O que fazer com esses torcedores? Coluna Mário Marinho
O que fazer com esses torcedores?
É possível a convivência pacífica entre torcedores de times rivais dentro de um mesmo estádio, num mesmo momento?
Sim. Palmeiras e Flamengo mostraram isso no jogo de domingo, quando torcedores dos dois times foram colocados juntos e nada de errado aconteceu.
Não, não é possível se no meio destes torcedores estiverem membros das tais “torcidas organizadas”.
O mesmo Palmeiras e Flamengo neste domingo, em Brasília, provou isso quando torcedores da Mancha Verde invadiram o local reservados para os flamenguistas e começou pancadaria selvagem.
Um torcedor do Flamengo foi hospitalizado em estado grave; cerca de 30 palmeirenses foram detidos.
Mas, na segunda-feira, todos os detidos foram liberados já que a prisão não ocorreu em flagrante.
Até quando teremos que conviver com essa impunidade? Até quando a busca de lazer, de divertimento, de assistir a um simples jogo de futebol pode se tornar uma aventura com altíssimo índice de perigo como no domingo?
Eu sou contra a medida radical de se evitar torcidas adversárias (ou inimigas) num jogo de futebol. O chamado jogo de uma torcida só.
Mas, a evidência, a violência explícita vão tornando cada vez mais fracos os argumentos de quem quer apenas ver o esporte, de quem quer se divertir.
Eu tenho um neto de 13 anos, o corintiano Vinicius, que eu gosto de levar para assistir a jogos.
Nesse domingo, assistindo à cenas proporcionadas por alguns vândalos vestidos de verde e branco, meu neto foi taxativo.
– Ô vô, ainda bem que aqui em São Paulo os clássicos são de uma torcida só, né? Assim você pode me levar ao campo tranquilamente, né?
Falar o quê?
Quando esses torcedores vão ser fichados num cadastro nacional, uma espécie de ficha suja de torcedores, que dê a eles obrigações no dia e hora dos jogos de seus times e impedindo que eles compareçam aos estádios?
Quando os estádios vão ser devolvidos para os torcedores de verdade e não para os vândalos profissionais?
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Decepcionante? Que
nada, Seleção é preocupante.
Parece que não, mas, há uma Copa América em disputa e trata-se até de uma disputa especial porque comemoram-se os 100 anos da primeira competição.
Não ouço ninguém falar nada, nenhumm comentário na padaria…
Mas, para quem ficou até de madrugada na noite de sábado para ver o Brasil jogar (?), está tudo explicado: com esse futebol a Seleção não atrai ninguém.
Futebol decepcionante? Que nada, amigo, foi preocupante.
Uma seleção que dominga o jogo todo e chuta apenas duas bolas no gol do adversário e ainda tem que se valer e um erro de arbitragem para não sair de campo derrotada, certamente não vai mesmo atrair a atenção de ninguém.
E contra quem a seleção jogou? O Barcelona? O Real?
Não, amigo, contra o limitadíssimo Equador.
Estamos em disputa de uma vaga para a Copa de 2018. Após o intervalo da Copa América, voltaremos às Eliminatórias e nosso primeiro adversário será o Equador, lá em Quito.
Você está confiante?
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A rodada
do Brasileirão.
O maior destaque desta rodada foi, claro, a vitória do América MG sobre o Figueirense, o meu América. Meu Coelho aplicou a sonora goleada de 1 a 0 sobre os catarinas lá em nosso alçapão, o Estádio Independência, com a força e o aplauso da massa americana.
Com essa estrondosa vitória, saímos da lanterna, que agora pertence ao Cruzeiro, mas ainda temos o menor público da rodada: apenas 2.057 abnegados foram ao Independência.
Pobre América.
Agora, falando sério.
Lá em Brasília, onde Flamengo e Palmeiras proporcionaram um bom jogo – e a torcida organizada do Verdão deu um péssimo exemplo – os torcedores que foram a campo porque gostam de seus times e do futebol, proporcionaram o melhor público da rodada: 54.665 pagantes.
A melhor média do Brasileirão continua sendo do Corinthians: 31.063 por jogo.
Veja os gols da rodada
https://youtu.be/mYSPz6x2Wk0
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Rodou na China
Depois de seis meses trabalhando na China, Vanderlei Luxemburgo foi demitido. Final do projeto para levar seu time, o Tianjin Quanjian , à primeira divisão. Em oitavo lugar no campeonato, já não tem mais chance de subir.
Lá jogam Luís Fabiano, Jadson e Geuvânio.
Todo o staff levado por Luxemburgo, cerca de 10 profissionais (auxiliares técnicos, médicos, preparadores físicos etc.) também perderá o emprego.
Segundo pessoas ligadas ao Luxemburgo, o trabalho dele vinha sendo boicotado por alguns jogadores. Ainda de acordo com essas pessoas, para jogo desse domingo, crucial para o futuro do time, as duas maiores estrelas do time se recusaram a entrar em campo.
Mas, não fique com peninha do Vanderlei Luxemburgo: ele tem direito a receber multa contratual de R$ 40 milhões (10 milhões de euros).
Resta saber se vai receber.
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Aposentadoria
Aos 41 anos de idade, o interminável Paulo Baier decidiu, finalmente, pendurar as chuteiras.
Baier nasceu em Ijui-RS e foi lá que começou no São Luiz, em 1995. E foi lá mesmo que se despediu nesse fim de semana.
Ao longo de sua movimentada carreira, defendeu 18 clubes diferentes.
Um detalhe interessante nessa carreira: com 106 gols marcados, Paulo Baier ostentou o título de maior artilheiro do Brasileirão na era dos pontos corridos, de 2010 até 2015 quando perdeu o título para Fred, do Fluminense.
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Mario Marinho – É jornalista. Especializado em jornalismo esportivo foi durante muitos anos Editor de Esportes do Jornal da Tarde. Entre outros locais, Marinho trabalhou também no Estadão, em revistas da Editora Abril, nas rádios e TVs Gazeta e Record, na TV Bandeirantes, na TV Cultura, nas rádios 9 de Julho, Atual e Capital. Foi duas vezes presidente da Aceesp (Associação dos Cronistas Esportivos do Estado de São Paulo). Também é escritor. Tem publicados Velórios Inusitados e O Padre e a Partilha, além de participação em livros do setor esportivo
Concordo com vc, Mario, as ditas “organizadas” o são pela desorganização de dirigentes que se servem de “gangsteres” pra alcançarem rebanhos de elementos metidos nas diretorias de seus clubes. Apenas uma observação na sua crônica. O destaque da “nódoa olivácea” (são de fato, deturpados mentais) pois, seu neto, de apenas 13 ANOS, guardará em sua retina, e associará sempre o verde e branco glorioso do Palmeiras com baderneiro, quando sabemos que todos os clubes tem sua organizadas, as vezes bem mais violentos. Essa parte das torcida é um “tumor” social que deve ser extirpado para o bem do esporte.
Abraços e “auguri”. Modesto