A escravidão nunca foi abolida. Por Angelo Castello Branco
Temos por aqui um sistema de educação pública que mais parece uma linha de produção de futuros escravos condenados ao sub emprego e à infelicidade.
Enquanto a rede de colégios públicos não ganhar uma qualidade de ensino e uma estrutura igual ou melhor do que as escolas privadas de ponta no ranking da educação com resultados, as gerações de escravos seguirão penando sem chances de disputar emprego e qualidade de vida com o lado escolarizado da sociedade.
Os estudos realizados por especialistas apontam que as pessoas vitimadas pela ineficiência e ineficácia de uma rede de educação pública não terão a mínima chance de ingressar nos estágios seguintes de formação profissional.
As vítimas da hipocrisia de governos estão condenadas a viver em sofrimento físico e moral, na dependência de esmolas oferecidas por bolsas famílias e auxílios emergenciais pelo resto da vida. Jamais ingressarão no mundo do trabalho decente onde a tecnologia em permanente mutação impõe constantes novos pré-requisitos para abrir portas à inteligência.
Sufocado pela má qualidade média de políticos e de gestores públicos, o sistema educacional oficial tornou-se também inviável por causa do entrelaces com as questões ideológicas.
Sem entrar no mérito desses problemas o fato concreto e real é que, além da ineficácia comprovada, o funcionamento do colégio publico tem sido constantemente obstruído por questões que vitimizam os alunos e que exibem um cruel descompromisso com os jovens.
Temos por aqui um sistema de educação pública que mais parece uma linha de produção de futuros escravos condenados ao sub emprego e à infelicidade.
Devemos ir às ruas exigir de quem quer que esteja em governos um basta nessa farsa. Precisamos proteger de fato as crianças e jovens favelizados, oferecendo-lhes escolas decentes que lhes despertem orgulho e os livrem de humilhações.
Basta de hipocrisias que destroem o país e escravizam os pobres.
_______________________________________________________
Angelo Castelo Branco – Jornalista. Recifense, advogado formado pela Universidade Católica de Pernambuco. Com passagens pelo Jornal do Commercio, Jornal do Brasil, Diário de Pernambuco, Folha de S. Paulo e Gazeta Mercantil, como editor, repórter e colunista de Política.