Jornalismo público ou assessoria de imprensa do governo? Cacalo conhece o tema
Faz um tempo, lamentei aqui o fato de a Empresa Brasil de Comunicação (EBC) – criada com a intenção de fazer jornalismo público de qualidade, com foco do e no cidadão como está no manual de jornalismo que ajudei a elaborar – ter se tornado uma assessoria de imprensa do governo. Mesmo estando cada vez mais evidente que Dilma será impichada e que, consequentemente, a empresa passará por uma limpeza, os atuais mandantes estão montando arapucas. Uma é a assinatura de contrato para aluguel de equipamento de ponto eletrônico no valor de R$ 1,8 milhão.
A outra é a contratação do jornalista Sidney Rezende (ex-GloboNews) para fazer um programa na Rádio Nacional no Rio de Janeiro. O valor do contrato de um ano é R$ 480 mil e vai levar quatro “ajudantes”, não sei quanto ganharão. Os fatos causaram revolta entre os funcionários da empresa, que enviaram carta ao presidente interino da EBC. A seguir, trechos da carta: “A contratação do jornalista Sidney Rezende nos causa preocupação. Não duvidamos da qualidade técnica e da competência do colega, mas a EBC acumula dívidas de cerca de 30 milhões de reais, faltam gravadores, operadores, jornalistas, carro, papel higiênico e ar-condicionado, só para citar alguns dos problemas cotidianos que enfrentamos nos últimos meses.”; “Repudiamos também a forma com que a contratação foi comunicada aos trabalhadores: pelo portal do próprio Sidney Rezende. Consideramos muito grave a terceirização da atividade-fim, ainda mais quando imposta por gestores de fora do quadro, que ocupam posições políticas e sabem que daqui a algumas semanas podem estar fora da EBC, diante da possibilidade de mudanças no governo federal.”.
É assim que age este governo, sempre à sorrelfa.
Aqui vai o link em que Sidney anuncia a sua contratação: http://www.sidneyrezende.com/noticia/262372+sidney+rezende+estou+de+volta
Circula pela rede um vídeo com montagem das baboseiras ditas pelas nobres excelências antes de declarar o voto contra ou a favor do impeachment. É arte de um grupo de nome Jornalistas Livres, tão livres que só escracham quem votou a favor. Livres do que ou de quem, caras-pálidas? Antes do vídeo, aparece o patrocinador, o governo, propaganda mentirosa sobre o setor elétrico, destruído pela presidente em razão de medidas demagógicas para segurar os preços no primeiro mandato. Como são “livres”, não vejo problemas de publicar o link: https://www.facebook.com/jornalistaslivres. Por falar no assunto, eis o que está na Coluna do Estadão: Fim de festa. Confirmado como presidente, Michel Temer deverá rever os critérios da publicidade online do governo. A medida afetará os blogs alinhados com o atual governo petista que sobrevivem (às custas)(XXX)(à custa) desses recursos oficiais.
O PT está parecendo mulher de malandro, adora apanhar, não ganha uma. O pessoal é primário na argumentação.
A TV Globo mostrou em reportagem no Jornal Hoje (mas foi ontem, 25) que em 1997 a prefeitura do Rio já havia perdido, antes da inauguração, uma ciclovia por causa de ressaca.
Fica cada vez mais difícil para a prefeitura tentar explicar por que o fato se repetiu. Ou ressaca é fenômeno desconhecido? E hoje os jornais publicam que a prefeitura desconsiderou as ressacas durante o acompanhamento das obras.
Quanta perda de tempo nos telejornais da Globo com matérias sobre a mudança no tempo.
Na Folha de S.Paulo (27), pág. A5, “Eduardo Paes e sua realidade própria”, vale a pena ler.
(CACALO KFOURI)
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