Observações sobre como atuam governos. E como a imprensa noticia
Se na Crise dos Mísseis (1962) entre os Estados Unidos e a União Soviética, por causa da instalação de mísseis soviéticos em Cuba, os negociadores fossem do calibre dos do Palácio do Planalto, teria acontecido a Terceira Guerra Mundial e nós não estaríamos aqui hoje discutindo o impichamento de Dilma. Estava na cara no que iria dar na reunião do PMDB ontem (29), ainda mais depois do discurso de Humberto Costa anteontem. Aliás, um dos meus medos é dia destes ler “neste anteontem” em algum jornal de tanto que andam maltratando o vernáculo.
Eduardo Cunha é uma tristeza, mais escorregadio que uma enguia, e, dependendo do andar da carruagem, pode vir a ser – Oh, my God – presidente da República. Porém, se, no governo, houvesse alguém com 10% da capacidade dele de negociar, Dilma não estaria com a corda no pescoço. Mas, nele, só há brucutus, da mesma estirpe da “brucutua”.
O portal Comunique-se publica uma história interessante sobre a adulteração de uma charge. Um chargista publicou um desenho em que um monte de gente com camisas amarelas – coxinhas, segundo ele – corre em debandada ao ser atirado um livro de história sobre eles. Uma pessoa trocou as camisas amarelas por vermelhas e o livro por uma carteira de trabalho e o resultado foi, também uma debandada. Ambos dão uma boa ideia do que ocorre no país: não se pode discordar, todos têm de pensar igual, caso contrário viram coxinhas ou petralhas. Eis o link da matéria: https://br-mg5.mail.yahoo.com/neo/launch?.rand=eisa1cvuhu43s#1080831337
Não sei, apesar de ser coisa minha, se é uma pensata ou uma “lamentata” – que bem poderia ser uma pauta: em 1970, em plena ditadura militar, houve uma tentativa da esquerda de fazer com que se torcesse contra a seleção. Mas, falhou logo no primeiro jogo, tal a qualidade do futebol exibido e a caída da ficha de que se tratava de uma grande bobagem – nisso, a esquerda é pródiga – torcer contra. Para conseguir ser a sede da Copa de 2014, Lula associou-se ao que de mais execrável há no futebol brasileiro. E, alcançado o objetivo, abraçou todos, com se fosse íntimo. Então, levamos uma surra da Alemanha (7x 1) e lá se foi o encanto. Além disso, não há uma obra sequer para a Copa que não esteja envolvida em maracutaias, aforamente as que nem forma terminadas até hoje. Agora, descobre-se que Marin e Del Nero ganharam do Ministério da Relações Exteriores, já sob investigação do FBI, um mimo, passaportes diplomáticos no governo Dilma. Terão sido todos esses fatos os responsáveis pelo pouco interesse que os jogos da selecinha (2 x 2 contra o Paraguai ontem…) despertam?
Elio Gaspari, na Folha de S.Paulo (30): Dilma aceitou jogar cartas com um baralho viciado e perdeu o prazo de validade porque finge não o saber. E eu acrescento: e faz isso desde que foi ministra de Lula e presidente do Conselho da Petrobras, se não pecou por ação, pecou por omissão, tem responsabilidade em tudo de qualquer forma.
Por que todos continuam a escrever Rio 2016 com hífen se não tem (ou será possui…?)?
(CACALO KFOURI)
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