhi de Carvalho. O lançamento será no próximo dia 26, terça-feira, a partir das 19 horas, no Salão da Federação Paulista de Futebol (rua Federação Paulista de Futebol, 55, Barra Funda). E dia 29 de julho (sexta-feira), a partir das 19h00 no Salão do Tênis Clube Jundiaí, rua Dr. Édson Zardeto de Toledo, 235, Jundiaí – São Paulo
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Mario Marinho – É jornalista. Especializado em jornalismo esportivo foi durante muitos anos Editor de Esportes do Jornal da Tarde. Entre outros locais, Marinho trabalhou também no Estadão, em revistas da Editora Abril, nas rádios e TVs Gazeta e Record, na TV Bandeirantes, na TV Cultura, nas rádios 9 de Julho, Atual e Capital. Foi duas vezes presidente da Aceesp (Associação dos Cronistas Esportivos do Estado de São Paulo). Também é escritor. Tem publicados Velórios Inusitados e O Padre e a Partilha, além de participação em livros do setor esportivo
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