A tática de Dilma reforça a permanência de Temer. Por Cesar Maia
A TÁTICA DE DILMA REFORÇA A PERMANÊNCIA DE TEMER!
Por Cesar Maia
Estabelece-se cada dia mais o consenso que a equipe econômico-financeira –liberal- de Temer é uma esperança das coisas mudarem. Mesmo setores de centro e centro-esquerda têm essa percepção…
Publicado originalmente em post de 6 de julho de 2016, no Ex - Blog de Cesar Maia
1. Os representantes de Dilma na comissão especial do Senado que analisa o impeachment adotaram a tática de quanto mais retardar a votação final melhor. Contam reverter votos de senadores ou fatos novos que possam desmoralizar o presidente Temer. Essa é uma tática suicida.
2. Temer governa como presidente efetivo olhando os dois anos e meio que tem à frente. Com isso, aprova leis, aplica políticas, introduz ações, reconstrói a máquina federal, os cargos em todos os escalões e empresas, redireciona a execução orçamentária…
3. Estabelece-se cada dia mais o consenso que a equipe econômico-financeira –liberal- de Temer é uma esperança das coisas mudarem. Mesmo setores de centro e centro-esquerda têm essa percepção. Nesse sentido, o governo Temer –por enquanto- não tem oposição “interna”, seja política, seja social.
4. A oposição de fato se dedica a denunciar um suposto “golpe”, se organiza e se mobiliza em função disso. Ou seja, a oposição de fato radicalizou à esquerda sua postura. Com isso, ela se torna antípoda às medidas e ações do governo Temer.
A tática do “é golpe” funciona como um bumerangue e cai na cabeça de Dilma e seguidores. Senadores que estavam de fato indecisos não estão mais…
5. Ou de outra forma: a hipótese do retorno de Dilma –com a base que lhe dá sustentação no PT, PCdoB, CUT, MST, et caterva e suas palavras de ordem- cria a certeza que aquele hipotético retorno de Dilma significará uma implosão da situação atual: remudarão tudo. Ou seja, o poço das crises política, econômica, social será muito mais profundo que hoje. Será como a ação de uma perfuradora de poços de petróleo do pré-sal.
6. Esse é um quadro que apavora as empresas, os investidores internacionais, os desempregados, os governos estaduais e municipais, os governos que interagem com o Brasil, os empregados, os sindicatos fora da CUT/MST. Essa percepção crítica chega a cada dia mais e mais aos Senadores que votarão o impeachment em 2 meses ou pouco menos.
7. A tática do “é golpe” funciona como um bumerangue e cai na cabeça de Dilma e seguidores. Senadores que estavam de fato indecisos não estão mais. E se reservarão até o painel marcarem os seus votos. A sensação, logo após a votação, será de alivio para todo o país. E de depressão para os que acreditaram na possibilidade da volta de Dilma.
Esses ficarão sem rumo, o que ocorre sempre que uma liderança convence seus seguidores de uma tática suicida.
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• Cesar Maia, do DEM/RJ, ex-prefeito do Rio de Janeiro.
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