Vai checar para ver se estão dizendo a verdade, ensina Cacalo
Sem ofender o circo, assisti, ontem, ao pior deles que vi em toda a minha já não curta existência, o armado pelos defensores de Cunha na sessão do conselho de ética (recuso-me a pôr em caixa-alta) da câmara dos deputados. Eles demonstram não ter o menor respeito próprio, se eu não respeitasse o decoro mirandar, escreveria tudo o que penso a respeito deles. Uma pena não dar para comemorar a aprovação do pedido de cassação, alguns dos 15 que aprovaram o pedido votaram covardemente.
Tite, no caso de você aceitar ser técnico da seleção espero que vá de escafandro, quem fica perto da sujeira se suja. É certo que trabalhou com gente do mesmo naipe no Corinthians e não se manchou, mas clube, por maior que seja, não é a mesma coisa que a CBF, nela, as más influências vêm de muito mais áreas. E, lembre-se, como trazem os jornais de hoje, você assinou um manifesto contra tudo o que há na CBF.
A questão dos moradores de rua não está sendo tratada pela imprensa com a devida profundidade. É óbvio que há muitas falhas no atendimento a eles, tem até aqueles que acham que tratá-los como “pessoas em situação de rua” vai mudar alguma coisa. E eles se queixam, principalmente, de que não são tratados como gente – e são. Fora o aspecto de não terem onde morar decentemente, há os decorrentes disso, e estes não são abordados. Pelas circunstâncias em que vivem, os moradores de rua acabam por acarretar problemas de higiene – usam as ruas como banheiro – e segurança. Sugiro aos jornais que façam uma visita, por exemplo, à avenida Gastão Vidigal, em frente à Ceasa de São Paulo e percebam o que lá ocorre. O canteiro central da avenida está se transformando em favela, dezenas de barracos já foram montados. E os moradores, quando os semáforos da avenida fecham, investem sobre os carros, principalmente os guiados por mulheres, com os rodinhos dos tempos de Sarney a sujar os para-brisas dos veículos e ficam violentos quando não recebem uma gorjeta. A questão é muito mais complicada do que chamar de higienista – e ele não é! – como fez o jornal O Estado de S. Paulo em relação ao prefeito paulista.
(CACALO KFOURI)